Nunca parei para pensar na relação entre mim, o que como e no que acredito, mas quando comecei a ler a obra vi que todas elas são interligadas e não vivem sem a outra. Não vivem mesmo! Já no início, Geneen nos faz refletir sobre as pequenas coisas que foram importantes para nós algum dia, esse trecho, por exemplo, me fez pensar muitas vezes em como nós, mulheres, não temos o hábito de ser receptivas com o que temos e o que somos:
“E acredito no amor. E na beleza. E acredito que todas as pessoas têm algo que acham bonito e que amam de verdade. O cheiro do cabelo de um filho, o silêncio da floresta, o sorriso da pessoa amada. Seu país, sua religião, sua família. E acredito que, se você se mantém fiel a esse amor, se você começa com o que acha mais bonito e segue o perfume dessa coisa até sua essência, perceberá uma presença intangível, uma faixa de silêncio que deixará essa coisa amada visível como a abertura no céu que revela a presença da Lua.”
Essas sensações todas são importantes para nós em algum momento... Sempre tem aquele cheiro que você se recorda com mais alegria. Eu, por exemplo, nunca me esquecerei do cheirinho do meu pai, ou do som gostoso que a risada dele tinha, ou ainda do boné que ele adorava usar... Isso me faz enxergar a minha Lua, me faz ver ver e querer encontrar o perfume que necessito e a essência que busco.
Geneen passa a maior parte do livro contando sobre os retiros em que ajuda as pessoas a encontrarem seu eu. E todas as sensações que ela conta nos faz ver que na verdade nós vivenciamos tudo aquilo, toda a repreensão, toda a vontade de atacar as barras de chocolate escondidas no armário ou aquele pote de sorvete, após uma briga com o namorado... Tudo isso já foi vivido em algum momento por você ou por mim, não foi? Nem precisa responder, eu, você e Geneen sabemos de tudo. Não sei se teria a possibilidade de ir a um retiro como esses que são citados, mas a verdade é que ter uma oportunidade para viver comigo e com o que como e acredito são ótimas para que conheçamos mais sobre nós. Obrigada, Geneen!
Dois capítulos em “Mulheres, Comida e Deus” me tocaram de forma mais especial do que os outros, um deles foi o “Tigres na mente”, onde conhecemos a história de Mookie, o gatinho adotado por Geneen e Matt, um gato que mais parecia ser um leão, devido as atitudes que tinha: fazia xixi por toda a parte, amedrontava a cadela de estimação do casal e aprontava coisas improváveis.
A autora nos conta que vivia no limite com o animal, um dia estava feliz e contente e nos outros parecia querer enforcá-lo, sentia raiva de todas as atitudes, mas bastava que ele piscasse para ela com seus olhos azuis e logo a emoção e o carinho a faziam se esquecer de tudo. Um dia, porém, Mookie aprontou mais uma das suas e Geneen não tolerou mais suas bagunças, expulsando-o em seguida de sua casa, o que ela não contava é que o encontraria morto no dia seguinte. Sim, morto! E isso fez com que ela se culpasse achando que sua raiva havia matado-o e a consequência de todo esse pensamento não a abandonavam, até que resolveram, Gennen e Matt, levar o animal para que fizessem uma autópsia e o resultado: Mookie havia morrido de ataque cardíaco, sua aorta estava bloqueada e ele tinha os dias contados desde o seu nascimento. Logo, Gennen percebeu que na verdade, Mookie tivera uma boa vida e ela fez parte dela. Pense assim: ele comeu tudo o que não poderia comer e se vingou de todas as coisas vivas que encontrou. Para Mookie, foi uma boa vida... Quantas vezes não percebemos situações como essa em nossas vidas?
O outro capítulo intitulado “O GPS da Quinta dimensão”, onde conhecemos “A Voz”, nos mostra o que nossa mente é capaz de fazer conosco, caso sejamos fracos. Isso me tocou, pois não devo ser a única que, muitas vezes, se depara com algum defeito e ao invés de apreciá-lo, acaba por depreciar. Essa voz se encontra em nossa mente e nos desencoraja por diversas vezes. É ela que te faz sentir como uma idiota, que te faz se depreciar, ou ainda que se parece tanto com você que você acaba acreditando que é você mesma. A intenção dessa voz é chocar você, usurpar sua paixão e sua força e te colocar contra si. Por isso, não se deixe sentir morta, repreenda essa voz que te chateia, mostre a ela quem é que manda. Não importa se você precisará usar algum palavrão (já foi comprovado que funciona!), o importante é mostrar a essa voz que temos o controle de nós e que essa energia é somente nossa. E depois de tudo estaremos livres. Sem Voz. Apenas em paz conosco. Dê muito a você mesma! Nós merecemos ser felizes, nós merecemos estar em paz. Por isso, tenham sempre em mente: comam se tiver vontade, apreciem o alimento, respire, sinta. Esqueça as frustrações na hora sagrada, não faça uma refeição se não for de sua vontade, não se jogue na comida se ela não for sua prioridade no momento.
"Faça de si uma prioridade, pois você é a maior de todas elas."