Simples e altamente RECOMENDADO! Indicadíssimo para todas as idades. O lançamento da Editora Intrinseca, Lonely Hearts Club, traz a tona o universo adolescente que muitas de nós vivemos, sofremos, rimos e choramos, porém, de uma forma absoluta e completamente diferente. De forma um tanto quanto superior a todas as nossas desilusões e problemas de adolescente.
O que mais me encantou nesse livro foi o fato de ser envolvente para o seu enredo. Sim, pois há muito tempo não consigo sentar e me concentrar na leitura de um livro. Por vezes me disperso e demoro a pegá-lo e continuar a leitura novamente. E com Lonely Hearts, da autora Elizabeth Eulberg, foi totalmente diferente. Logo, quando comecei, não consegui parar e nas primeiras horas já havia devorado mais de cento e cinquenta páginas. A obra é imperdível, lembre-se disso!
A história da garota Penny Lane, nome em homenagem a uma música dos Beatles, é especial. A protagonista e sua família são fãs incondicionais dos Beatles. Penny, como todas nós já sofremos um dia, acaba tendo uma desilusão amorosa com o garoto que sempre idealizou para o casamento. De imediato nós percebemos que ele não vale a pena, como todos os outros, mas Penny se vê sem chão e sem esperanças. Desse sentimento nasce a ideia do clube Lonely Hearts Club, ou seja, um clube que prega o intuito de não mais namorar ou se envolver com garotos que não valham a pena, mas sim preservar os momentos consigo mesma e ser feliz sem os garotos.
"_Eu não devia ter me envolvido com você. O que eu posso dizer? Estava entediado, e era muito mais fácil ceder à sua fantasia que lutar contra ela. E, admito, você tem esse lindo jeitinho suburbano a seu favor. Mas eu nunca tinha pensado que no final você ia ser só um aborrecimento.
Fiquei enjoada. Lágrimas começaram a rolar por meu rosto.
_ Ah, por favor. - Nate se sentou e me abraçou. - Grite mais um pouco comigo e vai se sentir melhor. Então poderemos superar isso."
Até o momento o clube contava apenas com uma integrante, Penny, mas conforme o decorrer da história várias outras integrantes acabam fazendo parte. Diane Monroe, a ex e atual melhor de amiga de Penny, também faz parte do clube, logo ao terminar o namoro com Ryan Bauer. Tracy, a grande amiga da protagonista, apesar de ser louca para namorar também entra para o clube. E com as três integrantes o Lonely Hearts Club ganha fama por onde passa. As personagens centrais do enredo, Penny, Diane e Tracy são simplesmente maravilhosas. Não há um quê de imperfeição, aliás, devo ressaltar que para adolescentes elas apresentam atitudes maduras com relação ao que querem, principalmente Diane que muda seu estilo de vida para deixar de agradar aos outros e passar a agradar a si mesma. Depois de entrar para o clube, a garota deixa de ser líder do time de líderes de torcida e passa a ser jogadora do time de basquete. Uma mudança e tanto, não?!
"_Eu não me reconheço mais. Todo mundo me conhece como Diane, a namorada do Ryan, ou a líder de torcida, ou a representante de turma. Uma parte de mim acha que é melhor continuar como se nada tivesse mudado, mas tem outra parte que quer apenas parar de fazer o que as pessoas esperam de mim. Eu não sei... - Ela balançou a cabeça. - Não sei mais se quero ser líder de torcida. Não estou nem um pouco a fim de animar pessoas."
Algumas das regras do Clube:
"1. É permitido às integrantes namorar, contanto que nunca, nunca esqueçam que suas amigas vêm em primeiro lugar e acima de tudo.
3. É obrigatória a presença em todas as reuniões nos sábados à noite. Nenhuma integrante deixará de comparecer devido a um encontro com um garoto. As exceções ainda são apenas os casos de emergência familiar e os dias em que o cabelo estiver ruim.
5. As integrantes devem, primeiro e acima de tudo, apoiar suas amigas, independentemente das escolhas que elas façam. O mais importante é ficarmos juntas."
A trama tem tudo para convencer o público que adora comédia romântica. Ainda mais quando o casal central está prestes a se formar. Não vou entregar os nomes, pois essa surpresa também faz parte do encanto da história. A verdade é que conforme vamos conhecendo a história de Penny e suas amigas e amigo, passamos a perceber, que ainda existem aqueles garotos que valem a pena. Aliás, ainda existe homens que valem a pena. Difícil encontrá-los? Sim, muito! Mas eles existem.
Sinto por não ter conhecido um clube como esse quando era adolescente e sofria com as desilusões amorosas. O que encanta, mais que o clube, são os momentos em que Penny e suas amigas passam juntas. Com o passar do tempo, elas vem que o clube deixou de ser uma espécie de fuga dos garotos, mas sim um lugar onde as amizades vem em primeiro lugar SEMPRE.
"Meus pais se conheceram em um santuário improvisado em um parque de Chicago na noite em que John Lennon foi baleado. Ambos eram fãs de carteirinha dos Beatles e, mais tarde, sentiram que não tinham escolhas a não ser batizar suas três filhas em homenagem às canções da banda: "Lucy in the Sky with Diamonds", "Lovely Rita" e "Penny Lane".
Outro ponto que deve ser ressaltado é a predileção e adoração pelos Beatles. Apesar de um pouco bizarro, por parte dos pais de Penny, a garota mostra um amor tão grande pela banda já extinta que nos marca. As citações durante a história casam perfeitamente com cada momento do livro. De certa forma, nos faz ficar com aquela vontade de ouvir Beatles e sair cantando a plenos pulmões.