Resenha: “A Batalha do Apocalipse” (Eduardo Spohr )

Por Leo Rios: Quando ganhei o livro de amigo oculto (eu o tinha pedido) confesso que não estava muito a fim de ler (passei muitos livros a frente deste), mesmo porque achava que o livro trataria da mesma estória de sempre, Anjos... Demônios... Guerra... Apocalipse. Porém estava bastante enganado.

O livro parece ter uma premissa clichê, o nome já diz, “A Batalha do Apocalipse”, claro que veremos Anjos, Demônios, Guerras e etc. Contudo de uma maneira diferente e aos olhos de uma terceira parte nessa guerra com muita importância no livro.

Na estória, Yahweth que é também chamado de Deus criou a terra em sete dias e ao término desse sétimo dia seria o Apocalipse, pois os dias escritos na criação não são vinte e quatro horas e sim milhares de anos. No sétimo dia Yahweth desapareceu deixando o “Príncipe dos Arcanjos”, Miguel responsável pela sua criação mais complexa e importante: o homem. Todavia, Miguel não respeitava ou considerava essa raça passando a persegui-los com o objetivo de elimina-los do mundo, pois eram impuros e só destruíam as outras criações de Deus.

Ablon, o querubim conhecido como “O Primeiro General” devido às guerras que Miguel ordenou travar em tempos remotos (As Guerras Etéreas) é o personagem principal dessa estória, como também é o líder dos opositores a Miguel, os Renegados. Também não vamos esquecer a necromante Shamira, outro personagem de grande importância no enredo.

“Já entregue a ruína, Shamira perdeu todas as esperanças e aceitou sua sina. Mas, naquele momento, os guardas silenciaram ao ruído de passos firmes que chegavam ao vale...”.

Como todos sabem, é difícil escrever sobre uma estória sem entregar alguns pontos fundamentais... Por isso vou limitar os spoilers, comentando que o livro envolve não somente Anjos, Demônios e Guerras, mas sim um verdadeiro leque de variados personagens (fictícios ou não) ao longo da história mundial, e que por essa razão o livro se torna muito bom! Pois “A Batalha do Apocalipse” se passa em todas as eras e períodos, tendo algumas passagens no Egito antigo até os dias atuais (citando Atlantida, cultura Celta, Deuses Gregos, dentro outros).

“Vale do rio amarelo, norte da China, perto do ano 1 a.C.

A viagem fora longa, mas finalmente lá estava eu, no Oriente. No principio, custei a acreditar que tinha chegado tão longe. Deixei Roma no ano 61 a.C., logo após César, Crasso e Pompeu terem instaurado o triunvirato...”.

Em outras palavras, deuses, criaturas mitológicas e lugares fantásticos nesse livro possuem explicações para a coexistência... Com isso, a estória se torna muito mais rica em detalhes, com uma base bem fundamentada para as ações apresentadas.

O tipo de narrativa que o autor opta (ora terceira pessoa ora personagem principal) mostra-se bastante útil, pois consegue deixar mais atraente o enredo. Isso faz com que você adicione elementos fantásticos a lugares reais ajudando no aprofundamento da narrativa. Além do mais, já acredito totalmente nas estórias de ficção que temos em nosso país.

“A Batalha do Apocalipse” me deixou e deixará também você torcendo para Eduardo Spohr arranjar um jeito de continuar o livro... Hehehe.