Resenha: "Firelight" (Sophie Jordan)

Por Ellen: Uau! Tenho que começar a resenha desse livro com essa exclamação, uma vez que fiquei bastante impressionada com a leitura dele. Mas vamos primeiramente falar da capa, que é simplesmente espetacular! E sabem por quê? Não somente porque retrata fielmente a nossa protagonista Jacinda, mas também por mostrar em relevo o detalhe da pele de descendente de dragão que ela possui.

“Firelight” é sobre Lucinda, uma jovem draki (descendente de dragões) que vê sua vida mudar completamente após violar uma das regras do clã onde vive e resolve voar durante o dia. Nesse vôo ela é caçada e põe sua vida em risco, o que não é tolerável. O grande segredo de sua “raça” é a capacidade de se transformar em humana. O que na verdade se revela uma bela estratégia de defesa desconhecida pelos temíveis caçadores de dragões.

“... Mesmo os caçadores não sabem que os draki incorporam em forma humana. É nosso segredo mais bem-guardado. Nossa maior defesa”.

Jacinda é uma draki “especial” porque sua habilidade é rara: cuspidora de fogo, que há centenas de anos não se revelava em sua aldeia. Isso faz com que o alfa de seu clã a escolha como futura esposa de seu filho Cassian, seu amigo de infância e amor platônico de sua irmã gêmea Tamra. Aliás, sua irmã é mal vista por todos, pois ainda não incorporou seu draki, o que a faz se sentir excluída.

“... O fato de o clã achar que somos feitos para ficar juntos não torna isso uma verdade. Pelo menos por ora. Provavelmente pela centésima vez desejo ser apenas uma draki normal. Não a grande cuspidora de fogo de quem todo mundo espera tanto. A vida A vida seria muito simples”.

Essa quebra no protocolo (o vôo) tem conseqüências desprezadas por Jacinda, mas leva ela e sua família (mãe e irmã) a fugirem para evitar as ameaças para seu futuro. A proposta de viver longe daquilo que ela realmente é, na concepção da protagonista, é simplesmente inaceitável. Ela ama ser draki e, apesar de querer muito sua liberdade se recusa a deixar parte do que ela é morrer para viver em segurança com sua família.

“Será que aquilo que o clã tinha reservado para mim poderia ser tão ruim que precisássemos vir para cá para estarmos seguras? Será que Cassian é tão mau assim? Não é que eu não gostasse dele. É só que eu não gostava de ele ter sido escolhido para mim. Sobretudo porque minha irmã o queria desde os três anos... E Tamra...Bem, nunca ter incorporado selou o destino dela. Cassian a esqueceu completamente”.

Em sua “nova” vida, Jacinda tem que freqüentar uma escola, rodeada de humanos e aprender a conviver com um mundo totalmente diferente ao qual está habituada. Não podemos esquecer que ela ainda tem que esconder de todas as formas o seu grande segredo. Isso vira praticamente impossível quando (re) aparece Will, que estava entre os caçadores do início da história e que sem nenhuma explicação consegue “despertar” o seu draki.

Essa tensão percorre o restante do livro, mas viver esse amor proibido não está e parece que nunca esteve no seu controle. E a simples violação dessa linha tênue que os separa pode comprometer não somente sua família, mas todos os seus iguais.

Apesar ter sido uma leitura que me impressionou bastante, tenho que dizer que no início fiquei a ponto de desistir por ele não ter me prendido a atenção e por falta de emoções, que só depois de umas 70 páginas começa a serem reveladas e tornam a leitura incansável. Só consegui parar depois que terminei de ler e ainda tive que me contentar com uma vontade de querer saber mais, que até o momento me aflige.

Mas pelo menos já sabemos que o segundo livro da série “Vanish” já foi lançado em solo americano. Enquanto isso, aguardo impaciente o seu lançamento por aqui. Por isso, caros leitores sejam bem brasileiros e não desistam porque vale muito à pena!