- Clique aqui para ler a entrevista anterior que fizemos com o Jacob
O jornalista e filósofo Jacob Pétry passou a maior parte dos últimos cinco anos, recluso na biblioteca pública de Nova York. Durante esse tempo, pesquisou as origens da criatividade e a relação que existe entre inteligência, sucesso e felicidade. Esta semana, chega às livrarias "Ninguém Enriquece por Acaso" (Lua de Papel, 224 pág., R$ 24,99), o livro onde conta suas descobertas. A obra já foi apontada pela Folha como o livro da vez.
Quem acompanha o Dear Book sabe que não é de hoje que acompanhamos o trabalho desse talentoso autor, ja lemos o livro "O óbvio que ignoramos" e nos surpreendemos muito. Conheçam mais sobre esse novo livro:
Sinopse: Não existe acaso. então é preciso conhecer os caminhos que realmente funcionam. Depois de nos fazer refletir sobre nosso talento e mostrar-nos o caminho da realização profissional em seu livro anterior, O óbvio que ignoramos, Jacob Pétry propõe uma questão ainda mais provocativa. Desafiando a crença de que pessoas ricas geralmente são privilegiadas pelo acaso, ele aponta o conceito de genialidade como maior responsável pelo sucesso financeiro. Para o autor, pessoas que atingem a riqueza são pessoas comuns que, em certo momento da vida, descobrem sua genialidade e passam a desenvolvê-la, elevando-se a patamares que poucos alcançam. Essa genialidade está relacionada a habilidades como a inteligência prática, definição de propósito, motivação interna, autoconhecimento, disciplina e persistência diante das frustrações. Para isto, ele compara histórias de pessoas conhecidas demonstrando como a crença sobre si mesmo pode ser mudada. O autor demonstra como é possível enxergar soluções para influenciar a forma de pensar e, assim, provocar mudanças reais na vida. [Adicione no Skoob]
Dear Book: Qual a relação de seu livro novo com O óbvio que Ignoramos, seu livro anterior?
Jacob Pétry: No livro anterior, tratei da importância que nossa aptidão tem na vida das pessoas que alcançam resultados extraordinários. Neste, trata da importância que a atitude tem no desenvolvimento da aptidão.
Dear Book: Você pode falar algumas palavras sobre esses dois elementos?
Jacob Pétry: Nossa aptidão é nosso talento natural, a habilidade de fazer certa atividade com uma facilidade maior do que a maioria das pessoas. Nossa atitude é a perspectiva pessoal sobre nossa capacidade e a maneira como nos relacionamos com nossa aptidão, se somos ou não capaz de criar um estado mental e um ambiente favorável para o desenvolvimento de nossa aptidão.
Dear Book: Você tem sido um crítico contumaz do sistema de ensino. Qual seria o papel ideal da escola?
Jacob Pétry: As escolas, ao invés de medir a inteligência dos alunos e classificá-los de acordo, deveriam auxiliá-lo a identificar suas habilidades, ou seja, a encontrar o seu tipo de inteligência e encaminhá-lo para que ele possa desenvolver plenamente esse tipo de inteligência dentro da área de sua habilidade. Deveríamos gastar menos tempo classificando as crianças e mais tempo identificando seu potencial.
Dear Book: Entre as consequências desse processo, quais são as mais nocivas?
Jacob Pétry: A primeira é a “mediocrização” do aluno. A escola oferece o mesmo mapa e o mesmo conjunto de regras a todos, como se as pessoas fossem todas iguais, ignorando por completo a pluralidade humana. A segunda é o bloqueio da criatividade. Através do sistema de avaliação, a escola estimula a competitividade e mata a criatividade.
Dear Book: Quem são os que se beneficiam?
Jacob Pétry: Aquelas pessoas que têm um talento natural para o estudo acadêmico, para o uso da lógica e da razão.
Dear Book: Por que o sistema de ensino ainda não foi alterado?
Jacob Pétry: Porque ele é criado, pensado e mantido por intelectuais dessa área – da área acadêmica. Ou seja, o sistema educacional é feito por acadêmicos para a formação de acadêmicos.
Dear Book: Por que isso ocorre?
Jacob Pétry: Vemos o mundo pela perspectiva individual. Temos uma dificuldade enorme de vê-lo através dos olhos dos outros. Então, como o sistema educacional serve e é benéfico para quem o produz, a visão de quem o produz é de que ele serve para todos.
Dear Book: Você acredita que educadores concordariam contigo?
Jacob Pétry: Quer um exemplo claro do que estou falando? A prova do Enem, que se tornou a princesa do Ministério da Educação. São seis milhões e duzentos mil alunos submetidos a um único provão. Há uma completa desconsideração da pluralidade da inteligência dos alunos. O problema não é somente a avaliação, mas o tempo que o aluno investe decorando matéria para a avaliação.
Dear Book: Qual a medida mais urgente?
Jacob Pétry: Aceitar a necessidade de discussão sobre as condições certas para o crescimento individual em nossas escolas, indústrias, comércio e comunidades. Se as condições forem favoráveis, as pessoas irão crescer de forma sinérgica. Precisamos garantir que cada indivíduo tenha a chance de atuar na área onde está sua habilidade natural e sua paixão.
Me interessei bastante pelos livros dele, bem legal a entrevista!
ResponderExcluirOi, muito bom.
ResponderExcluirInteressante o livro.
ResponderExcluirE o autor me pareceu bem simpatico e entendido do assunto na entrevista, bem legal!
Gostei da parte em que ele diz "Deveríamos gastar menos tempo classificando as crianças e mais tempo identificando seu potencial.". Concordo plenamente com o ponto de vista do autor, acho que isso está de certa forma retardando o desenvolvimento de muitos jovens...
ResponderExcluirAdorei a entrevista, fiquei interessadíssima no livro :)
Abraços,
http://leitorasanonimas.com
Também acho o sistema educacional brasileiro bem equivocado, deveriam dar mais valor as habilidades que cada um tem, ao inves de só punir aquele que pode não ser bom em matematica, mas que é brilhante em português, por exemplo.
ResponderExcluirCurti as ideias do autor e fiquei interessada em conhecer esses 2 livros.
Interessante.
ResponderExcluirPorém não faz muito o meu estilo..