Por Sheila: Este livro de Ricardo Guilherme é a coletânea de uma série de três livros: Terra, O Dom de Ver Além e Alvorada. Ambientado no ano de 2101, século XXII, "O Espaço Inexplorado" vem nos falar de um Planeta Terra onde, apesar dos avanços tecnológicos, que permitiram a cura de algumas doenças e maior longevidade, há pouca conscientização com o cuidado e manutenção da vida no planeta.
Um dos personagens principais da estória, o astrônomo Willian, é um homem centenário que perdeu a fé na humanidade. Ao longo de seus quase 102 anos, viu os homens tornarem os recursos humanos cada vez mais escassos, e a superpopulação ameaça ser um grave problema em breve. Suas malfadadas tentativas de trabalho em prol das pessoas e das desigualdades sociais só o fizeram distanciar-se mais e viver isolado.
Além disso, apesar de ter sido quando jovem um entusiasta em prol da busca por vida inteligente no espaço, acredita que os governos investiram recursos em demasia buscando respostas no infinito, esquecendo de investir nas pessoas e sistemas básicos de atenção, cada vez mais deficientes.
A verdade é que os avanços tecnológicos e científicos da humanidade ocorriam na mesma proporção em que as pessoas distanciavam-se, desentendiam-se, desrespeitavam-se. Ironicamente, o homem buscava, com tenacidade, amigos a anos-luz de distância, mas não conseguia enxergar todos os amigos em potencial que já integravam seu convívio. Isso incomodava muito nosso personagem.
Logo no início do livro, surge a empolgante notícia de que uma nave alienígena encontrava-se na órbita terrestre tentando fazer contato. Através do contato com esta raça mais evoluída - pelo menos tecnologicamente falando - e que se propõe a ensinar o povo da terra a se comunicar com seres do espaço longínquo: os verdi, que se assemelhavam muito aos humanos, apesar de terem os olhos amarelos.
Essas novas tecnologias de comunicação permitem o contato com outros povos e a descoberta de um planeta com recursos naturais abundantes, lugar onde a população poderia encontrar esperanças a perpetuação da vida quando os recursos da Terra findassem definitivamente. Willian e a bióloga Rosana, centenários, são chamados a conduzir a e orientar a equipe da nave Nazareth que parte para o espaço inexplorado em busca deste novo planeta, intitulado Alvorada.
E a nave começou a pulsar rapidamente, riscando o espaço com reluzentes luzes das mais variadas tonalidades. E, exatos dois minutos e 33 segundos depois, produziu um "buraco de minhoca" no Sistema Solar, para aportar, 15 dias depois, numa região muito distante no espaço.
O restante da estória é marcada pelos sucessos e dificuldades que os tripulantes da nave terão nesta busca pelo espaço de um lugar onde depositar as esperanças de um planeta que já se encontra próximo de exaurir seus recursos e uma população, até então, sem esperanças.
O estilo de escrita do autor é fluído, os capítulos são pequenos, o que torna a leitura do livro fluída e dinâmica. Além disso, toca em questões fundamentais ao ser humano no mundo atual: do ponto de vista das relações sociais pode-se notar a fragilização dos vínculos, o isolamento promovido pela virtualização dos contatos, o individualismo e a preocupação consigo mesmo em detrimento do outro; do ponto de vista ecológico, o esgotamento dos recursos naturais do planeta, a poluição e o aumento da camada de ozônio que tem precipitado eventos climáticos que acabam com inúmeras vidas.
Apesar disso, a adjetivação constante da qual o autor lança a mão pode incomodar um pouco (ao menos a mim incomodou), bem como a ênfase político-ideológica "pronta". Fica claro o posicionamento do autor diante das questões apresentadas residindo aí a única parte um tanto quanto cansativa da leitura.
No mais, esta fantasia científica, que teve por inspiração o poema "O Homem; as viagens"de Carlos Drumond, é um ótimo livro para quem gosta de leituras rápidas - e se identifica com o gênero, lógico. Mas para quem não curte muito, vale a pena conferir pela mensagem que tenta veicular. Recomendo.
Apesar disso, a adjetivação constante da qual o autor lança a mão pode incomodar um pouco (ao menos a mim incomodou), bem como a ênfase político-ideológica "pronta". Fica claro o posicionamento do autor diante das questões apresentadas residindo aí a única parte um tanto quanto cansativa da leitura.
No mais, esta fantasia científica, que teve por inspiração o poema "O Homem; as viagens"de Carlos Drumond, é um ótimo livro para quem gosta de leituras rápidas - e se identifica com o gênero, lógico. Mas para quem não curte muito, vale a pena conferir pela mensagem que tenta veicular. Recomendo.
Eu curto livros assim, gostei da sua resenha. Talvez a questão politica encomode um pouco, mas achei legal.
ResponderExcluirNão faz muito o meu estilo... Ficção cientica, Naves, opiniões politicas do autor e talz... Mas sua resenha ficou muito boa ^^
ResponderExcluirUm tema um tanto diferente para um livro. Acho que se parece um pouco com o Ponto de Impacto, de Dan Brown que eu li, mas de uma maneira diferente, eu amo a narrativa do Dan Brown, será que amaria essa?
ResponderExcluirNão sei se faz muito o meu estilo...
Beijos
@secretsofbook
http://secretsofbook.blogspot.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAh... variar o estilo da leitura é sempre bom, livros assim podem ser cansativos, mais pelo que vi na resenha em torno da estória ele trata de 'coisas serias' problemas ecológicos, essas coisas, então me parece um bom pedido pra leitura. como sempre ótima resenha...
ResponderExcluirBjos. *--*
@MarcinhaCS_
Adoro ficções científicas que abordam temas não muito fora da realidade. Este livro, querendo ou não, faz (de forma indireta, pelo que eu entendi)uma crítica em relação à nossa sociedade atual. A proposta dele é boa, fiquei realmente curiosa!
ResponderExcluirótima resenha :)
Abraços,
http://leitorasanonimas.com
Adorei! Gosto bastante de assuntos que envolvem coisas do futuro, ficções científicas e mistérios a respeito de como será daqui em diantes, o que não fazemos a mínima idéia. Parece ser ótimo de se ler.
ResponderExcluirxx carol
Oi Sheila,
ResponderExcluirGrato pela resenha! É muito bom saber a opinião dos leitores. Assim podemos nos aprimorar para as próximas obras.
Valeu!
Hey, a capa é divina. Já estou lhe seguindo.
ResponderExcluirBaby, aceitas parcerias?
Beijos. Mar
Imaginayre
Gostei bastante da resenha. Não conhecia o livro, mas o tema, por si só, já me é atraente. Gosto de enredos que montam o caos perante nossos olhos.
ResponderExcluirBj
escrevendoloucamente.blogspot.com
Oii
ResponderExcluirAdorei seu blog, parabéns e já estou seguindo.
Não conhecia esse livro, e apesar de ter gostado da sua resenha o assunto não me atrai tanto.
Mas se tivesse oportunidade leria sim!
Um ótimo final de semana para você
Nana - Obsession Valley
Adorei a temática do livro, é uma boa dica, e tu fazes resenhas muito bem.
ResponderExcluirEstou seguind aqui pela promoção de Natal entre os 6 blogs, mas acabei lendo e curtindo as resenhas, voltarei mais vezes
Beijão
Bruna
www.desbravandohistorias.com.br
Uma das minhas críticas quanto à literatura contemporânea é a falta de engajamento das histórias.
ResponderExcluirPorém esse livro parece mostrar o contrário. Gostei da proposta dele!
Às vezes me parece que a literatura nacional é bem mais crítica do que a internacional.
Beijos,
Mell Ferraz - Croissant Parisiense
Oi pessoas! Vim agradecer pelos comentários e, nossa, teve até um do autor!
ResponderExcluirValeu mesmo, abraços