Resenha: “Antes Que Eu Vá” (Lauren Oliver)

Por Juny: “Antes que eu vá” é um livro difícil de explicar, que precisa ser sentido, que é repleto de boas lições. Se você tivesse uma segunda chance de reviver o mesmo dia, o que você faria? Quem você procuraria? O que você tentaria mudar ou concertar?

O que eu estou querendo dizer é: talvez você possa se dar o luxo de esperar. Talvez para você haja um amanhã. Talvez para você haja mil amanhãs, ou três mil, ou dez, tanto tempo que você pode se banhar nele, girar, deixar correr como moedas entre os dedos. Tanto tempo que você pode desperdiçar.

Mas para alguns de nós só existe hoje. E a verdade é que nunca se sabe.

Conhecemos a trajetória de Samantha Kingston, a típica garota bem sucedida no modelo Ensino Médio nos EUA. Faz parte do grupo das garotas mais populares do colégio, namora um dos garotos mais cobiçados, trata os outros como lixo e vive praticando bullying.

Acompanhamos a sua rotina na sexta-feira, 12 de fevereiro, “Dia do Cupido”, um data em que os alunos trocam rosas e quanto mais você ganha, mais popular você é. Ela faz toda a rotina habitual com suas amigas, descriminando os outros alunos, matando aulas, colando na prova de Biologia, dando em cima do professor de matemática, etc.

E as coisas continuam com uma festa, na casa de Kent, seu ex-amigo de infância e que após ela ser aceita na “elite” da escola o trata mal e ignora. Ela vai a festa com as suas amigas e o ponto alto é quando uma aluna que todos chamam de psicótica, Juliet Sykes, chega na festa toda arrumada e cria coragem para chamar ela e suas amigas de vaca. Elas não deixam barato e todos começam a gritar xingando a garota.

Ela vai embora da festa com as amigas, porém eis que Lindsay perde a direção e bate o carro. Sam só se lembra da dor, do vazio e acaba acordando. Ela descobre que esta vivendo o mesmo dia novamente e que pode estar morta.

Com isso vemos ela reviver esse dia varias vezes, embora a leitura possa parecer repetitiva e cansativa, não é. Cada vez que Sam vive o dia 12 de fevereiro, ela vê as coisas de outra maneira, descobre que tem a chance de concertar alguns erros, viver novas possibilidades.

Algumas coisas se tornam lindas quando você realmente olha.

Lindsay, sua melhor amiga, a mais popular e considerada líder de seu grupo, acaba induzindo as outras a fazerem suas vontades e é a mentora da maioria das maldades que seu grupo pratica. Sam começa a enxergar isso e começa a se questionar sobre os motivos que a fazer agir assim. Há muito no passado de Lindsay que nem Sam e nem ninguém sabe.

Eis a verdade: Não deveria ser eu. È Lindsay que dirige como se estivesse em uma versão real do Gran Theft Auto. É ela que vive pensando em maneiras de pregar peças e humilhar os outros, que vive criticando todo mundo. Ela foi quem mentiu sobre ter sido amiga de Juliet Sykes e depois a torturou durante todos aqueles anos. Eu não fiz nada. Só fui no embalo.

É um livro que passa várias mensagens de aprendizado, a mais importante é que muitas vezes os adolescentes não conseguem enxergar as consequências dos seus atos, pensando que o que fazem são apenas brincadeiras, mas que acabam ferindo profundamente os outros.

A maior parte do livro é uma narrativa com a visão de Sam dos acontecimentos, porém em alguns momentos ela dialoga com o leitor, achei isso muito diferente e interessante.

Você acha que eu estava sendo tola? Ingênua?

Tente não me julgar. Lembre-se que somos iguais, eu e você.

Também pensei que fosse viver para sempre.

Sam passa por um grande aprendizado e transformação, descobre novos sentimentos, se torna uma pessoa melhor, é muito interesse ver essa mudança florescendo a cada dia 12 de fevereiro.

“Antes que eu vá” é um livro que deveria ser leitura obrigatória nas escolas, tem temas do dia-a-dia dos adolescentes e dá uma grande lição. Recomendo!