A coluna "Minhas Palavras" apresenta textos originais, de diversos temas, produzidos pela equipe do Dear Book.
Por: Eliel Carvalho, Gastrônomo e Colunista de Gastronomia
Não há nada mais injusto do que ficar dentro de casa sem nada para fazer, tudo por causa de uma chuvinha que não me deixa sair para brincar. Justo em um fim de semana que não tenho que estudar para nenhuma prova e nem lição de casa para fazer.
Só me resta ficar aqui na janela esperando, esperando a boa vontade da chuva parar, afinal ainda tenho uma tarde inteira para brincar. Os minutos se tornam horas e nada, nem ao menos um pedaçinho do céu ameaça ficar azul. Oras, cadê o sol? Estou cansando de tanto cinza nessa paisagem. Que tédio.
Tudo parece tão triste em um dia de chuva, o céu está escuro e a casa já está com cheiro de umidade. Mas, espere, tem algo de diferente no ar, uma movimentação estranha logo ali no outro cômodo. Minha curiosidade infantil logo se agita. Me levanto num pulo e corro até a cozinha.
Vovó, com seu cabelo preso num coque e o avental na cintura, está peneirando duas xícaras de chá de farinha que parece ficar ainda mais leve do que é, não demora muito e nessa mesma tigela ela acrescenta mais duas xícaras de açúcar, duas colheres de fermento e dois ovos, desses pegos diretamente dos ninhos das galinhas.
O que será que ela está preparando? Parece bom. Vejo o sorriso dela enquanto mexe essa mistura que logo vai tomando forma aos poucos, conforme ela vai acrescentando o leite aos poucos. A massa adquire uma consistência firme e ela para de mexer.
No fogo há uma panela que parece estar já bem quente, ela abaixa o fogo. Com uma colher ela meio que pinga essa massa na panela, que pelo barulho que faz só pode ser óleo quente.
Ao seu lado tem uma travessa coberta com papel. Vovó vai mexendo na panela e o aroma vai se espalhando pela casa, expulsando aquele cheiro sem graça de umidade, dando lugar assim a um aroma quente e envolvente.
Pouco a pouco vão saindo os primeiros bolinhos que ela coloca delicadamente na travessa, liberando espaço na travessa para mais uma leva de massa. Não demora muito e a travessa já se vê cheia daquelas delicias.
Desliga-se o fogo, acabou a massa. Vovó polvilha uma mistura de açúcar e canela por cima dos bolinhos e olha para mim com aquele mesmo sorriso e me convida para prová-los.
Ainda estão um pouco quentes, mas não há nada melhor para curar o tédio do que bolinhos de chuva feitos na hora. Deitado no colo de Vovó ouço uma história enquanto comemos os melhores bolinhos do mundo. O tédio? Já não sei onde foi parar, pois com esse sabor e uma boa história eu já não sentia falta de nada.
Que meigo!
ResponderExcluir:D
beijos
modaeeu.blogspot.com
Que tédio, tédio que nada. EU adoro um clima assim, com ou sem bolinhos. Se não tiver nada pra fazer, aí é q é melhor ainda... farei o q eu eu quiser. rsrs
ResponderExcluirMinha mãe costumava fazer esses bolinhos em dias assim, qd eu era criança. Tbm tenho boas lembranças. ^^
ResponderExcluirÓtimo texto!
Texto legal, mas eu gosto das tardes chuvosas, rsrs.
ResponderExcluirHorário de almoço e ainda não comi. Ver essa fotinha me deu uma fome!!! Ler me fez sentir como me sinto em dias de chuva mesmo...Se bem que dá um soninho, uma vontade de ler debaixo das cochas...
ResponderExcluirMuito bom o texto. Faz um tempão que eu não como bolinhos de chuva. Na verdade,desde que eu cheguei em Portugal (6 anos) que eu não como um desses. Já nem me lembro do gostinho. Só sei que gostava muito, e que era justamente a minha avó que os fazia. ;)
ResponderExcluirHumm..saudades.
Hayanne Deise Lins - Profissão Adolescente
http://profissao-adolescente.blogspot.pt/
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Estou tão entediada acho que vou fazer comer bolinho de chuva com a minha vó mas dessa vez eu vou fazer.
ResponderExcluirÓtimo texto.
Ow meu Deus...que nostalgia..
ResponderExcluirApesar de amar os dias chuvosos, não há nada mais gostoso que carinho de avó.
O cheiro do bolinho pela casa, as mãos cansadas trabalhando com amor..ai ai..
O colo.
Adorei o texto, a emoção com que foi escrito foi visivel nas letras..e sim, deu saudades demais. Eu hoje, faço os bolinhos de chuva pra minha filha, mas nunca chegarão perto dos que minha avó fez..
Beijos
Ai que delícia!!!! A minha Vovó sempre fazia bolinhos de chuva quando era criança e estava na casa dela...
ResponderExcluirBateu uma saudade... Como era bom ser criança!!!
Minha mãe também fazia bolinhos de chuva quando eu era criança. Me amarrava, hoje quem faz sou eu. Agora que eu estou mais velha, curto um clima chuvoso, principalmente para ler..
ResponderExcluirBeijinhos!
Camila.
loucuradelivros.blogspot.com.br
AAAAAAAH, que lindinho *-* adorei o texto! Me deu muita saudade das minhas avós ♥
ResponderExcluirIsabela
Adorei! Minha mãe costumava fazer esse bolinhos quando era pequena. Eu adoro chuva hahaha
ResponderExcluirO texto é lindo Parabéns!
ResponderExcluirLembro da minha avó, das férias,da chuva e é claro dos bolinhos.
Um abraço.
Pude sentir daqui o aroma dos bolinhos polvilhados com açúcar e canela. O texto é lindo e simples, assim como os momentos belos da vida!
ResponderExcluirBeijos,
Paula
http://tri-books.com
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Minha avó ainda faz :) Uma tarde chuvosa sempre estragava meu dia :S
ResponderExcluirAdorei o texto, me deixou com vontade de comer bolinho de chuva e me fez lembrar que nos dias de chuva, minha mãe dizia pegar a água da chuva para fazer os bolinhos, bons tempos aqueles...
ResponderExcluirBeijos
Beatriz - Blog Escrevendo Mundos
Gostei do seu texto e esse bolinhos de chuva me trazem grandes recordações.
ResponderExcluirMmmmmm! Sempre fui muito caseira e os dias de chuva nunca me entediaram, pelo contrário, deixavam tudo mais gostoso na hora de brincar dentro de casa. E o tradicional e indispensável bolinho de chuva? O próprio nome já diz, é um bolinho próprio para esse dia. Amo comê-los (e consigo fazê-los sequinhos, iupi!). *-*
ResponderExcluirQue delícia! Bolinhos de chuva! Lembrei de minha infância e minha avó.
ResponderExcluirSó que comigo o cachorro deitava aos pés dela, e ela fazendo colcha de retalhos, e minha irmã e eu deitadas na cama ouvindo a chuva cair... saudade!