quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Resenha: "Enelock" (Leandro Reis)

Por Sheila: Olá pessoas! Hoje vim apresentar a vocês o terceiro e último volume da trilogia "Legado Goldshine", de Leandro Reis. A resenha do primeiro livro, Filhos de Galagah, pode ser lida aqui e a do segundo, O Senhor das Sombras, aqui. Como este é a continuação da trama contida nos primeiro e segundo volume, a partir daqui serão lançados alguns spoilers então, para aqueles que ainda não leram e não gostam de estragar a surpresa é melhor parar por aqui e ler antes os dois primeiros livros :).

Vamos então para o último volume Enelock. Por onde começar? Bom, para começo de conversa, este último volume foi maior (em número de páginas), mais denso, com um número maior de personagens, cenas e conflitos, e sem dúvida o melhor dos três livros.

Logo no início, Galatea Goldshine é levada por Baerûn, o dragão guardião de Kalbartera, para explicar-se quanto ao seu procedimento junto ao segundo serafim e Iallanara Nindra. Afinal, ao fim do segundo livro, Galatea havia colocado em prática um difícil plano para salvar a bruxa vermelha da influência de Sukemarantus, plano que punha em risco a segurança da criança guardiã do serafim.
- Você foi escolhida para ser O Flagelo Dourado. A luz dos homens no tempo de escuridão que virá. Faz idéia de quantos Flagelos conseguiram resgatar todos os três serafins? Nenhum. Poucos conseguiram encontrar dois deles, como Ethan e Sandrus, nomes conhecidos por você e seu povo. E você arrisca a vida inocente da guardiã para salvar a alma corrompida daquela bruxa?
- Ela esta se redimindo ... - defendeu.
- A que custo?
- Resgatar a alma de alguém tem um custo?
O desfecho desta conversa irá mudar o cenário tanto da missão de Galatea, como os rumos da guerra, já que Baerûn acaba por banir o dragão Norgard e retirar-se da batalha vindoura. Afinal, até aqui Galatea vem sendo amparada, mas também direcionada por diversos turores: Ethan, Melanthander (o dragão que morre no segundo livro) e Norgard, que concebe o plano contra Sukemarantus, mais por seu antigo desejo de derrotar o lorde das trevas do que por preocupar-se em redimir Iallanara. O problema aqui, não é que Galatea esteja fazendo escolhas erradas; mas que vem se baseando em escolhas dos outros.

É convocado um grande conselho e nas primeiras cem páginas nos deparamos co uma guerra muito mais política do que em campos de batalha, já que é preciso descobrir os aliados e pensar em estratégias de combate. Começa então a guerra da União das espadas, formada pelos reinos aliados de Grinmelken contra Ars Nibul e seu regente Enelock, numa batalha épica o Bem contra o Mal que vem assolando o continente a gerações.

O mais incrível é ver a evolução dos personagens: Galatea, como o aço, é forjada no fogo das intempéries, e tem de traçar um longo caminho de escolhas neste último livro - sozinha - para passar de paladina ingênua à guerreira destemida, nem que para isso tenha vertido lágrimas abundantes e sofrido perdas inestimáveis, a mais dolorosa delas, a perda de sua confiança.

Sua espada repousava sobre a cama, com o dourado da lâmina ressaltado pelo lençol branco. Abriu a janela, aproximou-se lentamente e se sentou, tomando a espada para si. A mente ainda confusa e um sentimento estranho no peito.
Medo.
Medo de falhar e decepcionar a todos.
Nunca tivera dúvida. Seguira todas as ordens sem questionar e agora expunham seus erros, manchando o que considerava serem as ações mais puras.
Já a ruiva Iallanara Nindra, que no fim do segundo livro ruma para Lemurian com Aloudos a fim de ser sua aprendiz na arte da magia, passa de uma garota perdida e perturbada, com uma revolta destrutiva, à "Vitória Escarlate", forte, corajosa e destemida - além de minha favorita, não poderia deixar de dizer.

Ao longo do livro teremos ação, aventura, novas revelações, paixões que começam, relacionamentos que findam, perdas (confesso que chorei na parte em que um dos personagens principais perece na batalha, mas claro que não vou contar quem é), algumas risadas para quebrar a tensão. Além disso, as batalhas são épicas, muito bem detalhadas na narrativa de Leandro, nos levando a alguns anticlímax de tirar o fôlego.

Mas o mais importante, com um final que não deixa nada a desejar, nem muito previsível nem fora do contexto da trama, que emociona e faz a leitura da trilogia e o acompanhar da jornada de todos os personagens valer - e muito - a pena. Vale destacar também que todas as pontas soltas e dúvidas são explicadas, e até umas passagens que ficaram um tantinho "forçadas" nos outros livros, são revisitadas e ampliadas, não só explicando mas também justificando sua presença na trama.


E para quem, assim como eu, ficou com um "gostinho de quero mais" pode dar uma olhadinha no blog do autor no conteúdo extra do mundo de Grinmelken aqui, o lugar onde se passa a história. Além disso, recentemente foi lançado o livro Garras de Grifo, ambientado também em Grinmelken mas com personagens diferentes - apesar de que um personagem super fofo da trilogia dá uma "passadinha" por essa nova aventura, mas isso fica para outra resenha.

4 comentários

  1. Não li os livros anteriores, mas li a resenha a si mesmo (eu não vou lembrar dos spoilers mesmo se for ler a série algum dia haha). Gostei, me deixou curioso!
    É ótimo que autores nacionais estejam ganhando mais relevância na literatura!

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  2. Os escritores brasileiros só precisaram disso: incentivo! Agora estão bombando!!

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  3. Não li esse livro nem os anteriores que compõem a trilogia. Gostaria muito de ler pois só assim a sequência da leitura fica ótima, pois creio que a história de um, complementa a do outro e a do próximo também. Gostei da sua resenha. Muito boa mesmo.

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  4. Ainda não havia ouvido falar do livro mas parece bem legal. A capa não me chamou muito atenção o que em uma livraria contaria bastante! Adorei o quote, o que já me deixou bastante animada para leitura!


    Beijos

    Beatriz - Blog Escrevendo Mundos

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Ana Liberato