Por Sheila: Oi pessoas! Trago a vocês hoje uma trilogia (mais uma na verdade) intitulada "Mundo de Tinta". Neste primeiro livro, "Coração de tinta" seremos apresentados a Mo, um restaurador de livros, e sua filha Meggie, uma pré adolescente devoradora de livros, tão apaixonada por eles quanto o é seu pai. A mãe de Meggie é mencionada apenas para sabermos que ela foi, um dia, embora ( e esse é um dos mistérios do livro).
Tudo começa em uma noite chuvosa, em que Meggie estava encontrando certa dificuldade para dormir.
Chovia naquela noite, uma chuvinha fina e murmurante. Ainda depois de muitos anos, bastava Meggie fechar os olhos e ela podia ouvi-la novamente, como se minúsculos dedinhos estivessem batendo em sua janela. Um cão lati em algum lugar na escuridão e, por mais que se virasse de um lado para outro, Meggie não conseguia dormir. (...)Meggie adorava ler à luz de velas. Ela havia posto três pequenas lanternas e três castiçais no batente da janela. E estava justamente encostando o palito de fósforo aceso num dos pavios já queimados quando ouviu os passos lá fora.
Os passos revelam-se pertencer a alguém ainda mais furtivo que o barulho produzido pelo seu caminhar; seu ar, ainda mai misterioso que seu aparecimento na calada da noite. Acordando o pai para receber o estranho, Meggie descobre que este é Dedo Empoeirado, e se diz ser um velho amigo de Mo. Acompanhando-o está uma marta, um bichinho pequeno parecido com uma Doninha (maiores informações com nosso amigo google, a wikipédia também possui informações e até uma foto do bichinho), com um traço um tanto quanto peculiar: ela possui chifres.
Junto com Dedo Empoeirado surgem diversas outras novidades: uma tentativa (frustrada) de fuga por parte de Mo para a casa de uma tia de Meggie, Elinor; e as mentiras, muitas delas, que Meggie consegue ler no rosto de pai (a quem chama sempre apenas Mo, apesar de ele ser Mortimer para Elinor), contadas desde o aparecimento abrupto de Dedo Empoeirado, o dono da Marta esquisita. Além disso, surge um nome, que acompanhará Meggie pelo restante da narrativa, Capricórnio, que nas palavras de Dedo Empoeirado, parece um tanto quanto assustador.
- Como é que vou explicar quem ele é? Se você tivesse que ver um gato devorando um passarinho, provavelmente choraria não é? ou tentaria ajudá-lo. Capricórnio daria o pássaro para o gato comer, apenas para vê-lo destrinchar o pobre bichinho com os dentes, ele se deliciaria em vê-lo estrebuchar, como se bebesse o mais puro mel.Agora, Meggie e seu pai tentarão proteger de Capricórnio um bem considerado preciosíssimo para as pessoas envolvidas na trama, o que nem sempre Meggie conseguirá entender muito bem. Terão de enfrentar grandes perigos e situações muito difíceis para conseguir sobreviver aos homens de Capricórnio - sim, este é um livro em que pessoas de fato morrem, não só levam sustos dos vilões.
Meggie deu mais um passo para trás , mas Dedo Empoeirado aproximou-se novamente.
- Suponho que você não tenha prazer em amedrontar alguém até deixá-lo com os joelhos bambos, não é mesmo? - ele perguntou. - Pois não há nada que faça capricórnio se divertir mais. Suponho também que você não ache que pode simplesmente pegar para si tudo aquilo que quer, não importa como, nem de onde. Pois Capricórnio acha. E, infelizmente, o seu pai possui uma coisa que ele quer a qualquer custo.
A estória é escrita com maestria, consegui me envolver a ponto de sofrer junto com os personagens. A única coisa que considerei INADMISSÍVEL foi a sinopse transcrita atrás do livro que estraga todo o mistério da trama. Passam-se quase duzentas páginas até que o segredo de Mortimer seja revelado, e o livro chega a ficar chato devido a demora para que isto, enfim aconteça. Se eu já não soubesse de antemão, talvez a primeira metade do livro tivesse sido mais interessante.
Mas, ok, a segunda parte do livro compensa - e muito! - a lenga lenga para se chegar no mistério (que eu DE FORMA ALGUMA vou contar qual é, somente quem realmente quiser saber pode ler na parte de trás do livro) que ronda o comportamento itinerante de Mo e o sumiço da mãe de Meggie.
Além disso, recentemente este primeiro livro foi adaptado para as telonas. Mo é interpretado por Brandan Fraser, e Meggie por Eliza Bennett, inclusive foi lançada uma nova edição do livro com a capa do filme. Lançado em 2008, teve uma boa aceitação pela crítica, mas como ainda não pude assisti-lo, deixo aos que viram comentar aqui. Mas o livro é realmente muito bom, e fiquei muito ansiosa pelos proximos dois, não esperava pelo desfecho apresentado. Recomendo!