Por Sheila: Oi Pessoas! Resenha de autor brasileiro na área ... e de literatura fantástica, um gênero que vem ganhando cada vez mais autores, atenção e crescimento nos últimos anos. Apesar de que iremos encontrar no universo descritivo criado por Leonel um misto de literatura fantástica, aventura, ficção científica, onde a realidade, o mito e a fantasia se misturam em um só.
A maior parte da trama ambienta-se na cidade de Santo Ossário, fictícia, mas que se encontra em uma região remota do Brasil, famosa por duas questões: uma é pelo seu festival de cinema; outra, mais peculiar, são os eventos bizarros ocorridos na cidade, muitos anos antes do momento em que a narração da estória começa.
Num primeiro momento seremos apresentados - ainda que separadamente - aos dois personagens principais da trama: Nicole, uma das sobreviventes aos acontecimentos noticiados em todo o país acontecidos há muito em Santo Ossário, conhecida como a "Rainha das conspirações"; e Astarte, príncipe dos elfos de Arcádia, isolado dos seus até terminar por completo seu treinamento de guerreiro.
Era a última vez que o chamava de mestre, Astarte o havia igualado.
O mentor não demonstrava qualquer satisfação; não demonstrava nada. Era pura serenidade, rosto sem expressão, sentado sobre os calcanhares na relva úmida de carvalho ...
- Vossa Alteza é Astarte. Filho de Sua Majestade, Titânia, a Rainha da Beleza. Principe dos elfos. A Primeira Flecha de Arcádia.
Prostrou-se em respeito. Astarte se ergueu.
- Então agora poderei obter respostas Harallad? Conhecerei o palácio? Conhecerei minha mãe?
- Em breve, Alteza, conhecerá seu verdadeiro destino.
Era só mais uma abdução. Assim como tantas outras, como talvez havia sido a perda de memória em plena universidade, meses antes. Era uma droga, mas quase rotina para a pessoa mais abduzida do mundo. A filha do Estripador das Hortências, a musa das lendas urbanas, garota da capa de tablóides sensacionalistas, celebrada nos principais sites sobre assassinatos ritualísticos.
Nicole Manzini, a Princesa das Cnspirações.
As histórias dos dois mundos são contadas em paralelo, sendo-nos dado sinais sobre pontos de interseção entre os dois, sendo que o mistério por detrás da infância de Nicole e do isolamento de Astarte dos outros de sua espécie vão sendo progressivamente desvendados.
Voltando a emudecer a televisão, Félix reuniu os outros materiais que pesquisara: os discos, as palavras cruzadas, as demais fitas de vídeo,
- Todos tem algo em comum Nicole. Fazem alusão a essa mulher. Muitos chamam-na de deusa, como seu pai, mas outros usam o termo "Rainha". falam da Rainha e do Dragão.
- Você acha que meu pai era ...
- Não sei. Mas o dragão parece ser um tipo de servo ou campeão favorito. Tudo isto - fez um gesto para o porão inteiro - é culto à Rainha.
Até o momento em que os dois, Nicole e Astarte, nosso universo e o de Arcádia, se tocam e se encontram. Agora os dois, juntamente com Félix, um ex militar em busca de respostas que ele nunca imaginaria serem respondidas por um elfo, irão enfrentar uma das maiores conspirações do planeta, para tentar salvar a terra de uma dominação arquitetada há milênios.
A ideia de sincronicidade perpassa toda a trama do livro, que é dividido em três partes: uma focada na história de Astarte, outra na de Nicole e, por fim, da jornada conjunta rumo a uma batalha épica pelo controle da vida no planeta como é conhecida, batalha ambientada na aparentemente pacata, mas sombria e perversa cidade de Santo Ossário.
Os personagens de Leonel Caldela são profundos e complexos, e a jornada que empreendem é muito mais interior do que física. Vi algumas resenhas que ressaltavam de uma maneira negativa o prólogo confuso e o uso excessivo de descrição. Eu, particularmente, fui instigada pelo prólogo, que não explica nada até mais da metade do livro, e na narrativa de Caldela é como se cada descrição e diálogo servissem para aprofundar mais as relações complexas existentes entre os dois mundos que buscam se fundir - sendo a destruição de um deles a consequência.
Um livro, na minha opinião, muito bem escrito, reunindo aventura, ação, romance, cenas descritas de forma crua, relatando o horror, o mal presente dentro do ser humano, aliadas a uma descrição com toda a sutileza necessária para descrever a transcendência existente na forma como todos os acontecimentos se confundem e complementam para chegar ao desfecho final - uma batalha épica e eletrizante.
Leonel Caldela, virei fã. Recomendadíssimo.
Morro de vontade de ler este livro, é o tipo de leitura que me agrada muito. Já está na minha lista de futuras compras.
ResponderExcluirEstou seguindo seu blog para acompanhar as atualizações e sempre que puder fazer uma visita.
Abraços
http://reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br/
Não conhecia. Achei a história muito boa, seria um livro que leria.
ResponderExcluirBoa resenha, recomendo muito os outros romances do autor também.
ResponderExcluirAdoro esse livro! Li e resenhei pro meu blog também. Achei a narração do Caldela incrível com as referências filosóficas e os detalhes de lutas.
ResponderExcluirEu não gostei muito do Astarte e da Nicole, mas me apaixonei pelo Abel. <3
http://chadeprosa.com/2013/08/31/livro-o-codigo-elfico-resenha/
Os autores nacionais estão arrazando cada vez mais! Que livro maravilhoso, estou louca para ler!
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