Por Juny: Depois que você lê séries como “Jogos Vorazes” e “Divergente” pode achar que nunca mais vai ler uma distopia que ainda possa te surpreender. Foi com esse pensamento que comecei “Todas as coisas que fiz”, achando que seria mais do mesmo. Grande engano! Gabrielle Zevin conseguiu criar algo novo em um tema que está caindo na mesmice.
Num futuro distópico numa Nova York caótica, coisas como chocolate e café são ilegais, substancias proibidas. Tudo é escasso e regulado através de cupons. Anya tem 16 anos e é filha de um dos chefões da máfia (que já esta morto), sua principal atividade era o contrabando de chocolates (entre outras coisas) e os negócios da família continuam funcionando sob a administração de seu tio. Anya e seu irmão (que tem problemas mentais) estão sob tutela de sua avó, que está muito idosa e doente, luta para viver com a ajuda de aparelhos. E com todos esses problemas, Anya esta firme e forte cuidando de sua avó e seu irmão e não querendo se envolver com os negócios ilícitos pelo grande risco, pois sabe que foram a causa da morte de seus pais.
– Não é trágico. – garanti. – Não é nada. Tragédia é quando alguém acaba morto. O resto são pedras no caminho.
Tudo muda quando ela é responsabilizada criminalmente de envenenar um chocolate e dar ao seu ex-namorado, se envolve com o filho do chefe da policia e vê seu irmão se envolvendo com os negócios da família. Acho que qualquer informação além disso, que é a premissa, tiraria a surpresa do leitor.
– Vamos falar para o meu pai agora – disse ele, num tom que não consegui identificar se era sério ou brincadeira.
– E vamos falar o que pra ele?
– Que o nosso amor é grande demais para ser suprimido!
– Eu ainda não te amo, Win. – falei pra ele.
– Ah, mas vai amar.
Há muitos mistérios envolvendo os acontecimentos com Anya e ela precisa descobrir em quem pode confiar. Toda a questão da Máfia é bem estruturada e o tema da distopia, embora ficcional se torna até plausível, se comparado a outros livros. Apesar de ter um pouco de romance, esse está longe de ser o foco principal do livro.
Era uma coisa ridícula de se dizer, mas, mesmo assim, senti meu corpo esquentar por dentro e tenho certeza de que provavelmente fiquei vermelha. Queria tirar o suéter. Queria tirar outras peças de roupa. Queria tirar a roupa dele.
Eu o queria.
Queria, mas não podia.
O livro é muito bem escrito, a autora nos surpreende em diversos momentos e o enredo convence. Anya é uma protagonista sensacional, responsável, determinada, preocupada com o bem estar de seu irmão e sua avó, esta disposta a abrir mão de muitas coisas e se sacrificar por eles. Nenhum outro personagem consegue roubar a cena com uma protagonista desse porte, talvez só Yuji Ono tenha atraído um pouco a minha atenção. Win é legal, fofo, mas ainda não me conquistou, espero mais dele nos próximos livros. Scarlet é a melhor amiga engraçada, que da um pouco de leveza a tensão que é a vida de Anya.
“Que Deus me perdoe por todas as coisas que eu fiz.”
Embora seja diferente das duas famosas distopias citadas no inicio da resenha, a trama agrada e consegue explorar outra vertente, sendo original. Um livro pouco conhecido e que merece ser lido. Sua continuação "Está no meu sangue - Birthright #2" foi lançada pela editora Rocco neste mês (Setembro) e em breve vocês verão a resenha aqui.
Esse livro me agradou muito, mas é uma série. Sabe quantos livros são? Quando terminar de lançar no Brasil animo lê-la.
ResponderExcluirTenho boas expectativas sobre este livro. Parabéns pela resenha!
ResponderExcluirDistopia maravilhosa, adorei a resenha!!! Rezando para o livro entrar em promoção, quero muitoooo ler!
ResponderExcluirViver sem café e chocolate??? Sem a mínima chance!! Sou chocólatra... mas eu adorei a resenha e a estória parece ser muito boa! Gostaria muito de ler!
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