Por Sheila: Oi pessoas! Como vocês estão? Tudo beleza? Resenha nova chegando ... e de trilogia! Trago a vocês hoje o primeiro livro da série “Grisha”, intitulado “Sombra e Ossos”. Nossa protagonista é Alina Starkov, uma órfã de guerra, vivendo em um mundo cheio de magia que, como não poderia deixar de ser, nem sempre é usada para promover o bem.
Para que vocês entendam melhor, vou começar explicando quem são os Grishas. Mestres da pequena ciência, que nada mais é que a boa e velha magia explicada por termos um pouco mais científicos, eles são os soldados do segundo exército do rei de Ravka, que encontra-se em guerra com as terras vizinhas.
Os Grishas dividem-se em três Ordens:
Os Corporalki compõem a ordem dos vivos e dos mortos, e subdividem-se em sangradores e curandeiros (ou seja, os que causam ferimentos e os que os curam).
Os Etherealki compõem a ordem dos conjuradores, que são aqueles que conseguem manipular as forças primais, subdividem-se em Aeros (Ar), Infernais (fogo) e Hidros (água).
Por fim, os Materialki compõem a ordem dos fabricadores, que subdividem-se em Durastes (que lidam com metais) e Alquimistas (com poções).
Todas as crianças do reino de Ravka são testadas, para saber se possuem potencial para exercer a pequena ciência, e não foi diferente para Alina e seu inseparável amigo, Maly. Ambos estavam na instituição do Duque para órfãos, quando passaram pelo teste que definiria suas vidas.
“Espere!”, gritou Maly. “O que acontece se formos Grishas? O que acontece conosco”
A mulher de vermelho os olhou de cima a baixo. “Se, por uma pequena chance, um de vocês for Grisha, então essa criança sortuda irá para uma escola especial onde os Grishas aprendem a usar seus talentos.” (...)
O menino e a menina olharam um para o outro. Como os adultos não estavam prestando muita atenção, não viram a menina apertar a mão do menino nem o olhar trocado entre eles. O Duque teria reconhecido aquele olhar. Ele havia passado longos anos nas fronteiras devastadas do norte, onde as aldeias estavam constantemente sob cerco e os camponeses lutavam em suas batalhas com pouca ajuda do Rei ou de qualquer outra pessoa. Ele tinha visto uma mulher descalça e inabalável em sua porta, encarar uma fileira de baionetas. Ele conhecia o olhar de um homem defendendo o seu lar apenas com uma pedra nas mãos.
Alguns anos depois, vamos encontrar Alina e Maly servindo no mesmo regimento do Primeiro exército do Rei, ele como soldado, e ela como Cartógrafa. Enquanto ela se tornou uma mulher magricela, com cabelos curtos, pele pálida e olhos fundos, Maly se tornou um homem requisitado pelas mulheres – muito mais do que Alina e sua escondida paixão conseguem presenciar sem suspirar.
Mesmo assim, aceita a separação que começa a se insurgir entre os dois. Até por que, os dois estão prestes a atravessar a Dobra – uma malignidade, criada há muito tempo, por um Grisha negro muito poderoso e ganancioso. Ela nada mais é que uma fenda escura habitada por terríveis monstros, que partem o reino em dois e prejudicam enormemente o reino, já que é preciso atravessá-la para chegar ao mar e não interromper o comércio.
Para tanto, o primeiro exército não está sozinho: será acompanhado por Grishas, que tentarão ajudá-los à sobreviver à travessia da Dobra, e assim continuar a servir ao Rei e ao povo de Ravka. Alina está ansiosa e temerosa com a passagem pela Dobra. É sua primeira vez, e sabe que permanecer viva é uma questão de os Grishas realizarem um bom trabalho, assim como também de muita sorte. Afinal, nem sempre os monstros da Dobra atacam, só quando descobrem que alguém a esta atravessando.
Mas esse não é o dia de sorte de Alina e Maly. O som de asas batendo lhes avisa que não conseguiram se manter longe do faro dos Volcras, seres mortos vivos que passaram a atacar as pessoas atravessando a Dobra. Num momento de extremo perigo, em que Alina vê Maly ser atacado pelos Volcras, algo acontece.
Algo dentro de mim desabou em fúria, em desesperança, com a certeza de minha própria morte. Eu senti o sangue de Maly em minhas palmas, vi a dor em seu rosto adorável. Um Volcra gritou de triunfo quando suas garras afundaram em meu ombro. A dor disparou pelo meu corpo.
E o mundo ficou branco.
Fechei os olhos quando um fluxo repentino e perfurante de luz explodiu diante de minha visão. Aquilo parecia preencher minha cabeça, me cegando, me afogando. De algum lugar acima, ouvi um guincho terrível. Senti as garras do Volcra se afrouxarem e o baque quando caí para a frente e minha cabeça entrou em contato com o convés. Então, não senti mais nada.
O mundo de Alina virou então de ponta cabeça: ela não só descobre que é uma Grisha, como é uma muito poderosa, talvez a única capaz de dar fim a terrível Dobra e restabelecer a supremacia de Ravka. Agora, junto com os Grishas, irá desenvolver o seu poder, pois não basta que o mesmo exista; é necessário que ela possa acessá-lo e controlá-lo.
Sombra e Ossos me decepcionou um pouquinho no início. Achei a trama um tanto quanto óbvia demais, talvez por ter me lembrado bastante a trilogia "Clã dos Magos" de Trudi Canavan. Mas a estória é repleta de reviravoltas e acontecimentos inusitados, que fazem deste livro uma leitura instigante. Além disso, a capa é belíssima, assim como sua qualidade e das folhas internas do livro.
No mais, ansiosa pelos outros dois, que definirão a forma como verei a trilogia. Recomendo.