Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Não vou falar da minha clavícula quebrada para não soar repetitiva (opa, já falei...) mas da resenha de hoje, que nada mais é que o primeiro livro de uma trilogia – sim, de uma trilogia mesmo, resolvi pesquisar mais a fundo os livros que resenho depois da gafe com Trono de vidro, que não tem três, mas seis livros.
Vocês conhecem George R. R, Martin? Pois bem, os fãs dele estão dizendo por aí que Joe Abercombrie é quase o novo Martin. Eu não posso confirmar nem reputar esta comparação, já que não li nada deste último para que possa comparar de fato as obras. Por isso, teremos que ficar com as minhas impressões sobre o presente livro, e conto com a colaboração de nossos comentadores, caso já tenham lido livros dos dois autores.
Primeiramente, o livro me surpreendeu. Por que, no momento em que li o titulo, “O Poder da Espada”, eu imaginei que de fato havia uma (espada), e que os personagens do livro ficariam ou a procurando, ou lutando por ela. Mas na verdade o título do livro é metafórico; quer mais significar que é através da luta que os personagens, ao menos neste primeiro livro, resolvem suas contendas, vencendo “a espada” mais forte - ou o melhor lutador.
Mas a estória é narrada em terceira pessoa, sob dois pontos de vista distintos. Começa narrando como Logen Nove dedos, um bárbaro, conseguiu sobreviver a uma emboscada dos shankas, povo com quem o seu vive em guerra. Sua vida é cheia de batalhas memoráveis, mas também de profundos arrependimentos e sentimentos que não se esperariam de um lutador como ele.
Logen trincou o maxilar e cerrou os punhos sob os retalhos podres do cobertor. Poderia voltar às ruínas da aldeia junto ao mar, só uma última vez. Poderia atacar com um urro de luta na garganta, como fizera em Carleon, quando perdera um dedo e ganhara sua reputação. Poderia tirar alguns shankas do mundo. Partí-los como havia partido Shana Sem Coração, do ombro às tripas, fazendo as entranhas caírem. Poderia vingar-se pelo pai, pela mulher, pelos filhos, pelos amigos. Seria um fim adequado para aquele a quem chamavam de Nove Sangrento. Morrer matando. Sua história poderia ser uma canção que valesse a pena ser contada.Mas em Carleon ele era jovem e forte e tinha amigos na retaguarda. Agora estava fraco, com fome, e mais sozinho impossível.
Por outro lado, nos vemos às voltas com a União onde encontraremos Jazen van Luthar, um jovem em busca de glória, mas que nem sempre gosta do esforço que é necessário que se faça para obtê-la. E um inquisidor frio e impiedoso, San Dan Glokta, que não exita em denunciar, caçar e até torturar velhos amigos, desde que isso satisfaça a política dos inquisidores e suas aspirações de poder - e mesmo que ele próprio tenha sido prisioneiro de guerra e sofrido cruéis torturas.
Por que eu faço isso?, perguntou-se o inquisidor Glokta pela milésima vez enquanto mancava pelo corredor (...) Por que alguém iria querer fazer isso? Glokta criava uma sequência ritmica pelo corredor ao passar. Primeiro o estalo confiante do calcanhar direito, depois a batida da bengala, em seguida o escorregar interminável do pé esquerdo, com as familiares pontadas doloridas no tornozelo, no joelho, nas nádegas e nas costas. Clip, tap, dor. Esse era o ritmo do seu caminhar.
Mas a eminência de uma guerra com os povos do Norte acaba fazendo com que todos estes personagens que nada tem de comum entre si – mais um mago, um aprendiz, uma escrava fugida de terras distantes, e um navegador – acabem por se encontrar, fazendo com que velhas lendas e histórias há muito esquecidas sejam relembradas, e que antigas profecias se cumpram.
Como todos eles se encontram, por que e para que ... bom, algumas dessas coisas não vou contar por que é surpresa, leia o livro; outras também não fiquei sabendo, há um mistério em torno desta aliança improvável que se forma entre personagens incomuns, e que espero sejam esclarecidos nos próximos livros.
Mas a narrativa de J. A. é empolgante, os fatos se encadeiam de uma forma rítmica e, ao mesmo tempo, com uma sincronicidade perfeita, juntando todos os pedaços de um grande quebra cabeça com maestria. As cenas de luta e batalha são muito bem descritas, épicas, e mesmo eu que não gosto muito de estórias sangrentas, acabei por me empolgar muito com esta.
Engraçado quando vi pela primeira vez o livro, o título me lembrou ao Rei Arthur e sua espada... enfim, ao poder da espada. E me fez pensar o mesmo, a espada tinha poder e havia uma espada assim envolvida no meio da história... risos. Bom saber que não é nada disso.
ResponderExcluir