Por Sheila: Oi pessoas! Como vão todos e todas? E aí, quem já conhece Cornelia Funke? Eu já conhecia, da trilogia "Mundo de tinta", os três livros já resenhados aqui pelo blog. Por isso estava com muitas expectativas quanto a este novo livro. Cheguei a pensar que ele pudesse ser uma continuação da trilogia, outros personagens habitando o mesmo mundo.
Eu estava errada. O que foi bom e ruim ao mesmo tempo. Ruim por que sinto falta de Meggie, Mo e Dedo Empoeirado. Bom, por que Cornelia (e Lionel Wigran, não esqueçamos que eles escreveram juntos) conseguiu criar um mundo ainda mais instigante e encantador apesar de que sem deixar de possuir um leve toque sombrio.
Pois bem, Jacob e Will Reckless são dois órfãos de pai. A única coisa que nos é contada ao início da obra é que um belo dia John Reckless sumiu, deixando para trás um vazio tão grande, que sua esposa mantém intocado seu escritório e o evita, enquanto Jacob, seu primogênito, faz justamente o contrário: busca no escritório empoeirado algo que, de alguma forma, dê sentido a sua semi-orfandade.
No quarto do irmão, como sempre, a luz ainda estava acesa - Will tinha medo de escuro -, e Jacob certificou-se de que ele dormia profundamente antes de abrir o escritório do pai. Sua mãe não entrara mais ali desde que ele desaparecera, mas não era a primeira vez que Jacob o visitava às escondidas, em busca das respostas que ela não queria lhe dar.
Em uma de suas incursões noturnas, acaba por se deparar com um estranho espelho, que o transporta para um mundo cheio de magia e encantamento, onde passa a se refugiar das incertezas e buscar as respostas que este mundo nega-se a lhe proporcionar, tentando encontrar conforto à sua solidão.
O ESPELHO SE ABRE PARA QUEM NÃO VÊ A SI PRÓPRIO.
Jacob fechou os olhos.
Virou de costas para o espelho.
Tateou a moldura em busca de algum trinco ou fechadura.
Nada.
Ele sempre voltava a olhar nos olhos do próprio reflexo.
Demorou um bom tempo até compreender.
Suas mãos quase não eram grandes o suficiente para cobrir a imagem distorcida de seu rosto, mas o vidro se amoldou a seus dedos como se estivesse esperando por eles, e de repente o lugar que ele via atrás de si no espelho não era mais o escritório do pai.
Doze anos se passam, e Will, seu pequeno irmãozinho, cresce, sem saber por que o irmão mais velho some, as vezes meses a fio. Jacob sempre diz ao irmão estar fora a negócios, mas nunca revelando de forma concreta por onde teria andado ou qual seria especificamente o tipo de trabalho que exerce - e que o mantém afastado por tanto tempo.
Até que um dia, Will resolve seguir o irmão e acaba descobrindo o mundo onde o irmão se refugia, que se possui sua parcela de encantamento, também é habitado por seres nada amistosos: tritões que roubam jovens donzelas das famílias, fadas traiçoeiras, bruxas comedoras de gente e, um mal atual no Mundo do espelho, os Goyls, seres com pele de pedra, que atacam seu irmão fazendo-o vítima de sua maldição.
Um erro, Jacob, depois de tantos anos de cautela. Ele se ergueu e cobriu Will com o sobretudo. (...) Os arranhões no pescoço do irmão haviam cicatrizado bem, mas no antebraço esquerdo a pedra já começava a aparecer. Os veios verde-pálidos desciam até a mão e brilhavam na pele de Will como mármore polido.
Somente um erro.
Agora, Jacob terá que lutar contra o tempo, visto que a pele de pedra que cresce em seu irmão não levará apenas sua aparência embora, mas mudará por completo quem ele era. Junto com Clara, namorada de Will que também atravessa o espelho, e Fux, uma raposa que "troca de pele" eles terão que descobrir um antídoto antes que Jacob perca a única família que ainda lhe resta.
Apesar de ser um livro mais "enxuto" que os da trilogia "Mundo de tinta" - e tudo faz crer que esta será mais uma, já que o final fica em aberto, e o livro vem nomeado como "Recklees 1" - sua escrita não deixa nada a desejar, fazendo com que a leitura flua com facilidade e aquele sentimento de ansiedade e expectativa pelo próximo capítulo esteja sempre presente.
Talvez a descoberta do espelho por Jacob, e suas primeiras incursões a este mundo novo, do qual nada se explica, sejam os únicos pontos desfavoráveis. Mas tenho esperança de que os próximos livros façam uma "retrospectiva" e lancem luz sobre as questões que não ficaram muito bem exploradas e explicadas neste primeiro volume. De qualquer forma, recomendo!
Muito Bom
ResponderExcluirOLá, Juny. Acabo de terminar Morte de Tinta. Meu coração pede continuação!!! Li tudo tão rápido que até me arrependo. Bom enfim, espero que... nao sei se devo esperar. Juny, uma série de livros também muito legal, bem escrita, instrutiva e inteligentemente histórica é da Valeria Montaldi é a saga do Monge Inglês. recomendo para quem gosta de história medieval.
ResponderExcluir