sexta-feira, 27 de junho de 2014

Documentário: "Ilha das Flores"

Olá, leitores!
Sentiram a minha falta? Hehehe...

Estou passando por grandes momentos importantes na minha vida pessoal, como o término de uma faculdade (mais precisamente: elaboração de TCC), início da minha carreira como professora, início da minha  carreira como escritora (hehehe), enfim, muitas coisas.
Por isso ando sumida.
Mas, como agora estou de férias, o tempo livre é maior, então pretendo voltar com a coluna de filmes.

E hoje trago uma novidade: Vou fazer,a  princípio, dois especiais sobre documentários brasileiros \o/
Eu adoro “docs”, porque são filmes rápidos que retratam a realidade.

Para quem não sabe, 'documentário', segundo o site WIKIPEDIA, documentário é um "gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade «tal como ela é». O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade."

Não sei porque nunca havia falado com vocês desse gênero tão interessante do cinema. Os docs são bem legais porque, muitas vezes em pouco tempo, conseguem transmitir muitas mensagens. E eu, realista que sou, adoro quando o tema de filmes é "realidade"/ drama.

Hoje, para "inaugurar", apresento-lhes, o doc. "ILHA DAS FLORES", um curta, de 1989, dirigido e produzido pelo cineasta Jorge Furtado, apresentando a história de pessoas que vivem em "Ilha das Flores". . Ele narra a desigualdade entre as pessoas de uma forma diferente, seja pelo enredo, seja pela linguagem, seja pelas imagens, então, podemos dizer que o documentário é narrado de uma forma única.

Assisti ao "Ilha das Flores" durante uma aula quando cursava Jornalismo em 2011 e, como admiradora do cinema, achei muito interessante essa forma diferente de abordar o assunto (desigualdade social), em meio a tantos clichês.

Segundo o site WIKIPEDIA, esse documentário ganhou os seguintes prêmios:
-Melhor filme de curta-metragem (e mais 8 prêmios) no 17° Festival de Gramado, 1989.
-Urso de Prata para curta-metragem no 40° Festival de Berlim, 1990.
-Prêmio Air France como melhor curta brasileiro do ano, 1990.
-Prêmio Margarida de Prata(CNBB), como melhor curta brasileiro do ano, 1990.
-Prêmio Especial do Júri e Melhor Filme do Júri Popular no 3° Festival Clermont-Ferrand,França,1991.
-Blue Ribbon Award no American Film and Video, New York, 1991.
-Melhor Filme no 7º No-Budget Kurzfilmfestival, Hamburgo, Alemanha, 1991.

Segue abaixo, o documentário completo para quem ainda não viu e para quem já viu e deseja rever. Vale muito à pena e espero que vocês gostem.

Logo estarei de volta com a Segunda Parte do especial “Docs”, trazendo um outro que também é imperdível!

Um grande beijo, Kell =)
quarta-feira, 25 de junho de 2014

Resenha: "Maldição - Wicked #2" (Nancy Holder e Debbie Viguié)

Por Gabi: Oi gentee!! Tanto tempo sumida daqui, eis que dou as caras  novamente. rs Minha vida está uma correria insana, mas estou tentando colocar tudo nos trilhos. Então vamos ao nosso assunto de hoje!

Venho trazer para vocês o segundo volume da série Wicked, lançado pelo selo Jovens Leitores da Rocco. O primeiro volume já foi resenhado por mim aqui no blog - confira resenha de Bruxaria - Wicked #1"- ou seja, se você não o leu, essa resenha contém spoilers! :O 

No primeiro volume da série, Holly descobriu ser de uma linhagem de bruxas muito poderosa, a confraria Cathers, eterna inimiga da confraria Deveraux. E lutou para impedir que eles conseguissem evocar o Fogo Negro, mas ele acabou consumindo Jer, filho de Michael Deveraux e o amor de Holy, além de tia Marie Claire.

A narrativa deste volume começa um ano depois desse acontecimento. Holly e Amanda estão sozinhas agora, já que Nicole fugiu e está perambulando pela Europa. Mas elas não tem tempo para lamentar as perdas, mas devem unir forças para destruir seu poderoso e astuto inimigo. Holly, acima de tudo, deve ser forte e exercer seu papel de líder nessa luta. 

Michael se mantém ausente, apenas unindo forças e conhecimento para atacar. O grande "X da questão" é que ela precisa descobrir quem são seus inimigos de verdade nesse caminho, quais decisões tomar e como vencer essa guerra contra os Deveraux. Será que ela vai ser forte e sábia o suficiente? Fará as escolhas certas para salvar e proteger aqueles que ama? Por onde andará Nicole? E seu amor Jer, será mesmo que ele foi consumido pelo Fogo Negro?

Com o final do primeiro volume, depositei muitas expectativas em "Maldição", que foram frustradas. O livro continua com sua narrativa fluida, mas me senti como se precisasse de um maior desenrolar dessa história. Cheguei ao final e me senti meio perdida... "Aonde Holder e Viguié vão levar essa história?" Preciso de mais mais mais e maaais informações.

Uma das coisas que acho mais bacanas, entretanto, são as retomadas ao passado das confrarias e os acontecimentos que desencadearam vários fatos do presente.  Toda essa ancestralidade e retomada no tempo me agrada e muito. É um fator que "amarra" o enredo e deixa a obra bem mais interessante. 

Então, a luz se materialzou, como antes, e tomou a forma de Isabeau, flutuando ao redor dela, os dedos dormentes tentando desatar o cinto...

... e sua voz tomou conta da mente de Hollu mais uma vez: é a maldição dos Cahors, ma chere Holly. Aqueles que amamos morrem na água, não nas chamas. Morrem afogados.
 
Foram os Deveraux que nos amaldiçoaram. eles nos perseguem ao longo dos tempos, tentando nos matar. Você precisa sobreviver. Precisamos encerrar essa vendeta... para sempre. 


Estou muito curiosa pelo terceiro volume da série, que se não me engano tem 6 volumes. Tomara que não seja tão extensa, tenho um certo "pé atrás" com séries muito extensas, sinto que perdem o rumo inicial da história e acabam se perdendo. 

E vocês aí que já leram "Bruxaria", o que acharam de "Maldição"? Não deixem de comentar, hein? Saudadees demais de vocês, gente! *--*

Beijos beijos e boa leitura!

terça-feira, 24 de junho de 2014

Resenha: "As Gêmeas" (Saskia Sargison)

Por Sheila: Oi todos e tod@s, como vocês estão? Trago a resenha de mais um autor – na verdade autora – estreante, Saskia Sarginson (nomezinho complicado, não é? Ela cresceu em Suffolk, na Inglaterra, talvez seus pais quisessem que os nomes combinassem ...) uma mãe de gêmeas, de onde parece ter advindo um pouco da sua inspiração para a criação desta história.

Nela conheceremos as gêmeas Isolte e Viola. A primeira, é uma editora de moda de uma grande revista, e esta em um relacionamento – apesar de não chamar assim – com o fotógrafo Bem. Viola está presa em uma cama de hospital, sendo alimentada por uma sonda, já que recusa-se a comer. 
- Ela dormiu muito hoje – a enfermeira avisa Isolte. Ela balança a cabeça, apontando para a cama do canto, onde há um monte pequeno. Uma forma adormecida. A forma tão pequena que é mais como um montinho criado por um arado.
Quando Viola foi internada no hospital, Isolte pensou que seria curada. Nove anos depois, Viola teve vários terapeutas e passou um mês na ala psiquiátrica; ficou um pouco melhor e depois piorou novamente. Esta é terceira vez que foi hospitalizada. O ato de desaparecimento de Viola vem acontecendo faz muito tempo.
Acontece que há algo no passado das gêmeas. Algo do que sabemos, mas que não chegamos a tomar conhecimento. Viola irá nos contar que algo aconteceu quando eram pequenas, mas não o que, ou de eu forma, apenas como se sentiu.
Estou cansada agora. Quero voltar a dormir. Estou divagando. Sei que estou. Issy não ia gostar disso. Ela me disse para ficar quieta quando tivermos de sentar naquela salinha com um homem e uma mulher nos fazendo as mesmas perguntas de novo e de novo.
O que fizemos? O que vimos? A que horas? Quando? Onde?
Eles pensavam que éramos malvadas, entende? Eles pensaram que tínhamos feito alguma coisa imperdoável.
Aos poucos, vamos sendo apresentados ao passado das duas irmãs: sua mãe hippie que as criou em uma comunidade, sem regras e sem um pai, indo depois para uma casa isolada no litoral, perto de uma floresta. A idéia era que tivessem uma vida autossustentável, e tirassem da floresta o que precisavam para viver.

Perto das outras crianças, elas são estranhas, mas compensam as gozações e comportamentos excludentes aproximando-se mais. Também ajuda conhecerem dois meninos da cidade, também gêmeos, que passam a ser seus companheiros em suas explorações pela floresta.

No desenrolar da trama, acabaremos descobrindo que não foi só Viola que ficou com marcas profundas do que quer que tenha acontecido naquela floresta. Isolte, ou Issy, também carrega seus fantasmas – apesar de sua vida aparentemente “normal” fazer com que as pessoas sequer notem.

“Gêmeas” é escrito em primeira pessoa, e narrado ora por Isolte, ora por Viola; ora no presente, ora no passado. A princípio essas “idas e vindas” me deixaram um pouco confusa, levou um tempo até que eu conseguisse diferenciar entre os tons de narração das duas gêmeas.

Mas, assim que consegui acompanhar estas duas “vozes” a leitura seguiu rápida e fácil. Afinal, a história tem todos os elementos para ser uma grande obra. Há momentos dramáticos, romances juvenis, outros mais maduros, suspense – afinal o que houve com as gêmeas? – e momentos bastante tensos que beiram o terror.

O final também me surpreendeu, esperava algo diferente. Mas valeu a pena a leitura, acabou sendo uma historia que me prendeu do início ao fim. Ficarei esperando pelo próximo livro de Saskia (espero que ela continue escrevendo!) e, por enquanto, recomendo!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Resenha: "Quando eu era Joe" (Keren David)

Por Sheila: Oi pessoas, como estão? Trago a vocês hoje o romance de estreia de Keren David, o primeiro de uma série de três – sendo que o próximo livro tem sua previsão de lançamento para julho de 2015 L. Vou esperar ansiosa que a Novo Concito nos envie o próximo exemplar de cortesia...

Ty Lewis é um garoto de 14 anos, que parecia estar no lugar errado, na hora errada. Instado a fazer “a coisa certa” por sua avó – a quem considera mais sua mãe do que Nicki, sua mãe de fato – eles procuram a polícia e descobrem que Ty pode estar em perigo.

Afinal, ele presenciou a morte de outro garoto, também com 14 anos, e parece que os responsáveis pelo ocorrido não só sabem quem ele é, mas farão o que estiver a seu alcance para garantir que Ty não testemunhe a respeito do que viu naquela noite fatídica.
- Vamos – grita o policial. – Rápido, desçam!
Descemos correndo a escada íngreme que leva à rua, arrastando nossas malas conosco. Na metade do caminho, ouvimos um enorme estampido. Quase tropeço, e o prédio inteiro parece tremer. Um som crepitante, um cheiro sufocante... e há fumaça... fumaça subindo pelo vão da escada... mas conseguimos chegar ao térreo e saímos para a noite.
Só que eles não estão mais seguros. A explosão em seu prédio foi só um indício de até onde a família do garoto responsável pela morte que Ty presenciou está disposta a ir. Pela experiência da polícia, Ty e sua mãe Nicki estão correndo sério risco de vida, e precisarão entrar para o programa de proteção à testemunha.

Agora, Ty se tornará Joe, e irá morar com sua mãe na pequena cidade acerca de 80 kilômetros de Londres, onde moravam até então. Joe será um ano mais novo que Ty, terá de repetir o oitavo ano. Além disso, seu cabelo e sobrancelha foram escurecidos, assim como seus olhos – de verde-claro para castanho, com um par de lentes de contato.

Ajudando-os, estão os detetives Maureen, responsável pela mudança do visual de ty e Nicki – que não ficou nem um pouco feliz com o seu novo look; e Doug que tem muito pouca paciência com as reclamações dos dois, Nicki com a perda de seus amigos e trabalho. Ty tendo que iniciar do zero na nova escola, Academia Parkview.
A escola é o único lugar onde me sinto tranquilo. Fora dela, estou sempre na expectativa de lojas explodindo e bandidos surgindo das sombras. É exaustivo, pois nada jamais acontece, então estou gastando uma tremenda energia ficando constantemente ligado e me preocupando.
Mas quando cruzo o portão da escola, me sinto melhor. Ninguém vai me achar aqui. Estou camuflado no meio de centenas de crianças, todas vestidas do mesmo jeito. Não é como em Londres, onde todo mundo é diferente. No pátio, a maioria tem a mesma cor, o mesmo visual. Nunca imaginei que era possível ser tão invisível.
Ty também irá descobrir que há outras vantagens em ser Joe. Por estar em uma série anterior, ele já sabe todas as respostas. Por ser mais velho, se sobressai de seus colegas e chama a atenção das meninas de sua classe. Seu novo visual, assim como sua transferência repentina e misteriosa à escola, fazem-no assumir um ar misterioso.

Agora, ele é popular, começa a se destacar nos esportes e desentender-se com outros colegas valentões de sua escola – ele que deveria permanecer escondido, incógnito e praticamente invisível. Além disso, as coisas em casa também não vão bem. Nicki também não está se adaptando à nova vida, sobrecarregando Ty que precisa cuidar dos dois.

Em meio aos primeiros romances adolescentes, Ty, agora Joe, terá que pesar seus sentimentos e aprender a viver mentindo – apesar de que vamos descobrir de que talvez haja mais coisas que ele esconde. Ou será mais grave o que a polícia vem escondendo deles?

“Quando eu era Joe” é um romance policial envolvente, muitas vezes tenso, em que mergulhamos no complexo mundo adolescente do protagonista, em meio a sua busca de uma identidade, em meio às mentiras que precisa contar. Quais são necessárias à sua sobrevivência? Em que momento precisa ser honesto? Afinal de contas, quem ele é? E quem quer ser?

Fora o livro ser narrado em primeira pessoa, o que as vezes faz com que a leitura se torne um pouco cansativa – ao menos para mim que não gosto muito deste tipo de narrativa – fiquei empolgada com o livro e curiosa pela continuação. Recomendo.


quarta-feira, 18 de junho de 2014

Resenha: “A Cidade dos Segredos” (Sasha Gould)

Por Kleris: Olá, leitores. Hoje vamos de romance histórico com uma trama intensa e misteriosa na sociedade veneziana. Embarquem na gôndola que aqui passa e vou guiar vocês por essa cidade de segredos.
– Veneza é uma cidade de segredos. – diz ele. – Todos parecem ter um. Penso no patrimônio de meu pai, que está se dilapidando; no fingimento de Beatrice perante Vincenzo; na doença do duque. 
Nada poderia deixar Laura mais feliz que deixar o convento a que foi jogada e voltar para casa, onde reencontraria sua irmã mais velha, Beatrice. Mas se achou a instituição rigorosa e exigente, é porque não sabia do que as pessoas eram capazes em Veneza. Eis que finalmente o pai a manda buscar, só que não pelos anseios da garota. Beatrice estava morta. Foi um baque e tanto para Laura, principalmente por esse afogamento da irmã deixar muita coisa no ar.

Nisso, a garota deveria tomar seu lugar quanto aos interesses e ordenações do pai autoritário, que seria de se casar com o ex-noivo de Beatrice e salvar a família da miséria iminente. Por resposta de uma educação rígida, só restava a Laura acatar e obedecer. E o faria se o noivo não fosse um velho desprezível.

Mas havia quem a ajudar, se possível. Allegreza, uma das damas da sociedade, apresenta a Laura um grupo secreto que atuava naquela comunidade veneziana, o Segreta, constituído por mulheres que, por seus segredos, controlavam o real traçar daquelas vidas e agia por debaixo dos panos de todo o teatro social. Só que para Laura conseguir qualquer ajuda, como se livrar desse destino trágico que o pai lhe lançou, ela precisava pagar um preço de entrada: revelar um segredo válido àquele grupo.

Era apenas o começo da peça social em que se metia. Na verdade, pode-se dizer que Laura foi socada ali quando a gôndola (embarcação comprida, graciosa e ligeira, peculiar para navegação nos canais de Veneza) já havia traçado muita história pelos cursos dos rios e das vidas daquelas pessoas.
Apanho uma gorda azeitona verde de uma bandeja que um criado me oferece. Do outro lado da sala, vejo Allegreza num vestido preto com ranhuras brancas na saia e penas pretas no cabelo. Animada, ela conversa com um grupo de mulheres mais velhas. Imagino que esteja sussurrando para elas o segredo do duque [...] Laura, endireite sua postura – alerta meu pai. 
Dotada ainda por muita inocência, não era acostumada com festas, com falsidades ou mesmo dramas intensos. Assistiu hostilidade entre famílias inimigas, viu-se como moeda de troca e interesse na mão do pai e ainda teve essa morte da irmã, dentre outros acontecimentos, que faziam uma teia de perdição na sua cabeça. Enquanto devia se rearranjar novamente perante a sociedade, mais dessas histórias começam a se revelar.

Mas claro, Laura também deu tempo ao seu coração, com um amor daqueles do tipo “impossível”, por causa das diferenças sociais. É com Giacomo, um pintor que atende encomendas dos mais abastados, que Laura se permite baixar mais guarda e seus dias parecem melhores, assim como ao lado de Faustina, ama e fiel escudeira.
– Eu adoro a Veneza que você descreve – digo. – A Veneza que conheço se resume a dinheiro, poder e conforto para o corpo. Que eu saiba, nunca tem nada relacionado à beleza ou à alma.
– Se esta é a minha Veneza, então também pode ser a sua.
Por um instante sublime e maravilhoso, penso que ele pode ter razão.
Com umas 250 páginas, “A Cidade dos Segredos” (Cross My Heart) é o primeiro de uma série e é uma introdução intensa. Tenho pouca experiência de leitura com enredos históricos, fora uns clássicos mesmo, então por toda narrativa me vi em filmes de época e noutros livros (como Jane Eyre, Romeu e Julieta e até Lisístrata, lá dos gregos). A escrita ajudou bastante nesse quesito, pois, de linguagem bem trabalhada, muito rica em detalhes, com alguns floreios e de traços góticos e realistas, ela nos suga para o enredo. É tudo muito tenso!

Quando Laura se vê metida num jogo de interesses e que deve lutar por sua “sobrevivência”, senão fugir das intrigas, ela tem que abdicar de sua inocência e conhecer mais desse jogo de não confiar em ninguém. Personagens como Carina, Paulina e Allegreza me fizeram sentir como a própria Laura, perdida entre histórias antigas e decisões preciosas. Assim, gostei bastante em como o caráter da protagonista foi se remoldando à nova realidade e como a história respeitou os valores da época.
– Eu não preciso fazer o que meu pai me pede, preciso? – digo, deitando na cama. Faustina estende o suave lençol sobre mim e então se senta a meu lado, me acariciando a testa.
– Querida, devemos fazer como nos mandam. A longo prazo, é melhor para nós. Os homens é que governam o mundo.
Os capítulos são curtos, o que quebra bastante a tensão e dá um segundinho para respirarmos as “deixas”. É garantido que, enquanto você não alcançar o próximo, parece que não sossega. Então se preparem, pois quando sentarem para ler, não vão querer fazer pausa alguma. Li em dois dias sofrendo com as interrupções!

Confesso que não dei muito pela capa ou pela sinopse. Mesmo ao finalizar fiquei achando que a capa ainda não fazia jus, isso até a história descansar mais. É a mesma da edição original e espero que reproduzam aqui a do segundo livro. Ambas têm muito a ver com a história.

Como toda apresentação de séries, a história tem muito o que explorar dos personagens e seus passados. O que não falta é pano pra camisa.

Recomendo para quem gosta de intrigas, mistérios e conspirações sutis. Já quero ler de novo com os segredos fresquinhos na cabeça e já quero o próximo (Heart of Glass, sem título no Brasil ainda). 

terça-feira, 17 de junho de 2014

[Gastronomia & Literatura] Hoje tem jogo!!!


Olá Pessoas,

Hoje tem jogo!! E é do Brasil!! Tá quase na hora!! É parece que estou muito ansioso! Época de Copa em casa acho o momento propício para se conhecer os hábitos gastronômicos de outros países. O jogo hoje é contra o México e para torcer para o nosso país, que tal experimentar as famosas Quesadillas?

Vamos lá:

  • 3 files de peito de frango cortados em cubinhos
  • 1/2 cebola picada
  • 1/2 pimentão verde picado
  • 150 g de queijo mussarela ralado grosso
  • 150 g de queijo cheddar ralado grosso
  • Sal a gosto
  • Pimenta a gosto
  • 1 dente de alho picado
  • Sour Cream (receita logo adelante)
  • 2 massas prontas para tortillas (se forem pequenas use 4)
Sour Cream caseiro:
  • 1 iogurte natural
  • 1 cream cheese
  • 1 lata de creme de leite
  • Suco de 1 limão
Preparo:

  1. Tempere os filés de peito de frango e refogue em seguida, deixe ficar um pouco douradinho, mas não muito seco
  2. Coloque a cebola picada e o pimentão, mexa até murchar
  3. Coloque um pouco de manteiga na frigideira, quase nada, para não ficar muito gorduroso, apenas para dourar as tortillas
  4. Coloque o recheio, um pouco do frango refogado com a cebola e o pimentão, um pouco de queijo e feche a tortilla
  5. Pressione um pouco
  6. Quando estiver dourada de ambos os lados pode retirar
  7. Se quiser coloque um pouco de sour cream dentro ou no topo de cada tortilla
  8. Repita este processo com cada uma das outras tortilla
  9. Se usar massa de tortillas grande use apenas 2 e divida ao meio depois de pronta ou então use 4 pequenas
Sour Cream caseiro:

  1. Misture tudo até ficar homogêneo, deixe na geladeira por 2 horas
Não é uma receita tão prática quanto pipoca, mas garanto que o pessoal da sua casa vai amar. Só toma cuidado para não deixar o povo mudar de time ein?

Até mais e,

Bom Jogo, Boa Leitura e Bon Apetit
segunda-feira, 16 de junho de 2014

Littera Feelings #16 – Leitores e #TáTendoCopa

Oi, pessoal.

Dei uma sumidinha da coluna, não? Estava um pouco atarefada. Outro dia meti o pé e acabei com a abstinência de leituras. Carina Rissi me arrebatou com tudo que eu tava precisando. Amo quando os livros conseguem ser certeiros assim.

Falando em livro certeiro, me pergunto o que vocês andam lendo por agora e se as leituras sobrevivem à Copa (hahahaha). Com tanto alvoroço, é quase impossível não se deixar contagiar pela energia, músicas e tanta tanta tanta publicidade em volta *cantando La La La forevermente* Até o Dia dos Namorados foi praticamente engolido, não?


Estamos numa época de festa mundial sediada em nossa casa. Não há outra coisa na boca do povo senão a Copa do Mundo – isso independente de você gostar (já cantou ooooooooh nessa propaganda da Coca-cola?) ou não (pai briga com filho protestando na rua). Acho que nossa consciência, de leitores críticos a cidadãos, não deve se sentir culpada pelo simples ato de vestir amarelo e verde e ligar a TV.



A interatividade em si nos deixa bem atentos (viram essa teoria no vídeo sobre a FIFA? E essa matéria sobre o exosqueleto?). E não importa se você saca tudo ou saca nada de futebol (vide esta tirinha), é tudo muito contagiante para nos darmos conta se foi impedimento, se tem pênalti. A gente grita e comemora do mesmo jeito. E nem por isso deixamos de protestar. Como os livros veem nos dizendo – e distopias têm enfatizado – o importante é estar consciente do que acontece ao redor e por que acontece. O que deve prevalecer é nossa leitura de mundo.

A mídia tem sido essencial. A publicidade tá tão show que tudo viraliza (melhor acompanhamento da rede você vê no youpix) em questão de segundos #TáTendoCopa. A emoção é a de sempre, mas, numa era de ouro da comunicação globalizada como esta em que vivemos, é claro que tudo isso se intensifica.


Mesmo quem não acompanha ou não quer participar dessa festa, tem outros meios de se divertir nesse evento mundial. Uma breve passada na sua conta de twitter, facebook, tumblr (e outros), captura bem isso. O live blogging/live posting, nesse sentido, é uma das atividades mais aclamadas do meio virtual e faz uma das melhores coberturas de qualquer evento. Se aquele fim de novela deu o que falar, #ImaginaNaCopa.

Encontramos muito do conteúdo de zoeira, verdade, porém, foi com o impulso das próprias redes sociais que tivemos aqueles manifestos ano passado do #VemPraRua, sem falar que própria zoeira também pode ser considerada uma forma de protesto. Só saber onde está consciência antes de tirar uma selfie.


No meio dessa brincadeira toda, se você, meu amigo, consegue reservar um tempinho de tranquilidade para ler, somente espero que não morra do coração – como eu no outro dia, quando soltaram bomba de festa junina na minha rua. Se não são os estudos, as provas ou a Copa que nos interrompe, lembremos das bombas também. Tá difícil para manter a concentração, mas, somos brasileiros e brasileiro não desiste, né? ¯\_()_/¯

Boas leituras, boa Copa e bom bolão!


 I dare you.

Até a próxima,

Kleris Ribeiro.


P.S. (1): Feliz Bloomsday, pessoal! Curiosos podem entender aqui #Bloomsday2014

P.S. (2): Normalmente peço autorização para uso dos tweets em posts, hoje não deu por pressa rs Mas qualquer problema em ter usado seu material, só avisar o/
quarta-feira, 11 de junho de 2014

Resenha: "Tormento" (John Boyne)



Por Marianne: John Boyne já é conhecido por O menino do pijama listrado, que virou até filme. Em Tormento, mais uma vez, ele nos mostra tudo a partir da visão de uma criança. O narrador de Tormento é Danny Delaney, uma criança de doze anos que vive com os pais e tem um irmão que faz faculdade e mora em outra cidade 
A rotina de Danny muda no dia em que sua mãe demora mais do que o normal pra chegar em casa. Danny absorve todo o clima de preocupação transparecido pelo comportamento do pai e começa a imaginar o que poderia ter acontecido com a mãe.
Até que finalmente a campainha toca e a mãe aparece escoltada por policiais, mostrando estar completamente em choque.
Depois de uma conversa nada esclarecedora com o pai, Danny descobre o que aconteceu com sua mãe que a deixou tão em choque: ela estava voltando pra casa quando um garotinho entrou na frente do carro e não houve meios de desviar, e agora ele está em coma no hospital.
É óbvio que pra Danny o comportamento da mãe não faz muito sentido, afinal o garotinho nem morreu, está no hospital sendo cuidado por médicos, então por que a mãe se comporta como se nada mais importasse e Danny nem mais existisse
No meio de toda essa confusão de informações — ou falta delas — Danny percebe uma garotinha que desde o acidente parece estar espionando sua casa. E acaba surgindo uma amizade bastante inusitada entre os dois.
— Ele vai acordar.
— Como é que você sabe?
— Eu sei, só isso — eu disse. Ela não pareceu muito feliz com resposta. Na verdade estava até com cara de brava, então mordi o lábio e resolvi que no futuro era melhor refletir antes de sair dizendo coisas por ai.
O livro mostra muito bem uma situação que todo mundo já viveu nessa fase de “preciso me comportar como um adulto mas não tenho maturidade suficiente pros adultos discutirem os problemas comigo”. É nessa circunstância que Danny está dentro de casa. O pai não explica completamente a situação pro garoto e ao mesmo tempo espera que ele entenda o momento difícil pelo qual a mãe está passando. Porém, esquecendo, diante de todos os problemas, que Danny ainda é uma criança amadurecendo ainda seu lado mais emocional (se a mãe está triste por que ele tem que deixá-la em paz ao invés de ir lá abraçá-la e tentar consolá-la dizendo que tudo vai ficar bem?).
Olhando pelo lado do “adulto responsável” que é o pai nós entendemos que afinal o “ser adulto” não existe e na verdade ninguém nunca está preparado pra lidar com o infinito mar de situações que a vida nos coloca. E por isso talvez a dificuldade em explicar pra Danny claramente quais são as consequências do acidente sobre sua mãe (a possibilidade do garotinho em coma morrer, por exemplo).
A imaturidade de Danny vai ficando mais evidente no desenvolver da história, e apesar de na descrição ele ter doze anos, eu achei que o comportamente condiz mais com uma criança de uns dez anos.
Mais tarde fiquei com fome de novo. Fui atrás de outro hambúrguer com fritas, mas dessa vez tomei um sorvete também, e como o sorvete estava muito bom, pedi outro. Só me restavam três libras agora, mas resolvi que ia me esforçar para fazer com que durassem.
Diferente de O menino do pijama listrado que é narrado por uma criança mas não é um livro voltado para o público infantil, Tormento parece ter sido escrito para esse público com suas poucas páginas, fácil leitura e uma identificação sem tamanho com esse universo de criança no lento processo de virar adolescente.
O livro é bem curtinho, aquele tipo perfeito de livro pra carregar numa viagem de algumas horas. John Boyne nos mostra mais uma vez sua capacidade absurda de descrever o mundo pelos olhos de uma criança de um modo que cativa pessoas de todas as idades. Leitura mais que recomendada!

domingo, 8 de junho de 2014

Resenha: "O Ladrão do Tempo" (John Boyne)

Por Sheila: Oi todo mundo! Como estão? Eu estou muito feliz,escrevendo no último dia de feriadão de páscoa e cumprindo com a minha meta de cinco-resenhas-no-feriado! Ok, eu ainda tenho outras nove resenhas para fazer, mas pelo menos agora não me sinto mais DESESPERADA. Como há um defasagem de tempo entre eu colocá-la em rascunho e ser publicada (quem decide isso é a Junny, a administradora e dona do blog) eu não sei de quando falo com vocês mas mesmo assim ... feliz páscoa! (de novo!)

(No fim das contas não consegui terminar essa resenha antes da sexta-feira, logo, 3 dias depois do prazo ...)

Li o livro que vou resenhar para vocês já há um tempinho, mas sofro da maldição como-é-difícil-falar-de-obras-que-nos-cativam, motivo pelo qual demorei para me animar a começar a escrever sobre este livro em particular. Mas vamos lá! Vocês se lembram do John Boyne? Aquele que escreveu “O garoto do pijama listrado”? Pois então, eu descobri que ele já escrevia antes deste livro “estourar”. Ou seja, “O ladrão do tempo” é um livro anterior.

Na trama, vamos conhecer as inúmeras vidas de Matthieu Zéla. Sim inúmeras. Não por que ele tenha de fato vivido inúmeras vidas, mas por que ele não envelhece, o que o faz viver um período muito superior ao de um ser humano normal, e viver um sem fim de  experiências.
Eu não morro. Apenas fico mais e mais velho.
Se você me visse hoje, com certeza diria que sou um homem perto dos cinqüenta anos. Meço exatamente um metro e oitenta e quatro – uma estatura perfeitamente aceitável para qualquer homem, você há de concordar comigo (...) tive a sorte de meu cabelo – antes espesso, escuro e abençoado com uma ondulação sutil – ter resistido a tentação de cair todo de uma vez; ele só ficou um pouco mais ralo no alto da cabeça e assumiu um tom grisalho bastante atraente.
Atualmente, ele é um dos donos de uma emissora de televisão, e tem de dar conta da eminente demissão de uma de suas melhores repórteres e com seu sobrinho Tommy, uma celebridade juvenil que vem demonstrando um preocupante envolvimento com uso de entorpecentes.

Bom, na verdade ... não fica tão preocupado assim. Afinal, essa é a sina dos DuMarqué: nenhuma deles nunca consegue ultrapassar os vinte e poucos anos, como se uma maldição tivesse sido lançada sob a família.

Voltando no passado, Matthieu era francês, e vivia com a mãe e o pai em Paris, até que este morreu assassinado. Depois disso, a mãe casou-se novamente com Philippe DuMarqué. Só que ele não era um bom marido nem padrasto. Frequentemente, espancava a mulher e enteado, até o dia em que passou dos limites e matou a esposa. A ultima coisa que Matthieu viu da França, foi o enforcamento do padrasto, indo embora com as roupas do corpo e o meio-irmão Tomas.

Foi no barco que pegou para Dover, que conheceu Dominique Sauvet, uma adolescente como ele – só contava com 15 anos quando empreendeu essa jornada. Só que ela era mais velha. E mais experiente. E, após uma noite passada juntos, passaram a morar e viajar juntos, apesar de nunca mais terem compartilhado da mesma cama após aquela noite.
Naquela noite, porém, tive uma surpresa desagradável. Dominique ordenou que eu dormisse no chão com Tomas (...) Quis perguntar o que havia de errado, porque de repente ela me rejeitava daquela maneira, mas não consegui encontrar as palavras ... eu já pensava em como queria cuidar dela, ficar ao seu lado para sempre, mas hoje não tenho dúvidas de que ela achava que, como eu tinha apenas quinze anos, se quisesse algum futuro neste mundo, provavelmente não conseguiria comigo.
Assim, no restante da narrativa, vamos acompanhar Matthieu com as alegrias e tragédias envolvendo seu primeiro amor, as diversas outras vidas que viveu ao longo de seus mais de duzentos anos, seus inúmeros casamentos e, principalmente, a morte trágica de muitos Tomas e Tommys DuMarqué.

Sua vida atual e a primeira delas, junto com seu meu irmão Tomas e Dominique, vai sendo contada aos poucos, ao longo do livro, recheada por diversas histórias paralelas de sua vida pelo mundo, realizações, mas também algumas tragédias, da construção de grandes museus, à Revolução Francesa e a perda de um dos Tomas para a Guilhotina.

Para mim, foi impossível tirar os olhos das páginas do livro.  John Boyle conseguiu construir uma narrativa cativante, com um ritmo absolutamente perfeito, fazendo com que todas as 560 páginas fossem prazerosas  e proveitosas.

As reflexões de Matthieu, seus erros e acertos, tornaram a obra – ao menos para mim – cativante! Recomendo!

.
 
Ana Liberato