Por Marianne: John Boyne já é
conhecido por O menino do pijama listrado,
que virou até filme. Em Tormento, mais uma vez, ele nos mostra tudo a partir da
visão de uma criança. O narrador de Tormento é Danny Delaney, uma criança de
doze anos que vive com os pais e tem um irmão que faz faculdade e mora em outra
cidade
A rotina de Danny
muda no dia em que sua mãe demora mais do que o normal pra chegar em casa.
Danny absorve todo o clima de preocupação transparecido pelo comportamento do
pai e começa a imaginar o que poderia ter acontecido com a mãe.
Até que finalmente a
campainha toca e a mãe aparece escoltada por policiais, mostrando estar
completamente em choque.
Depois de uma
conversa nada esclarecedora com o pai, Danny descobre o que aconteceu com sua
mãe que a deixou tão em choque: ela estava voltando pra casa quando um
garotinho entrou na frente do carro e não houve meios de desviar, e agora ele
está em coma no hospital.
É óbvio que pra Danny
o comportamento da mãe não faz muito sentido, afinal o garotinho nem morreu,
está no hospital sendo cuidado por médicos, então por que a mãe se comporta como se nada mais importasse e Danny nem
mais existisse
No meio de toda essa
confusão de informações — ou falta delas — Danny percebe uma garotinha que
desde o acidente parece estar espionando sua casa. E acaba surgindo uma amizade
bastante inusitada entre os dois.
— Ele vai acordar.— Como é que você sabe?— Eu sei, só isso — eu disse. Ela não pareceu muito feliz com resposta. Na verdade estava até com cara de brava, então mordi o lábio e resolvi que no futuro era melhor refletir antes de sair dizendo coisas por ai.
O livro mostra muito
bem uma situação que todo mundo já viveu nessa fase de “preciso me comportar
como um adulto mas não tenho maturidade suficiente pros adultos discutirem os
problemas comigo”. É nessa circunstância que Danny está dentro de casa. O pai
não explica completamente a situação pro garoto e ao mesmo tempo espera que ele
entenda o momento difícil pelo qual a mãe está passando. Porém, esquecendo,
diante de todos os problemas, que Danny ainda é uma criança amadurecendo ainda
seu lado mais emocional (se a mãe está triste por que ele tem que deixá-la em
paz ao invés de ir lá abraçá-la e tentar consolá-la dizendo que tudo vai ficar
bem?).
Olhando pelo lado do
“adulto responsável” que é o pai nós entendemos que afinal o “ser adulto” não
existe e na verdade ninguém nunca está preparado pra lidar com o infinito mar
de situações que a vida nos coloca. E por isso talvez a dificuldade em explicar
pra Danny claramente quais são as consequências do acidente sobre sua mãe (a
possibilidade do garotinho em coma morrer, por exemplo).
A imaturidade de
Danny vai ficando mais evidente no desenvolver da história, e apesar de na
descrição ele ter doze anos, eu achei que o comportamente condiz mais com uma
criança de uns dez anos.
Mais tarde fiquei com fome de novo. Fui atrás de outro hambúrguer com fritas, mas dessa vez tomei um sorvete também, e como o sorvete estava muito bom, pedi outro. Só me restavam três libras agora, mas resolvi que ia me esforçar para fazer com que durassem.
Diferente de O menino do pijama listrado que é
narrado por uma criança mas não é um livro voltado para o público infantil,
Tormento parece ter sido escrito para esse público com suas poucas páginas,
fácil leitura e uma identificação sem tamanho com esse universo de criança no
lento processo de virar adolescente.
Olá!
ResponderExcluirGostei da resenha, eu conheci o livro em um evento da editora e pretendo lê-lo assim que possível. Mas antes quero ler O Menino do Pijama Listrado, todo mundo fala que é incrível e eu quero ver se realmente é verdade.
http://refugiorustico.blogspot.com.br/
Eu já li o Menino do Pijama Listrado é recomendo demais Maria, você vai adorar. Achei Tormento é um livro que pode facilmente ser lido por uma criança, já o Menino do Pijama Listrado pode causar um pouco de confusão nos pequenos por conta dos fatos históricos que eles podem acabar não entendo.
ExcluirMas nesse segundo livro do John Boyne posso dizer que o cara sabe muito bem o que está fazendo!