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“Você viu a estátua na cidade?”
“A estátua?”
“A mulher com o balde de bluebarries.”
Pelo jeito, era a estátua que eu estava tentando fotografar quando caí no píer. “Sim, acho que sei qual é.” “Diferente, não?”, ele comentou. “A maioria das cidades teria uma estátua do fundador, uma figura importante. Nós temos a dama de blueberry.”
“Pensei que ela estivesse carregando um balde de uvas.”
Roy levantou as sobrancelhas. “Uvas? Nunca repita isso para alguém de Beacon. Expulsam você da cidade na hora.”
Fiquei lá sentada, respirando a maresia, imaginando a Vovó sentada no mesmo lugar [...] Eu tinha feito uma descoberta – uma janela para a vida da minha avó. Uma vida sobre a qual nós não sabíamos nada. Isso era uma dádiva, inesperada e maravilhosa. O quanto ainda por descobrir eu não tinha ideia.
“O mais importante de tudo”, ela disse, estendendo o braço em direção ao horizonte diante de nós, “é a composição – o que seu olhar escolhe fotografar. O que fica dentro e o que fica fora.” Ela apontou para a câmera. “Quando você olha para o visor, precisa saber o que faz sentido. Precisa se perguntar se há alguma perspectiva melhor para ver a cena à sua frente – talvez uma perspectiva mais interessante ou de um jeito que você não tinha pensado. Há tantas maneiras diferentes de olhar a mesma coisa, Ellen.”
O leitor se lembra de quando terminou o romance e continuou sentado naquele banco, olhando lá fora, no alto, o relógio da Central lhe dizendo que era hora de ir para a Universidade. Ele não iria. Nem naquele dia nem nos outros. Algo se rompera dentro dele, algo que resultaria no abandono do curso e na opção por outro. (Flávio Carneiro – O leitor fingido, p. 66)
Certa noite de verão, caí no sono desejando que o mundo fosse diferente quando acordasse. Quando abri os olhos de manhã, estava tudo igual. Afastei os lençóis e permaneci deitado, enquanto o calor entrava pela janela aberta.
Estendi o braço para sintonizar o rádio. Tocava “Alone”. Droga. “Alone” de uma banda chamada Heart. Não era minha banda favorita. Não era meu assunto favorito. “Você sabe quanto tempo ...”
Eu tinha quinze anos.
Estava entediado.
Estava infeliz.
- Posso ensinar você a nadar.
Fui até a lateral da piscina e fiquei de pé, os olhos quase fechados por causa do sol. Ele estava sentado na beirada. Encarei-o com desconfiança. Um cara que se oferece para ensinar alguém a nadar com certeza não tem nada melhor para fazer da vida. Dois caras sem nada para fazer da vida? Quão divertido poderia ser?
Eu tinha uma regra: melhor se entediar sozinho do que acompanhado. E quase sempre seguia essa ideia.
Dante baixou o olhar para o passarinho morto. Há poucos minutos, estava com uma raiva enorme. Agora parecia prestes a chorar (...)
Passamos uns instantes ali parados, olhando para o pássaro morto.
- É só um pardalzinho – ele disse. E começou a chorar.
A noite quente de verão, aliada a alguns infortúnios do trajeto, não oferecia nenhum alento. A viagem fora longa. O hábito grosso, escuro, inapropriado ao tempo, mas adequado à função do viajante, contribuía para o suor excessivo que se acumulava nas dobras de seu corpo. Sua solitária figura procurava distinguir, entre os arbustos iluminados pela lua, possíveis buracos ou depressões que pudessem causar danos à montaria.
Meredith se virou, vendo a mãe no meio dos convidados, imóvel, o rosto pálido, os olhos azuis faiscando. Sangue escorria de sua mão. Ela havia quebrado o copo de coquetel e mesmo dali Meredith podia ver um caco de vidro fincado na mão dela.
- Chega – disse a mãe em tom ríspido. – Isso não é entretenimento para uma festa.
Os convidados não sabiam o que fazer; alguns levantaram, outros permaneceram sentados. A sala ficou em silêncio.
- Eu nunca deveria ter contado para vocês esses ridículos contos de fadas – Mamãe disse, o sotaque russo acentuado por causa da raiva. – Esqueci como meninas podem ser românticas e cabeça oca.
Ele segurou a mão dela e fitou os olhos marejados da filha.
- Importa sim – disse ele, os lábios tremendo, a voz tão fraca que ela mal conseguia ouvir. – Ela precisa de vocês... e vocês precisam dela. Prometa.
- Prometer o quê?
- Depois que eu me for. Conheça sua mãe.
- Como? - Ambos sabiam que não havia forma de se aproximar da mãe dela. – Eu tentei. Ela não fala conosco. Você sabe disso.
- Faça-a contar a história da camponesa e do príncipe. – Ao dizer isso, ele fechou os olhos novamente e sua respiração ficou ainda mais pesada. – Mas história inteira
Quando seu filho nasce, cada uma das suas conquistas parecem superar a anterior, e cada uma faz você se sentir cada vez mais conectado a ele. Simples necessidades biológicas dão lugar a interação, que dá lugar às brincadeiras, que dão lugar a conversas relevantes e assim por diante. O relacionamento fica mais próximo a cada fase. A certa altura, no entanto, você chega ao topo da curva. Seu filho continua a crescer, a se tornar um ser humano mais completo e mais denso, mas sua ligação com esses eventos se torna cada vez mais distante.
Becky percebeu algo disforme na escuridão. Ao chegar mais perto —como ela estava se movendo? —, a imagem começou a se aproximar. Era a nuca de uma cabeça de uma mulher. Uma cabeça com mechas de cabelos lustrosas e brilhantes como as de sua prima Kiley. A cabeça se virou e Becky viu o rosto da mulher—e imediatamente soube quem era.
"Solto uma risada, e é a risada, e não a luz, que expulsa a escuridão que estava se acumulando dentro de mim, que me lembra de que ainda estou viva, mesmo que seja neste lugar estranho, onde tudo em que eu acreditava está desmoronando. "
"Eu me apaixonei por ele. Mas não fico com ele de maneira automática, como se não estivesse mais ninguém disponível para mim. Fico com ele porque decido fazê-lo todos os dias quando acordo e sempre quando brigamos, mentimos um para o outro ou nos desapontamos. Eu o escolho continuamente, e ele me escolhe também."
"Sinto uma pontada no centro do peito. Ela tem razão. O desespero pode levar uma pessoa a fazer coisas surpreendentes. Nós dois sabemos bem disso."
"Eu a vira, mas não a enxergara; ninguém a enxergara como ela era de fato, até que ela pulou. Imagino que uma chama que queime com tanta intensidade não seja feita para durar."
Sinopse - O Instinto de Morte - Jed Rubenfeld
Tendo como pano de fundo um dos grandes mistérios da história americana - o atentado à bomba que pôs abaixo Wall Street, em 1920 -, O Instinto de Morte é a volta de Jed Rubenfeld ao universo literário de A Interpretação de um assassinato, romance que o consagrou mundialmente. O Instinto de Morte contém todos os elementos do melhor thriller policial, mas também a recriação histórica acurada e a percepção sombria e densa da mente humana, que fizeram de seu livro anterior um best-seller internacional. Costurando ficção e realidade, psicanálise e suspense, o autor coloca Sigmund Freud e Marie Curie no cerne de uma trama de consequências devastadoras, conforme um quarteto de heróis tão improváveis quanto ambíguos tenta resolver seus conflitos pessoais e desvendar um dos maiores e mais incompreensíveis ataques terroristas já vividos em solo americano.
Juliana Rios
Graduada em Administração, aventureira e fundadora dos blogs Dear Book e Juny Pelo Mundo. Apaixonada por viagens, culturas e em descobrir novas possibilidades. Mora em São José dos Campos – SP.