Por Sheila: Oi pessoos e pessoas (ok, estou meio engraçadinha hoje...) vocês sabem quem foi Aristóteles? E Dante? Sim?!?!? Então esqueçam tudo o que vocês sabem antes de se aventurar pelas páginas de “Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo” (nome comprido não é mesmo?) livro de Benjamin Alire Sáenz e que já ganhou o Stonewall Book Award (que eu não sei bem o que é, mas estava na orelha do livro) entre outros prêmios.
Bom, vamos à resenha: Dante e Aristóteles – que gosta de ser chamado de Ari, no que vamos respeitá-lo – são dois adolescentes que não poderiam ser mais diferentes. Bom, algumas coisas eles tem em comum, sim. Os dois são descendentes de Mexicanos. Os dois parecem se sentir um tanto quanto receosos quanto ao que deveriam estar fazendo enquanto adolescentes.
Fora isso, os dois não poderiam ser mais diferentes, como a luz e a escuridão. E escuridão é o que mais há nos pensamentos de Ari, que tem que lidar todo o tempo com o silêncio dentro de suas casa: o silêncio sobre seu irmão mais velho, que está preso; o silêncio de seu pai, que lutou no Vietnã e parece ter deixado uma parte sua lá antes de voltar para casa.
Certa noite de verão, caí no sono desejando que o mundo fosse diferente quando acordasse. Quando abri os olhos de manhã, estava tudo igual. Afastei os lençóis e permaneci deitado, enquanto o calor entrava pela janela aberta.
Estendi o braço para sintonizar o rádio. Tocava “Alone”. Droga. “Alone” de uma banda chamada Heart. Não era minha banda favorita. Não era meu assunto favorito. “Você sabe quanto tempo ...”
Eu tinha quinze anos.
Estava entediado.
Estava infeliz.
Nossa história começa em um verão de 1987 e vamos encontrar um Ari solitário, taciturno e confuso. Quando ele decidi ir nadar – o que ele não sabe, se contentando em ficar boiando na piscina – a última coisa que espera encontrar é um amigo.
- Posso ensinar você a nadar.
Fui até a lateral da piscina e fiquei de pé, os olhos quase fechados por causa do sol. Ele estava sentado na beirada. Encarei-o com desconfiança. Um cara que se oferece para ensinar alguém a nadar com certeza não tem nada melhor para fazer da vida. Dois caras sem nada para fazer da vida? Quão divertido poderia ser?
Eu tinha uma regra: melhor se entediar sozinho do que acompanhado. E quase sempre seguia essa ideia.
Só que desta vez Ari resolveu ceder e conheceu Dante: um adolescente que beijava seu pai, professor universitário, no rosto sempre que entrava em casa; lia poesia, mantinha um caderno de desenhos secreto, e chorava por passarinhos mortos.
Dante baixou o olhar para o passarinho morto. Há poucos minutos, estava com uma raiva enorme. Agora parecia prestes a chorar (...)
Passamos uns instantes ali parados, olhando para o pássaro morto.
- É só um pardalzinho – ele disse. E começou a chorar.
Confesso que me surpreendi com o livro. A capa é muito bonita, mas o título comprido e a sinopse não haviam me atraído nem um pouco. Ao começar a lê-lo, no entanto, não consegui parar mais.
Os diálogos entre Ari e Dante são incríveis. Cheios de um humor sarcástico e irônico, sendo divertidos e profundos ao mesmo tempo. Durante a leitura, iremos encontrar humor e drama em proporções exatas para prender nossa atenção e instigar nossa curiosidade.
Afinal, a amizade que se constrói entre estes dois adolescentes é tão forte, que começamos a nos perguntar: e agora? Até onde isso irá? E como vai acabar? Bom, eu na verdade sei, como acaba, mas claro que não vou contar para vocês, para não estragar a surpresa J.
A história é narrada em primeira pessoa, por Ari. As sentenças, assim como os capítulos, são curtas. E o desfecho é muito fofo, não esperava, mas gostei muito. E você? esperando o que para descobrir se estes dois conseguiram ou não desvendar os Segredos do Universo? Recomendadíssimo.
Eu não sabia exatamente sobre o que esse livro era, então não tinha lá um grande interesse nele, mas gostei da sua resenha. Talvez eu dê uma chance a ele :)
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