Por Mariane: Tenho um certo preconceito com livros que contam a história
de mundo de fantasia, universos paralelos e seres mágicos. Não que eu não
goste, eu adoro, mas geralmente não me convencem e esse é o problema. Não me
julguem, eu sou parte da geração que cresceu lendo ♥J. K.
Rowlling♥, meus níveis de exigência pra um mundo de fantasia convincente são
altíssimos.
E foi com esse preconceito (bobo, eu sei) que comecei a ler
A menina que semeava.
Chris é um botânico divorciado que tenta a todo custo
recuperar o relacionamento que tinha com a filha Becky antes do divórcio. Becky,
de quatorze anos, vive com a mãe, Polly, e teve a infância marcada por um
triste episódio: quando tinha quatro anos foi diagnosticada com leucemia e foi
submetida aos tratamentos pra se livrar da doença.
Com a intenção de tornar as visitas aos hospitais e as sessões
de quimioterapia menos aflitivos à filha Chris criou junto de Becky um mundo de
fantasia chamado Tamarisk. Um universo com rei, rainha, princesa, inimigos, reuniões
diplomáticas e criaturas fantásticas. Cada detalhe de Tamarisk foi criado pela
imaginação de pai e filha e, vivendo no meio de um mundo real de luta contra o
câncer e um mundo imaginário com rei e rainha, Becky venceu a leucemia.
Mas o tempo passou, Chris e Polly se divorciaram e o
relacionamento afetuoso e estreito que Chris e Becky costumavam ter, assim como
suas histórias sobre Tamarisk, foram desaparecendo aos poucos.
Quando seu filho nasce, cada uma das suas conquistas parecem superar a anterior, e cada uma faz você se sentir cada vez mais conectado a ele. Simples necessidades biológicas dão lugar a interação, que dá lugar às brincadeiras, que dão lugar a conversas relevantes e assim por diante. O relacionamento fica mais próximo a cada fase. A certa altura, no entanto, você chega ao topo da curva. Seu filho continua a crescer, a se tornar um ser humano mais completo e mais denso, mas sua ligação com esses eventos se torna cada vez mais distante.
Quase dez anos depois de ter vencido o câncer Becky começa a
sentir umas fraquezas e tonturas que ela sabe que podem ser um péssimo sinal.
Na esperança de que seja apenas um mal estar Becky ignora os sintomas e espera
pra ver os resultados de seus exames de rotina, que estão marcados pra daqui
alguns meses.
Enquanto isso, num lugar distante chamado Tamarisk, rainha Miea tem ocupado quase todo o seu tempo tentando descobrir a causa de uma praga que está se espalhando rapidamente pelas plantações do reino. Toda sua equipe de estudiosos está trabalhando no caso e ninguém parece perto de chegar a uma solução.
É em meio a esses medos e ansiedades que carregam pra si e na busca de uma resposta pra algo que parece não ter solução que Miea e Becky, a partir de uma conexão especial, criam uma ponte entre os dois mundos por onde Becky pode visitar Tamarisk sempre que está na sua cama na casa do pai — lugar onde a alguns anos atrás eles criaram todas as histórias do reino.
Enquanto isso, num lugar distante chamado Tamarisk, rainha Miea tem ocupado quase todo o seu tempo tentando descobrir a causa de uma praga que está se espalhando rapidamente pelas plantações do reino. Toda sua equipe de estudiosos está trabalhando no caso e ninguém parece perto de chegar a uma solução.
É em meio a esses medos e ansiedades que carregam pra si e na busca de uma resposta pra algo que parece não ter solução que Miea e Becky, a partir de uma conexão especial, criam uma ponte entre os dois mundos por onde Becky pode visitar Tamarisk sempre que está na sua cama na casa do pai — lugar onde a alguns anos atrás eles criaram todas as histórias do reino.
Becky percebeu algo disforme na escuridão. Ao chegar mais perto —como ela estava se movendo? —, a imagem começou a se aproximar. Era a nuca de uma cabeça de uma mulher. Uma cabeça com mechas de cabelos lustrosas e brilhantes como as de sua prima Kiley. A cabeça se virou e Becky viu o rosto da mulher—e imediatamente soube quem era.
Becky se envolve de maneira tão leal a Tamarisk que é
impossível não nos envolvermos também. A busca por uma solução para a praga que
está destruindo o reino se torna um dos seus principais objetivos e é nessa
busca que se inicia uma etapa de reaproximação com seu pai e de divergências
com a mãe.
O livro demora um pouquinho pra engatar e dar aquela sensação de que finalmente a história está fluindo, mas quando flui vamos nos encantando cada vez mais pela relação de cumplicidade e carinho de Becky e Chris.
O mundo de Tamarisk acabou me convencendo por que o autor acertou em cheio em não detalhar muito o modo como o mundo funcionava. A ideia central do livro não é te fazer se encantar com os seres mágicos e a lógica relacionada ao mundo de fantasia, mas sim compreender a história por trás de tudo aquilo.
E no fim compreendemos tudo, de uma maneira linda, mostrando como a nossa imaginação pode transformar momentos e nos fazer viajar através de histórias.
Sei que muita gente torce o nariz pra livros com temática fantasiosa, alguns por que não gostam mesmo, outros por puro preconceito “é-coisa-de-criança”. Mas acredito que todo mundo ao pegar um livro pra ler, seja uma biografia, um romance ou um suspense embarcamos nós mesmos no nosso “Tamarisk” particular e por momentos nos esquecemos de todos os problemas a volta e nos concentramos apenas na história contada. E é por isso que apesar de ser cri-cri eu adoro o gênero, e recomendo muito A menina que semeava pra quem ainda acredita nos poderes “mágicos” da imaginação.
Oi Mariane!
ResponderExcluirEu li A Menina que Semeava e não gostei muito, achei cansativo e repetitivo. Logo de cara percebi a relação entre os mundos e o livro foi perdendo o encanto... Talvez tenha lido em um momento muito propício para o estilo.
Bjs!
http://www.quemlesabeporque.com/
Oi Nina, acho que livro é muito coisa de momento mesmo, mas as vezes não rola em momento nenhum rs. Que pena que foi o seu caso! :(
ExcluirA relação entre os dois mundos fica bem evidente pra quem é mais sagaz mesmo, mas o que me prendeu ao livro foi ver o desenvolvimento da relação entre pai e filha, acho muito legal quando um livro voltado pra um público mais novo foge um pouco do romance entre menino e menina, ainda mais com uma personagem feminina adolescente.
Beijo!
Oie
ResponderExcluirEu ainda não li esse livro, mas ele está aqui na minha pilha de próximos hahaha Eu não sabia muito do que se tratava a história, então sua resenha me iluminou um pouco... Gostei bastante da ideia, e espero que o livro seja tão bom quanto tudo o que tem pra ser rs
E essa capa, também, é maravilhosa, né?
Adoro fantasia <3
Beijos,
Leeh - Caverna Literária
Tomara mesmo que você goste! Pelo que li por aí o pessoal ficou com opinião bem dividida sobre ele, mas eu adorei, achei lindo. Depois volta pra contar o que achou, beijão :)
ExcluirEstou maluca para viajar e conhecer Tamarisk, achei tão lindo isso do pai ter criado o mundo para a filha superar seus problemas, só mostra que o amor dos pais é incondicional.
ResponderExcluirFoi o que eu mais gostei no livro :)
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