Oi,
pessoal! Estão sentindo esse cheirinho de férias próximas? Eu não... Ainda tem
muito pra estudar XD Mas não resisto de vir aqui e dizer um Oi.
Mais
que isso, hoje tem Entrevista de Leitura!
Bom,
recapitulando, aqui no Littera, além de sempre abordar questões ligadas
diretamente ao leitor (revisite posts aqui), também proponho uma conversa com
vocês sobre uma leitura específica. Na verdade, sobre a experiência de vocês
com determinada leitura. Nas edições
passadas, tivemos um encontro com Hemingway e Kafka. Neste post, voltamos ao
modernismo, dessa vez, porém, ao brasileiro :)
Para
participar, é fácil.
São
apenas três requisitos
1. Leitura de um clássico da
literatura (nível mundial)
2. Leitura recém-finalizada
3.
Não
valem releituras
~~~~~~~~~~~~Assim, apresento nossos convidados desta
segunda-feira. ~~~~~~~~~~~~
No
microfone de leitor está...
Advogada, colunista no jornal O Estado (Maranhão), blogueira, leitora. Os estilos de que gosta são variados, destaque para o fantástico. Entre seus escritores favoritos está Anne Rice, Laurel k. Hamilton, Charlaine Harris, André Vianco, Pedro Bandeira e Gabo (Gabriel Garcia Márquez).
E
na bancada de leitura ao lado está...
Clarissa,
de Érico Veríssimo
Dados complementares
Edição
(editora e ano de publicação): Companhia das Letras, 2005.
Época
de enredo: 1933, uma realidade bem diferente da nossa, retratando um lirismo latente.
~~~~~~Eis
Fernanda e Veríssimo!~~~~~~
Conforme seu
entendimento, apresente-nos a trama geral do livro :)
O
livro trata a visão de mundo de Clarissa, em uma época que as meninas ainda
eram meninas. O livro é bem doce, bem diferente do que é visto na nossa
realidade.
Você
conhecia algo sobre Clarissa ou mesmo
sobre Érico Veríssimo? Essa prévia foi importante de alguma maneira?
Sobre
o Érico, eu já conhecia a fama dele enquanto escritor, mas decidi pegar
Clarissa, pois foi uma obra inaugural, quando ele ainda não era a explosão que
foi e ainda é hoje. Foi importante, pois consegui captar o início dele como
escritor, de forma que o início do livro é algo pausado, como se ele estive com
medo e logo em seguida desenvolve, demonstrando que ele já estava mais firme ^^
De Clarissa eu já tinha
conhecimento em virtude da minha tia, que praticamente perseguiu a vida literária
dessa personagem kkkk Titia leu na juventude, quando tinha uns
20 anos e ficou interessada em saber se Clarissa iria ter algo com Amaro,
por isso ela foi procurar ler os outros dois livros. Bom, ela não gostou
muito do que leu... Acho que não aconteceu o romance esperado.
Falando
na escrita de Veríssimo, o estilo do escritor influenciou de alguma forma no
seu ritmo de leitura? Se sim, de um jeito bom ou ruim?
Olha,
não vou negar que no início o ritmo de leitura foi bem lento. E quando digo
lento, exemplifico: duas páginas por dia, o que é demais pra mim, pois consigo
ler até dois livros por dia. Mas, do meio para o final, foi um tapa kkkk Acho
que foi justamente quando ele parou de se preocupar com o cenário e focou em
Clarissa e Amaro.
Sendo
um livro datado de 1933, houve algum embate dos seus princípios para com os do
livro?
No meu caso foi a
pureza de Clarissa. Muito difícil ter uma menina com a mentalidade dela hoje.
Reflito isso no meu trabalho. Olho meninas com 10 anos grávidas. Só aí você já
tem uma noção de como fiquei incrédula com o aspecto de Clarissa nos dias
atuais.
[É quase como um tempo perdido mesmo...]
Você
conseguiu se ver em algum personagem?
Sinceramente,
não tive identificação com personagens, apenas vi que eles são raras vezes
relacionados com pessoas na atualidade, pois os costumes e atitudes são bem
diferentes. Até as fofocas.
Acha
que há algo no livro que marca para ser lembrado através do tempo?
“Lembrado”
acho que a visão ingênua de Clarissa, que com o desenvolver da história percebe
que o mundo não é um conto de fadas.
Consegue ver a história
se desenvolver em alguma trama televisiva (como novela ou série de tv)?
Hoje
em dia não. Acho que não vai ter impacto visual para os mais jovens.
Se
o livro tivesse uma trilha sonora, qual seria o artista que daria um bom ritmo
ao tom da história?
Carpenters e Roupa Nova
(rs).
Há
algum trecho (quote) que queira destacar?
Não é um quote, mas a
informação do autor no início do livro falando que Clarissa deu tão certo, que
ele resolveu colocar esse nome na filha. Foi algo tocante:
Sob os jacarandás floridos da velha praça da Matriz de Porto Alegre, caminhava uma rapariguita metida no seu uniforme de normalista. [...] Tinha eu naquela manhã de setembro exatamente vinte e sete anos, e não sei por que absurda razão a proximidade da casa dos trinta me levava a olhar nostalgicamente para a normalista, já com os olhos de quem sente saudade dum tempo perdido e irrecuperável. (p.11).
“O
livro é legal, mas...”?
O livro é legal, mas não
tem relação com a sociedade atual.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
E
aí, já conheciam algo do Érico?
Por sempre eu confundia Érico com Luís Fernando Veríssimo. Não mais!
Recentemente
nossa convidada Fernanda mediou um encontro no Clube de Leitura Penguim-Companhia sobre Clarissa,
que num pude ir >.< Mas pude conversar com alguns participantes durante a
leitura do mês e o que ficou bem em destaque foi essa meninez e inocência da personagem.
Hoje
Érico é um dos escritores brasileiros mais populares, foi destaque na prosa
modernista da segunda fase. Nascido em 1905 no Rio Grande do Sul, ele nos
deixou em 1975. Clarissa foi sua
estreia em 1933, com continuações em Música ao Longe (1935) e Um Lugar ao Sol
(1936), porém, nestes não era a Clarissa a personagem principal. Foi certamente
uma fase de tatear o solo literário, como comentou a Fernanda, pois abordou por
essas temporadas mais o contemporâneo (da época) e o ambiente urbano.
Um
pouco mais à frente em sua carreira, Veríssimo voltou-se para o momento histórico de seu Estado,
lançou assim a famosa trilogia O Tempo e
o Vento (1949-61), que teve adaptação televisiva e cinematográfica. Esta
última que foi passada no comecinho do ano na tv como minissérie, com Thiago
Lacerda, Marjorie Estiano, Fernanda Montenegro, Cléo Pires e Igor Rickli. Já
nos últimos livros, Veríssimo tomou temas mais políticos, Incidente em Antares (1971) é o mais conhecido.
Obrigada,
Fernanda, foi ótimo o papo!
Espero
que os leitores também tenham gostado.
Interessados em participar de uma
entrevista, dentro dos citados requisitos, só mandar nome, um contato de rede
social (FB ou twitter), o nome do livro e do autor para marykleris@hotmail.com,
assunto Littera Feelings.
Até o próximo post,
Kleris Ribeiro.
Obrigada Kleris. ^^
ResponderExcluirFiquei super feliz com o convite, ainda mais por ser o primeiro livro do Clube de Leitura Penguin.
Sucesso sempre!
Foi um prazer, Fê!
ExcluirAmei o tema desse Littera Feelings e a entrevista. Sempre quis ler Érico Veríssimo, e mais de uma vez quase comprei Clarissa no sebo. Fico fascinada quando leio a sinopse deste e de outros livros dele, e acho uma pena não ver praticamente nada sobre o autor na blogosfera. Não sei muito dele e por isso acho pena, pois gostaria de saber mais. Ainda pretendo ler Clarissa.
ResponderExcluirBeijos, Livro Lab
Clarissa tá escorregadia, hein? Acho que o que reforçou mesmo sobre o Veríssimo esse ano foi terem passado o filme como minissérie, tem muito autor e obras perdidas por aí. Espero que façam mais ou programem filmes como séries pra atingir mais atenção, uma apresentação, que seja. Dali pros livros é só um pulo.
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