Por Marianne: O casal mais insuportável do new
adult esta de volta em O para sempre de Ella e Micha. O romance é a continuação
de O segredo de Ella e Micha, que eu já resenhei pro Dear Book aqui. No
romance anterior vimos Ella e Micha encarar as nuvens negras do passado e
amadurecer juntos pra estabelecer uma relação de verdade. Agora muita coisa
mudou. Ella voltou pra universidade em Las Vegas e tem frequentado seções de
terapia pra lidar com seus fantasmas do passado e suas preocupações atuais,
como fato de o pai alcoólatra ter sido internado a força numa clinica de
reabilitação.
Já Micha está em turnê com a nova banda. Mas, como sempre na vida, as
coisas não saem bem como o esperado.
Nesse novo romance a autora explora a insegurança e ciúme dos
personagens devido a distância. Novos personagens surgem pra instigar a
imaginação dos leitores e os próprios protagonistas à uma possível traição,
tudo na maior leite com perisse óbvio.
O que mais me chamou a atenção nessa continuação foi o amadurecimento de
Ella. O desenvolvimento de seu relacionamento com o pai e o irmão, que a culpam
pela morte da mãe, é tratado de forma muito delicada e sincera. A depressão de
Ella num geral é muito bem apresentada e apesar da narrativa ter um ar meio Malhação a autora consegue nos envolver
e sensibilizar com as situações vividas por Ella.
—Acho que as pessoas que passam por mais coisas podem acabar se tornando mais fortes no longo prazo. Elas têm um discernimento que muitas outras não têm. E elas também têm uma compreensão melhor, podem ter a cabeça mais aberta.
Micha continua desnecessário e bocó como sempre. Nem um drama inesperado
com o pai, que o abandonou quando criança pra viver $muito bem obrigada$ com
outra família me fez sentir alguma ternura pelo rapaz.
—É só que… Você é adorável. Você está aborrecido porque se sente mal por estar pensando coisas ruins.—Nunca mais me chame de adorável.(...)—Nenhum cara quer ser chamado assim.(...)—Se você continuar me chamando de adorável, vou virar seu corpo e mostrar a você toda minha masculinidade. (Micha em sua clara demonstração de falta de senso e cérebro).
Possessivo e arrogante,
ultrapassando todos os limites do bom senso e me fazendo espumar de ódio
durante vários trechos do livro por suas atitudes sem nexo o personagem só
confirmou minha opinião de que é o maior erro da autora nos dois livros.
—Você é especial demais, e se eu tiver que ser totalmente possessivo ao seu respeito quando um idiota do mundo das artes vier dar em cima, bem na minha frente, eu vou ser, mesmo. (Micha sendo Micha)
Micha é descrito como lindo, rebelde, irreverente, sensível e loucamente
apaixonado por Ella suspiros ofegantes, mas a possessividade do rapaz me
incomoda o livro todo. Ela é mostrada de uma forma romanceada que passa a ideia
errada de que mesmo a mocinha protagonista deixando claro que não quer
companhia/ajuda do mocinho apaixonado, ele VAI estar lá, ele VAI ajudar, ele não
VAI desistir dela.
—Sua bunda está basicamente pulando para fora do vestido… E as garotas se vestem assim quando querem se oferecer pra transar… Então trate de voltar pra casa e escolher outra roupa. (Micha em sua clara demonstração de total compreensão de comportamento feminino baseado em suas roupas.)
Existe um método muito simples de saber se é amor ou se é loucura.
Troquem o Micha lindo-perfeito por um cara comum, um cara normal qualquer.
Agora imaginem que quando Ella rejeita o rapaz ela realmente queira isso. Pronto,
temos um cara louco perseguindo uma garota que está fugindo dele. Uau, que
romântico.
As cenas sexuais do livro eu não vou dizer que podem ser comparadas as
de Malhação porque a novela
adolescente não tem essas “indecência”. Mas se tivesse seriam no mesmo nível de
causar bocejos no adolescente mais cheio de hormônios. A impressão que eu tenho
o tempo todo é de que a autora tem medo de ousar muito nas cenas mais sensuais,
mal sabe ela que tá escrevendo pra geração que (pelo menos no Brasil) cresceu
assistindo Presença de Anita
escondido dos pais hahaha. Poxa Jessica Sorensen, é new adult, não é new teen
não, apimenta esse negócio ai!
Dois personagens que foram meio que deixados de lado nesse livro foram
Ethan e Lila, melhores amigos dos protagonistas. Ethan até ensaiou entrar num
drama pessoal que eu queria muito que fosse mais explorado, mas não rolou. Lila
foi totalmente coadjuvante, uma pena porque eu gosto da personagem e acho que
ela e Ethan (que não estão num romance) fluem com muito mais naturalidade do que
os próprios Ella e Micha.
Apesar das minhas críticas a leitura flui bem e entretém. Gosto de pensar que é tipo de história que não vai
acrescentar nada na sua vida. Mas que da pra assistir e passar o tempo, se
distrair.
Contem nos comentários o que vocês acharam do livro ou as expectativas
depois de ler minha resenha!
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