segunda-feira, 9 de março de 2015

Littera Feelings #28 – Amadurecimento de Leitura



PRIMEIRO POST DE 2015! (pelo menos do Littera, né)

Oi, pessoal. Sentiram minha falta? Tomei umas ~fériazinhas~, mas quem disse que fiquei parada? Que nada, apesar de não ter dado as caras na coluna, sempre tava por aqui XD Nesse meio tempo, estive pensando no meu grande retorno e em certo tópico que gostaria de compartilhar com vocês. Na minha revisita a comentários da coluna (viram meu especial de fim de ano? Aqui parte 1 e parte 2), gostei de uma dica em particular que uma leitora sugeriu (beijos, Mallú, espero que você esteja lendo este post o/): amadurecimento literário. Sim ou claro que o tema criou asas no pensamento? Cá estou eu convidando vocês novamente para um voo.

Antes de qualquer coisa, pergunto: vocês se consideram leitores maduros?

Se sim, em relação a quê?

Segurem essa resposta.


Aqui tomo que todos partilhamos o gosto da leitura, assim é uma coisa totalmente normal ter pilhas (pequenas ou grandes) de livros já lidos e considerar que crescemos de um livro para outro. Como percebemos? Bom, de várias maneiras: ler mais, buscar mais, perguntar mais... Intuo que a melhor técnica que qualifica esse sentimento/estado de “maduro” é como passamos a ser exigentes.

E aí lanço mais uma pergunta: vocês já releram aquele primeiro livro que tanto gostaram? E: o que vocês notaram de diferente nessa experiência? Ainda acham tão bom quanto aquela primeira leitura?

Já dizia o filósofo Heráclito, “é impossível entrar no mesmo rio duas vezes”.

Não vou voltar na questão da releitura ou como nossa percepção capta mais dados (esse post) – dados esses que antes passaram tão despercebidos na primeira leitura – o que quero evidenciar é essa sensação de voltar a um mesmo lugar depois de toda uma jornada. Isso porque, certamente após essa primeira leitura, houve uns tantos outros livros que passaram em suas mãos até você decidir lê-lo novamente. Desses livros vocês acumularam conhecimento, cultura e novos discernimentos, acúmulos esses que vão pesar sempre e sempre mais lá na frente em outras leituras.

Mas e aí, Kleris, se eu não reli um livro, como fica?

Se partirmos da ideia de que um livro (ou vários) no mesmo estilo pode representar aquele mesmo livro inicial, o efeito é o mesmo. Ou seja, você pode não estar em um lugar conhecido, mas pode estar em um lugar comum. Aí é como reler o livro.

Por exemplo, livros de distopia seguem linhas de quebra da ordem, do comportamento, dos padrões, a dominação, as minorias desfavorecidas e assim sucessivamente. É característico do tema/estilo, é o seu lugar comum. Isso não quer dizer que os livros nesse espaço sejam iguais, eles só se utilizam de um mesmo ambiente ou ideia. O diferencial entre eles sempre será a abordagem da trama, que aí vai depender da intenção do autor ou autora.

Aproveitando esse gancho, digo mais: é como completar um quebra-cabeça ou solucionar um mistério. Cada leitura representa uma peça ou pista daquele tema e contribui para formular uma imagem mais rica de seu espaço.

Agora, expandindo essa ideia, troquem tema/estilo por situações, como... ir para escola (encontrado em livros teens), momentos de decidir o futuro (visto em jovens adultos), os relacionamentos abusivos (característico de muitos novos adultos), protagonistas trabalhadoras e independentes e até um pouco desesperadas (tão a cara dos chick-lits), pessoas que solucionam casos enquanto os seus são becos sem saída (típica ambientação policial), mocinhas que lutam por espaço e contra a sociedade hipócrita, senão machista, de época (explorado em romances históricos), fuga ou viagens fantásticas para mundos paralelos (bate lá na Fantasia), seres extraordinários no meio de humanos (ponto inicial das literaturas fantásticas) e assim por diante. Os lugares comuns são milhares e os autores estão aí sempre dando uma repaginada ou trabalhando da melhor forma com eles (vide post de clichês).

E olha que estou só falando de pontos comuns, imaginem o que não deve ser quanto aos desenvolvimentos de escrita, língua e ademais.

Depois de ler vários com um mesmo lugar comum, vocês vão se sentir mais em casa, não? Vão estar mais seguros de fazer suas previsões, vão saber o que melhor observar, para onde olhar. Identificam também as características mais típicas, as clássicas reviravoltas, as velhas tomadas de decisão do personagem... Vão estar ninjas!

Isso, meus caros, é aprimorar suas condições de cognição (aquisição de conhecimento).

Nesse ponto, pode-se dizer que serão leitores que fecharam um ciclo, afinal, o quebra-cabeça estará pronto. E, se veteranos, por que não maduros?

Amadurecimento de leitura é por aí. É vocês conhecerem e reconhecerem aquilo que leem, se sentirem satisfeitos. Leitor, afinal, não zera o jogo da leitura. Ele passa por diversos níveis, temporadas, jogos menores e, conforme lê, fica mais exigente. Ele não quer parar a brincadeira. Desse modo, a coleção de leituras faz com que vocês fiquem ricos (de conteúdo, língua, linguagem, cultura, etc), completos e prontos para um novo desafio.

E agora, vocês se consideram maduros? Em quê? Pelo quê tem buscado tanto? O que andam explorando? Contem aí nos comentários :)

Até um próximo voo!


Kleris Ribeiro.
P.S.: Galere, estou à procura de NOVOS LEITORES para a seção de entrevista da coluna. Lembram-se dos três requisitos para participar? Muuuuuito fácil:

1.      Leitura de um clássico da literatura (nível mundial)
2.      Leitura recém-finalizada
3.      Não valem releituras

Interessados podem me mandar um e-mail (marykleris@hotmail.com), assunto Entrevista de Leitura no Dear Book. Identifiquem-se! Informem nome e livro.

4 comentários

  1. Se eu for olhar para trás acho sim que amadureci. É muito comum descobrir o rumo da história que estou lendo baseando nas peças que fui acumulando ao longo dos anos. No sentido de estilos literários: mais ou menos rs. Eu sou uma criançona caminhando para os 30 que se diverte ainda lendo os livros que leu quando criança, os livros voltados para seus priminhos kkk Me divirto relendo a coleção dos Karas do Pedro Bandeira.
    Por outro lado não consigo mais ler com interesse esses livros sobre primeiro amor (pelo menos isso! rs). Porque apesar de cada autor dar sua roupagem não há muito mais a explorar e...bem não tenho mais 12 anos! kkk

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  2. Olá, Que post criativo hein. Bom, as vezes penso nessa questão de amadurecimento. E percebo que não mudei muito, mas agora estou mudando esse quadro. Como? Lendo coisas que não tenho o costume de ler. Agora leio mais clássico, tento ler um poema, um drama e etc. Quanto a releitura, tenho alguns livros de infância, como Pollyanna e Alice nos Páis das Maravilhas. E amooo. E acho que amo até mais agora, que conseguir encontra mais sentido para cada palavra, acho que agora interpretei com meus olhos de adulta, mais crítica.

    Adorei o post...

    beijinhos!

    http://www.livrosfilmeseencantos.blogspot.com.br/

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    1. País* O acento pulou para a letra errada. :D

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    2. Nada como uma segunda leitura para reafirmar coisas que passam batido - e não digo pelas informações descritas no livro, mas sim pelas próprias coisas que elas despertam na gente :)

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Ana Liberato