PRIMEIRO POST DE 2015!
(pelo menos do Littera, né)
Oi,
pessoal. Sentiram minha falta? Tomei umas ~fériazinhas~, mas quem disse que
fiquei parada? Que nada, apesar de não ter dado as caras na coluna, sempre tava
por aqui XD Nesse meio tempo, estive pensando no meu grande retorno e em certo
tópico que gostaria de compartilhar com vocês. Na minha revisita a comentários
da coluna (viram meu especial de fim de ano? Aqui parte 1 e parte 2), gostei de
uma dica em particular que uma leitora sugeriu (beijos, Mallú, espero que você
esteja lendo este post o/): amadurecimento
literário. Sim ou claro que o tema criou asas no pensamento? Cá estou eu
convidando vocês novamente para um voo.
Antes
de qualquer coisa, pergunto: vocês se
consideram leitores maduros?
Se sim, em relação a
quê?
Segurem
essa resposta.
Aqui
tomo que todos partilhamos o gosto da leitura, assim é uma coisa totalmente
normal ter pilhas (pequenas ou grandes) de livros já lidos e considerar que
crescemos de um livro para outro. Como percebemos? Bom, de várias maneiras: ler
mais, buscar mais, perguntar mais... Intuo que a melhor técnica que qualifica esse sentimento/estado de “maduro” é como
passamos a ser exigentes.
E
aí lanço mais uma pergunta: vocês já
releram aquele primeiro livro que tanto gostaram? E: o que vocês notaram de diferente nessa experiência? Ainda acham tão bom
quanto aquela primeira leitura?
Já
dizia o filósofo Heráclito, “é impossível
entrar no mesmo rio duas vezes”.
Não
vou voltar na questão da releitura ou como nossa percepção capta mais dados
(esse post) – dados esses que antes passaram tão despercebidos na primeira
leitura – o que quero evidenciar é essa sensação de voltar a um mesmo lugar depois
de toda uma jornada. Isso porque, certamente após essa primeira leitura, houve
uns tantos outros livros que passaram em suas mãos até você decidir lê-lo
novamente. Desses livros vocês acumularam conhecimento, cultura e novos
discernimentos, acúmulos esses que vão pesar sempre e sempre mais lá na frente
em outras leituras.
Mas e aí, Kleris, se eu
não reli um livro, como fica?
Se
partirmos da ideia de que um livro (ou vários) no mesmo estilo pode representar
aquele mesmo livro inicial, o efeito é o mesmo. Ou seja, você pode não estar em
um lugar conhecido, mas pode estar em um lugar comum. Aí é como reler o livro.
Por
exemplo, livros de distopia seguem linhas de quebra da ordem, do comportamento,
dos padrões, a dominação, as minorias desfavorecidas e assim sucessivamente. É
característico do tema/estilo, é o seu lugar comum. Isso não quer dizer que os
livros nesse espaço sejam iguais, eles só se utilizam de um mesmo ambiente ou
ideia. O diferencial entre eles sempre será a abordagem da trama, que aí vai
depender da intenção do autor ou autora.
Aproveitando
esse gancho, digo mais: é como completar um quebra-cabeça ou solucionar um
mistério. Cada leitura representa uma peça ou pista daquele tema e contribui
para formular uma imagem mais rica de seu espaço.
Agora,
expandindo essa ideia, troquem tema/estilo por situações, como... ir para
escola (encontrado em livros teens), momentos de decidir o futuro (visto em jovens
adultos), os relacionamentos abusivos (característico de muitos novos adultos),
protagonistas trabalhadoras e independentes e até um pouco desesperadas (tão a cara dos chick-lits), pessoas que solucionam casos enquanto os seus são
becos sem saída (típica ambientação policial), mocinhas que lutam por espaço e
contra a sociedade hipócrita, senão machista, de época (explorado em romances históricos),
fuga ou viagens fantásticas para mundos paralelos (bate lá na Fantasia), seres
extraordinários no meio de humanos (ponto inicial das literaturas fantásticas)
e assim por diante. Os lugares comuns são milhares e os autores estão aí sempre
dando uma repaginada ou trabalhando da melhor forma com eles (vide post de clichês).
E olha que estou só
falando de pontos comuns, imaginem o que não deve ser quanto aos
desenvolvimentos de escrita, língua e ademais.
Depois
de ler vários com um mesmo lugar comum, vocês vão se sentir mais em casa, não? Vão estar mais seguros de
fazer suas previsões, vão saber o que melhor observar, para onde olhar.
Identificam também as características mais típicas, as clássicas reviravoltas, as velhas tomadas de decisão do
personagem... Vão estar ninjas!
Isso,
meus caros, é aprimorar suas condições de cognição (aquisição de conhecimento).
Nesse
ponto, pode-se dizer que serão leitores que fecharam um ciclo, afinal, o
quebra-cabeça estará pronto. E, se veteranos, por que não maduros?
Amadurecimento
de leitura é por aí. É vocês conhecerem e reconhecerem aquilo que leem, se
sentirem satisfeitos. Leitor, afinal, não zera o jogo da leitura. Ele passa por
diversos níveis, temporadas, jogos menores e, conforme lê, fica mais exigente.
Ele não quer parar a brincadeira.
Desse modo, a coleção de leituras faz com que vocês fiquem ricos (de conteúdo,
língua, linguagem, cultura, etc), completos e prontos para um novo desafio.
E
agora, vocês se consideram maduros? Em quê? Pelo quê tem buscado tanto? O que andam explorando? Contem aí nos comentários :)
Até
um próximo voo!
Kleris
Ribeiro.
P.S.: Galere, estou à procura de NOVOS LEITORES para a seção de entrevista da coluna. Lembram-se dos três requisitos para participar? Muuuuuito fácil:1. Leitura de um clássico da literatura (nível mundial)2. Leitura recém-finalizada3. Não valem releiturasInteressados podem me mandar um e-mail (marykleris@hotmail.com), assunto Entrevista de Leitura no Dear Book. Identifiquem-se! Informem nome e livro.
Se eu for olhar para trás acho sim que amadureci. É muito comum descobrir o rumo da história que estou lendo baseando nas peças que fui acumulando ao longo dos anos. No sentido de estilos literários: mais ou menos rs. Eu sou uma criançona caminhando para os 30 que se diverte ainda lendo os livros que leu quando criança, os livros voltados para seus priminhos kkk Me divirto relendo a coleção dos Karas do Pedro Bandeira.
ResponderExcluirPor outro lado não consigo mais ler com interesse esses livros sobre primeiro amor (pelo menos isso! rs). Porque apesar de cada autor dar sua roupagem não há muito mais a explorar e...bem não tenho mais 12 anos! kkk
Olá, Que post criativo hein. Bom, as vezes penso nessa questão de amadurecimento. E percebo que não mudei muito, mas agora estou mudando esse quadro. Como? Lendo coisas que não tenho o costume de ler. Agora leio mais clássico, tento ler um poema, um drama e etc. Quanto a releitura, tenho alguns livros de infância, como Pollyanna e Alice nos Páis das Maravilhas. E amooo. E acho que amo até mais agora, que conseguir encontra mais sentido para cada palavra, acho que agora interpretei com meus olhos de adulta, mais crítica.
ResponderExcluirAdorei o post...
beijinhos!
http://www.livrosfilmeseencantos.blogspot.com.br/
País* O acento pulou para a letra errada. :D
ExcluirNada como uma segunda leitura para reafirmar coisas que passam batido - e não digo pelas informações descritas no livro, mas sim pelas próprias coisas que elas despertam na gente :)
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