quarta-feira, 11 de março de 2015

Resenha: "Mentes Sombrias" (Alexandra Bracken)

Por Sheila: Oi pessoas! Trouxe para vocês hoje mais uma série distópica da editora ID, que já me prendeu pela capa! Mas, como aprendi a não julgar um livro por esta, a que me chamou à leitura, vamos para a resenha!

Apesar de que acredito que poderíamos abrir um parêntese aqui: vocês sabem o que é uma distopia? Eu tenho uma ideia geral mas nunca tinha ido, a fundo, em saber o sentido da palavra. Por isso pesquisei para trazer a definição para vocês, viram como eu sou mega hiper legal?

Pois bem, distopia seria uma antiutopia; ou seja, ao invés de um sistema perfeito de sociedade, onde todos são felizes, teríamos um sistema totalitário, ditatorial e/ou tirânico. Muitas das distopias são escritas num futuro, as vezes não muito distante, onde a tecnologia é utilizada como uma forma de oprimir os cidadãos.

O meu amigo google trouxe como exemplos de livros clássicos escritos como distopias "1984" de George Orwell, "Admirável mundo novo" de Aldous Huxley e "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury. Os dois primeiros eu já li e estou pensando em resenhar aqui pro blog! Já o do Ray, andei resenhando outros dois aqui e aqui, e estou ansiosíssima para ler este outro, vamos ver se alguma editora nos envia!

Agora sim,. vamos à resenh@! Num futuro não tão distante, um vírus assola (não sabemos se o país ou a humanidade) apenas as crianças. Quando estas completam 10 anos, aquelas que foram infectadas - praticamente todas - sofre duas das seguintes reações. Ou morre (simples assim) de uma maneira súbita e inexplicável; ou desenvolve estranhas habilidades, a maior parte delas psíquicas.
Quando as mortes finalmente vieram à tona, minha escola primária proibiu estritamente os professores e funcionários de falarem conosco sobre o que era, então, chamado de Doença de Everheart, por causa de Michael Everheart, o primeiro garoto morto em decorrência dela. Logo, alguém em algum lugar decidiu dar a ela um nome adequado: Neurodegeneração Aguda Idiopática Adolescente – NAIA para encurtar. E, então, não era mais a doença de Michael. Era a doença de todos nós.
Quando a epidemia eclode, Ruby demora muito tempo para entender o que está acontecendo, e por que seus coleguinhas de classe estão sumindo. Mas ela tem apenas 9 anos, então é normal que não consiga entender muito bem o mundo adulto que a cerca, bem como suas preocupações. É na manhã de seu aniversário de 10 anos que tudo muda de repente: Ruby é arrancada de sua casa e levada com outras crianças para Thurmond, um campo de reabilitação para aqueles como ela. Lá, eles são classificados por cores, como uma forma de separá-los por "grau de periculosidade".
E aquela lista de sintomas, que foi enviada para casa, dobrada e grampeada pelos professores, que foi transmitida centenas de vezes nos noticiários, enquanto os rostos dos mortos passavam no rodapé da tela? Eles nunca temeram pelas crianças que poderiam morrer ou pelos espaços vazios que elas deixariam.
Eles tinham medo de nós – aqueles que viviam.
A autora não nos conta como foi a ida de Ruby para Thurmond, apenas que ocorreu algo que a marcou profundamente, e de forma negativa: ela sente-se um monstro, e vive isolada em sua aura de medo e submissão. Afinal, por suas lembranças - Ruby já está com 16 anos - descobrimos que Thurmond está muito longe de ser um lugar ideal.
A punição por falar fora do turno era um dia de isolamento, algemada a um dos postes do portão no Jardim, a despeito da temperatura ou das condições climáticas. Eu vi garotos sentados sobre um monte de neve, com o rosto azul, e sem um cobertor sequer para cobri-los. Muitos mais queimados pelo sol, cobertos em lama, ou tentando coçar picadas de mosquito com a mão livre.(...)
- Eles podem dizer coisas horríveis, machucar você, mas você nunca se defende. E eu sei Ruby, eu sei que esse é seu jeito, mas às vezes me pergunto se você ao menos se importa. Por que você não se defende, pelo menos uma vez?
Um dia, algo inusitado acontece. após uma ida à enfermaria, Ruby descobre que há alguém que se preocupa com ela, e esta disposta a tirá-la deste quase campo de extermínio. É a Liga das Crianças, que supostamente quer ajudá-la. ou será que não? Ruby fica confusa e acaba fugindo, e encontrando outros fugitivos como ela, Bolota e Liam, bem como a pequena Zu.

Diante do inóspito do mundo em que habitam, das dúvidas de Ruby, mentiras e caçadas, apenas um lugar parece ser o refúgio para que tentem recomeçar suas vidas: junto ao Fugitivo, alguém que não imaginam quem seja, mas que acaba virando uma lenda entre os psi.

"Mentes sombrias" é um livro que me faz odiar e amar os escritores de sagas: amar, pois conseguem me prender do início ao fim da trama e ansiar pela publicação do seguinte; odiar, pois terei que conter a ansiedade até a publicação da continuação - principalmente depois do fim deste primeiro livro.

Os personagens são bem construídos, e é possível ama-los e odiá-los ao mesmo tempo - sim, até mesmo Ruby, com sua delicadeza, mas também com sua falta de iniciativa que as vezes chegam a dar vontade de esganá-la! Mas ao meio do livro, entende-se que a personalidade dos personagens vai se construindo e se modificando aos poucos, conforme as experiências por que passam, e o motivo dos comportamentos aparentemente contraditórios são todos explicados.

Adorei o livro! Espero com ansiedade os próximos, e que vocês leiam também, por que PRECISO  de pessoas com quem discutir alguns pontos cruciais! Abraços e até a próxima.


comentários

  1. gostei da trama, tema reflexivo. Ainda nao li mas achei interessante :)

    http://www.jacknuit.com.br/

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Ana Liberato