sexta-feira, 13 de março de 2015

Resenha: "Todo dia" (David Levithan)

Por Sheila: Oi gente! Tudo na paz? Eu ando com uma preguiça de tudo, até de ler (o que é uma catástrofe!) mas hoje resolvi "colocar em dia" algumas leituras e resenhas atrasadas, e não podia deixar de trazer a vocês a deste livro - com o qual desenvolvi uma relação de amor e ódio.

Conheçam A. Sim, só A. E que não sabemos se é menino ou menina. Acreditem ou não, mas A não permanece o mesmo, desde que consegue lembrar. Todo dia, ele tem de viver uma vida diferente. Todo dia, ele acorda em um corpo diferente. Mas, segundo A, esse não é o ponto mais difícil.

Acordo.
Imediatamente preciso descobrir quem sou ... o corpo é a coisa mais fácil a qual se ajustar quando se esta acostumado a acordar em um corpo novo todas as manhãs. É a vida, o contexto do corpo, que pode ser difícil de entender.
Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou eu, mas também sou outra pessoa.
Sempre foi assim.

Logo entenderemos que, para A, é importante entender o contexto do corpo pois ele sempre tenta: 1) Não interferir com a vida das pessoas, pois isso poderia bagunçá-las de maneira excessiva; 2) Não apegar-se às pessoas/lugares, pois sabe que no dia seguinte terá partido, pois talvez nunca mais irá vê-los.

Apenas uma coisa sempre muda: sua idade. Ele é sempre um dia mais velho e, no momento, esta com 16 anos, vivendo vidas de garotos e garotas nesta faixa de idade, com todos seus conflitos, confusões, amigos, deveres, pais, irmãos e afins.

Vamos perceber que A tem uma mente bastante madura, talvez pelo inusitado de sua situação, talvez por que tenha de passar por vidas extremamente diferentes, de filhos obedientes à rebeldes; garotas populares, à garotas deprimidas e com ideações suicidas. De filho único, à gêmeo em família numerosa.

Mas A sabe lidar muito bem com isso. Ou sabia, até encontrar-se com Rhiannon. Ela é a namorada de Justin, o corpo no qual havia acordado no início do livro. E, por mais que isso viole uma de suas regras, A decide dar um dia bacana à Rhiannon, por que parece que Justin não a tem valorizado o quanto deveria - pelo menos do ponto de vista de A.

- Aonde você quer ir? - pergunto de novo. - Me diga aonde você adoraria ir de verdade.
De início, não percebo quanta coisa depende da resposta dela. Se disser Vamos ao shopping, vou me desligar. Se disser Me leve para sua casa, vou me desligar. Se disser Na verdade, não quero perder o sexto tempo, vou me desligar. E eu deveria me desligar. Não deveria estar fazendo isso.

Mas Rhiannon quis ir à praia. E a tarde foi perfeita. E A, que estava no corpo de Justin, não consegue parar de pensar nela - nem mesmo quando acorda no corpo de um outro garoto, a vários quilômetros de onde fora Justin, e de onde a conhecera.

E agora, as coisas mudaram. A já não fica mais no automático. A já não procura envolver-se minimamente. A já não pensa muito nas consequências. Ele só quer ver Rhiannon. Por que ele se apaixonou por uma pessoa, mesmo trocando de corpo todo dia ... será que esse amor pode vencer uma barreira tão imensa quanto esta?

"todo dia" (em letras minúsculas, assim como na capa) é um livro belíssimo, que encerra lições profundas sobre a vida, o amor. Sobre as diferenças e regras que nossa sociedade as vezes impõe no modo de ser das pessoas. Sobre os obstáculos que nos mesmos criamos para nosso crescimento. Ou, também como em alguns momentos acabamos por magoar profundamente as pessoas sem nenhuma necessidade.

Bom, pelo parágrafo acima, vocês já podem ter uma idéia de porque estabeleci uma relação de "amor" com o livro. Já o ódio ... pô David Levithan, que final foi aquele??????? Só não fiquei mais chateada por que há boatos de uma continuação! Tomara que tenha! Recomendo!





comentários

  1. A sinopse desse livro me encantou já de primeira, e estou procurando ele por todos os cantos para ler! Espero não me decepcionar depois dessa verdadeira caça ao livro. :)

    Beijos! || ape56.blogspot.com

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Ana Liberato