Por
Marianne: Uma releitura de Alice no País das Maravilhas com uma pegada mais
perturbadora, como NÃO morrer de ansiedade ao colocar as mãos nesse livro!
Alyssa
Gardner, nossa protagonista, é uma adolescente tataraneta da famosa Alice que
inspirou Lewis Carris a escrever sua obra literária. Mas as coisas não são
absolutamente normais na vida das mulheres dessa família desde que a tataravó
de Alyssa decidiu compartilhar seus sonhos com Lewis Carris.
A mãe de Alyssa,
Alison (insistiram nas variações do nome pra manter a tradição) vive num
sanatório por causa de umas alucinações que a perturbam. Com medo de ir parar no
mesmo lugar que a mãe, Alyssa faz de tudo para ignorar o fato de que realmente
algum poder de outra realidade (ou outro mundo?) afeta as descendentes de Alice.
A própria Alyssa tem dons esquisitos, como falar com insetos por exemplo.
Apesar de
toda essa carga emocional em sua vida, Alyssa tenta seguir como uma adolescente
normal que vai pra escola, gosta de andar de skate e, claro, tem uma paixonite oculta
louca/desesperada/vamosviverfelizesparasempre pelo seu melhor amigo Jeb.
As idas ao
sanatório para visitar a mãe são sempre muito angustiantes para Alyssa. Ver a
mãe em situação tão instável e desamparada junto com o medo de também ir parar
lá fazem com que Alyssa sempre fique tensa durante essas visitas. Mas é em uma
dessas visitas, num momento de lucidez da mãe, que Alyssa descobre que pode
existir uma solução pra tirar Alison daquele lugar horrível.
A caligrafia de Alison enche as margens com anotações e comentários em tintas de várias cores. Toco todos eles, triste por nunca termos sentado juntas—com o livro nas mãos—para que ela pudesse me explicar o que tudo aquilo significa.
Juntando
pistas e deixadas por sua mãe Alyssa descobre que existe sim uma solução para
todos os problemas que a atordoam: ela precisa voltar para o país das
maravilhas —que sim, é real— e ajeitar a bagunça deixa por Alice, sua tataravó.
A maneira
como Alyssa descobre o caminho que a faz chegar ao país das maravilhas eu achei
meio “correria”. Do tipo “não tive o que inventar, ficou isso mesmo”. E no meio
dessa correria que Jeb, seu melhor amigo e amor platônico, acompanha Alyssa sem
querer na jornada.
Esse pra mim
foi o maior erro da autora, mandar Jeb ao país das maravilhas com Alyssa. A
presença do rapaz na aventura deu um tom meio malhação romanceada bem
desnecessária pra história e impede que a protagonista desenvolva melhor seus
sentimentos (bons e ruins) em relação ao melhor personagem do livro: Morfeu.
“Adorável Alyssa.” Os lábios do rapaz ronronam aquele sotaque britânico que ouvi na loja. Use a chave para levar seus tesouros para o meu mundo. Conserte os erros de Alice e quebre a maldição. Não pare até me encontrar.”
Morfeu é um
homem-libélula que mora no país das maravilhas e que vive presente nas
lembranças de Alyssa desde que a moça era criança. São lembranças que nem ela
sabe que existem, mas que vão ressurgindo aos poucos e a fazem perceber que,
afinal, Morfeu é um velho amigo, e não um completo estranho.
O moço
libélula é o causador da discórdia. Ao mesmo tempo que parece estar querendo
salvar Alyssa ele a coloca em situações de perigo meio que propositalmente, nos
fazendo duvidar totalmente do seu caráter e intenções. Além de estar
constantemente tentando seduzir a moça.
Alyssa passa
a história toda com essas mesmas dúvidas e mais o fato de ela também se sentir
atraída por Morfeu. Vemos uma Alyssa mais selvagem, mais complexa e
interessante quando Morfeu está por perto.
Apesar de eu
achar que a autora pegou leve nesse lado “sombrio” do país das maravilhas algumas
partes do livro são bizarras, como o jantar que Morfeu oferece a Alyssa onde
eles fazem uma caça ao pato, e a tal caixa linguadarte, uma caixa onde uma
pessoa pode ficar presa pela eternidade apenas com a parte da cabeça visível
#alôclaustrofóbicos.
A história é
boa e tem um final bastante surpreendente, mas achei que faltou ousadia e em
alguns momentos a autora exagera no romance adolescente entre Alyssa e o amigo
Jeb que ela tenta engatar durante todo o livro. Outra coisa que considerei um
ponto negativo foi a capa, não me chamou a atenção por ser uma fotografia
editada e trabalhada (apesar de ser cheia de detalhes). Eu, particularmente,
gosto mais de capas que contém ilustrações e se tratando de uma história
inspirada em Alice no País das Maravilhas teriam mil opções de ilustrações
malucas pra mente ficar viajando.
O livro faz
parte de uma trilogia e eu já tenho a continuação em mãos (aguardem!). Espero que tenham
gostado da resenha, até a próxima!
quero muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiittttttttttttooooooooo ler esse livro
ResponderExcluirEu estou louca é pra continuação!!!
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