quarta-feira, 17 de junho de 2015

Resenha: “A Aposta” (Rachel Van Dyken)

*Por Mary*: Hoje trago um livro que já era de meu interesse há um tempo. Tão logo vi a sinopse, antes mesmo do lançamento, pensei: “Preciso!”. Às vezes, precisamos de livros cujo seu único objetivo é nos entreter. Então, sem demora, vamos a ele!

Dois irmãos. Uma aposta infantil. Quem casar com a garota, leva um milhão de dólares. Tantas coisas aconteceram depois dessa aposta... Cada um seguiu o seu caminho, mas quis o destino – e a Vovó Nadine, que é tão poderosa quanto – reuni-los outra vez. Kacey está de volta a Portland ao lado de Jake – por quem demonstrou desde sempre certa predileção – fingindo ser sua noiva. Um noivado de mentirinha, claro. Um fim de semana de fingimento seria suficiente para agradar Vovó Nadine, melhorar a imagem demasiado arranhada do cafa e, de quebra, ainda ajudá-lo com o conselho da empresa Titus Enterprise, certo? Depois disso, é vida que segue. Só. Que. Não.  Kace, definitivamente, não pretendia encontrar Travis, seu inferno pessoal, irmão mais velho de Jake, aquele que quebrava suas bonecas, puxava seu cabelo e colocava bichos nojentos em sua cama. Pretendia menos ainda descobrir que ele se tornou um homem tão bonito. 
“Kacey se encolheu.
- Seu nariz está proporcional, depois que você cresceu.
Jake se aproximou e ficou entre os dois.
- Vocês podem pelo menos fingir que se dão bem?
- Não. – disseram os dois ao mesmo tempo.” 
O livro era mais curtinho do que eu imaginava. Isso, ou o tempo realmente voa quando você está com ele em mãos. Sem se dar conta, lá se foi metade da trama em um piscar de olhos – ou passar de páginas. Com uma narrativa em terceira pessoa, alternando a percepção entre os personagens do triângulo principal da obra, Rachel Van Dyken nos introduz de forma ágil, divertida e irreverente à maluca família Titus.

Pode-se dizer, aliás, que, em alguns momentos, o livro – como um todo, tanto relativo a seus personagens, quanto à construção da história – se assemelha a um roteiro de comédia americana. Sabe aqueles Sitcom, como “As Visões da Raven” e “Friends”? Pois então, algumas situações apresentadas são tão improváveis, que o leitor quase poderá ouvir mentalmente aquelas risadas gravadas que são soltas durante as piadas do seriado.

Os personagens são verdadeiramente apaixonantes, mas preciso fazer dois adendos: Vovó Nadine e Travis. Que me desculpem os demais, porém, em minha opinião, estas são as verdadeiras personagens estrelas da obra.

Vovó Nadine é uma senhorinha super descolada que já está vindo com o bolo de fubá, quando você ainda está indo com o milho. O que quero dizer com isso? Ah, vocês terão que ler para compreender. Declaro, de antemão, que, quando eu crescer, quero ser como ela.
“- Você não ouviu a vovó? Estamos presos aqui por três horas.
- Dez pratas que a vovó tá mentindo. – Jake fez um sinal com a cabeça em direção à porta. – Vai ver.
(...)
- Velhinha manipuladora a nossa vovó.”

 “Ela deu um risinho e puxou a própria blusa. (...)  e, então... as luzes se acenderam.
- Vovó!
- Travis! Kacey! – Ela colocou a mão sobre o coração.
(...)
Sua avó inclinou a cabeça.
- Kacey, esse sutiã é bem bonito. Cor-de-rosa. Por que eu não tenho roupas íntimas cor-de-rosa?” 
E o Travis... bem, o Travis é um Boy Magya muito Magya. Me expressei bem? Certo, acho que não.

Ok, para muito além do corpo lindo, Travis é um cara que sempre foi apaixonado pela Kacey. Desde criança. Contudo, além de um pouco desajeitado e de um sério problema de gagueira que tendia a se intensificar ao falar com a moça, digamos que o rapaz não era tão primoroso em sua abordagem. 
“Ele sabia que Kacey adorava histórias de princesas. Ela sempre dizia que os meninos deveriam ser príncipes e tratar as meninas como princesas.Mas como ele poderia ser um príncipe se não havia dragões para matar?
Como poderia provar o seu valor se não havia monstros?Pelo menos ele era o garoto mais esperto da turma. Sabia exatamente o que fazer. Precisava apenas provocar o acidente e, depois, salvá-la.” 
Apesar disso (da falta de tato para chegar na moça), Travis demonstra uma lealdade impressionante com ela. É tocante o quanto ele sempre a amou, mesmo quando a Kace apenas tinha olhos para o Jake, Travis esteve ali, vigiando, cuidando, amando-a à distância.

Tá, é só isso que posso dizer. ;)

Não espere um grande conflito ou uma reflexão profunda sobre um aspecto qualquer da vida. Aliás, creio que nem seja essa a intenção da autora. Não julgo esta uma característica negativa. Todavia, para quem curte livros mais sérios, talvez esta aqui não seja a melhor opção. Por outro lado, para quem adora uma comédia romântica e que, às vezes, só quer mesmo jogar as pernas para o alto e ler um bom livro que o entretenha, temos uma excelente alternativa com A Aposta.

*Habemus Continuação*

A sequência de A Aposta se chama O Desafio - tendo como casal protagonista Jake e Char - e já está à venda. Segue abaixo capa e sinopse: 

“Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!”
Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela.
Jake Titus é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Char Lynn viver com ele a melhor noite de sua vida — e em seguida a pior manhã, quando ele a dispensou. Agora terão que se reencontrar no casamento de Kacey, a melhor amiga dos dois. Seria uma situação estranha, mas suportável... Se vovó Nadine não tivesse sido desafiada a uni-los.
Como padrinho e dama de honra dos noivos, Jake e Char têm que passar cada vez mais tempo juntos. Ele é um galinha mimado, e ela é uma garota maluca. Então por que não conseguem resistir um ao outro? 
Quando Jake para de se comportar como um babaca e começa a agir como o homem que Char sempre teve esperança de que ele pudesse ser, fica cada vez mais difícil lembrar que ele já a magoou. E agora Jake vê nela tudo que sempre quis — só precisa fazer Char acreditar nisso.
O desafio é a continuação de A aposta, da autora best-seller do New York Times Rachel Van Dyken.


É, bem, eu só quero muito muito muito essa continuação. E pra ontem, de preferência!  
“O passado é chamado de passado por um motivo. Se você está constantemente olhando para trás, seus olhos não veem a estrada à sua frente. Você não pode dirigir um carro desse jeito, então por que deveria viver a vida assim?”




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Ana Liberato