quarta-feira, 1 de julho de 2015

Resenha: "Café Forte" (Eliane Quintella)

Por Sheila: Oi pessoas, como estão? Uma resenha de autora nacional que estava um pouquinho atrasada ... acontece que o livro foi enviado em e-book (aliás esta sendo comercializado pela amazon) e só agora que estou em casa de licença devido a uma fratura, consegui parar para lê-lo. 

Além disso, continuo na minha saga por ler-de-uma-vez-por-todas-os-livros-que-não-li-em-2014 - nem que eu passe todo 2015 fazendo isso! mas acredito que consiga vencer em menos tempo, e colocá-los em dia sobre muitos livros extraordinários - e outros nem tanto.

Comecei a ler este livro com bastante expectativas. A sinopse do skoob é curta e instigante, bem como as resenhas que já foram publicadas por lá, o que talvez tenha contribuído um pouquinho sobre minhas impressões sobre o livro.

Miguel vê sua namorada aterrorizada por um demônio. Ele não acredita, acha que há alguém por trás de tudo e resolve descobrir quem é. Nessa jornada, o ceticismo de Miguel é colocado à prova e ele descobre muito mais do que podia imaginar. Um suspense fantástico que vai deixar o leitor faminto por cada dia um pouco mais de história!

Miguel conhece Dora, sua namorada, em uma livraria. Ela é esbelta, loira, bem sucedida em sua carreira como gerente de uma loja de jóias, meiga e carinhosa. Parecia a mulher ideal e Miguel, médico altivo e orgulhoso, apaixonara-se perdidamente, um amor que beirava a adoração.

Infelizmente, o conto de fadas começa a lentamente se esvair quando Dora começa a aparecer com estranhos hematomas e ferimentos, sem que Miguel consiga que a mesma lhe revele como os mesmos acontecera, ou quem os estaria inflingindo.
Emocionado Miguel agarrou Dora pelos braços com força e a sacudiu violentamente, gritando: 
— Vamos me diga!!! Quem é que está fazendo mal a você? Quem é? Eu não aguento mais! Eu não aguento mais! Você precisa me dizer! – depois de falar ele desmoronou em lágrimas brutais que pareciam ferir seus olhos. Miguel sentia que havia muito mais para saber sobre Dora e ele precisava saber tudo, pois a amava, e sabia que, quando se ama, há força para enfrentar aquele esqueleto assustador guardado dentro do armário. Ela não precisava temer, podia escancarar o esqueleto na cara de Miguel que ele suportaria. Ele estava do lado dela para tudo. Será que ela não via? Dora jogou-se no sofá e gritou: 
— Eu não sei, Guel! Você precisa acreditar em mim!
Mas Miguel não acredita, e não consegue lidar com o fato de que Dora possa estar lhe escondendo o que esta acontecendo, protegendo a pessoa que a vem machucando ao invés de confiar nele para ajudá-la, deixando-a. Num curto espaço de narrativa passam-se alguns meses, e Miguel resolve retomar o relacionamento com seu "anjo", como refere-se à ela.

A condição de Miguel, no entanto, é a de que Dora não lhe esconda mais nada: que ela possa contar toda a verdade sobre o que vem lhe acontecendo. Esta, diz-lhe que sempre temeu seu julgamento, por isso a dificuldade em narrar-lhe quem a vinha machucando. E, a verdade, é que havia um demônio a persegui-la e atemorizá-la.

Enquanto médico, racional e prático, Miguel não consegue acreditar na existência de um demônio, apesar de acreditar que exista alguém que queira assustar sua namorada, um ex-romance que tenha acabado mal, por exemplo. Mas as coisas vão ficando mais sérias: mais hematomas, cortes, pessoas que morrem ao redor de Dora, peças de roupa ensanguentadas.

O que estará acontecendo com Dora? Será que Lara, amiga psiquiatra de Miguel que se propõe a ajudar, visto acreditar em forças e energias que estão para além de nosso entendimento, vai conseguir uma explicação para as coisas aparentemente sem sentido que tem acontecido? E o que prevalecerá? A razão ou o misticismo?

Confesso que tive muita dificuldade para chegar ate o final do livro. Talvez por que, assim como Miguel, eu seja um tanto quanto cética; já nas primeiras páginas, quando a palavra "demônio" aparece, meu alerta "é sério isso?" começou a disparar. Entretanto, no quesito suspense o livro realmente consegue cumprir com seu papel. As informações são passadas aos poucos, e a resolução da trama é muito inteligente e nada clichê.

Mesmo assim, a leitura foi cansativa devido a repetição de algumas expressões - não sei quantas vezes a palavra anjo apareceu, mas foram muitas - e a repetição do nome dos personagens, quando se poderia ter usado de pronomes pessoais ou sinônimos. Além disso, alguns personagens e passagens ficaram muito forçados, não consegui me sentir convencida ou emocionada em alguns trechos. Era como se eles nada me passassem. o Geraldo Roberto (leiam, não vou contar quem é) me dava ânsias de tão cansativo.

A impressão que fiquei de "Café Forte" foi a de que a autora teve uma idéia genial, mas faltou alguma coisa, que eu não sei bem definir, no momento de transpor essa ideia para o papel. Mas ... no momento em que eu escrevo, há cinco resenhas do livro no skoob, todas as cinco extremamente positivas em relação ao livro. Assim, sugiro fortemente que você leia o livro e me diga o que achou. Nada como perspectivas diferentes para nos fazerem rever alguns posicionamentos. Abraços e até a próxima!




comentários

  1. Que título inusitado pra um tema tão complexo...
    Eu deixei alguns livros parados na estante por estar cansada dessa temática Anjos x demons.
    Não sei se iria gostar desse livro...já que tenho dificuldade seríssima em gravar nomes -sempre os confundo!
    A premissa pode até ser interessante, mas se não for bem tratada...acaba se perdendo...
    Uma pena que você não gostou tanto do livro, mas pra quem curte o gênero é uma boa indicação.

    Melhoras pra ti!
    Bjs

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Ana Liberato