Por Kleris:
Oi, pessoal. Como andam as leituras? Ultimamente tenho ido às cegas, busco um
livro ao aleatório na estante e vou na adrenalina sem saber nada a respeito
dele de modo geral. Para esse livro da Tammy me devia a leitura faz um
tempinho, se comprei faz duas feiras de livro atrás.
Acho
que já comentei na coluna do Littera que comecei a ler tardiamente, então não
tive um bom número de juvenis (pelo menos os realistas), avancei mais para (e em) outros gêneros. Minha questão de sempre foi de como seria fazer esse
“retrocesso de geração”, ler alguns da conhecida coleção do Pedro Bandeira, por
exemplo, e se me agradariam. Bom, esse da Tammy não é exatamente um juvenil,
mas tem um bom tom do gênero – tanto que foi publicado pelo selo jovem. Assim,
agradeço a uma série meninesca que gamei há pouco tempo para preparar o terreno
;)
Ok,
voltando-me para a resenha.
Imagine-se
num péssimo dia só querendo espairecer, ver a vida acontecer ao seu redor,
menos a sua. Thizi tem estado bem embaralhada, o traíra do namorado estava no
hospital por uma batida de carro (assim como um amigo do grupo, este em estado
grave), o melhor amigo tinha levado umas porradas do cara horas antes e não
queria saber dela, seu nome corria solto pelas fofocas, Thizi não sabia o que
queria da vida, os pais vivem viajando pelo mundo. Não bastando tudo isso,
Thizi encontra uma pessoa igual a ela (algo como uma versão melhorada) numa
festa que vai e daí é como a gota d’água para tudo embaralhar mais ainda.
Não tinha coragem de falar, meu corpo paralisado me fez sentir uma menina de quatro anos sendo pega em alguma arte muito feia. Como a gente diz para a gente mesmo quem a gente é?
O que você faria se
encontrasse você mesma?
O
primeiro terço do enredo é bem assim, confuso por tanto acontecimento ao mesmo
tempo, coisas que só somavam na cabeça de Thizi, e na minha, eu não via
claramente o mote da história. Embora evocasse um drama pelas páginas, não
sentia empatia pela personagem ou pelas situações, elas ora são contadas
rapidamente ora muito detalhadas e podem irritar bastante. Isso porque Thizi me
pareceu bem contraditória e tinha coisas que simplesmente não condiziam com
quem ela se mostrava (ou dizia) ser.
Eu precisava escutar a voz do meu amigo para o barulho do mar voltar a soar bonito de novo e que se danasse se ele batesse o telefone na minha cara, ou me enxotasse, e eu ficasse na pior depois. Tito primava pela educação e sensibilidade, e mesmo assim não sabia como ele agiria ao escutar minha voz. Minha crise de abstinência doía demais.
No
meio disso, está Tito, o melhor amigo apaixonante, que não consegue ficar muito
tempo afastado. Eles conseguem fazer as pazes e já dispondo novamente do apoio
de seu melhor amigo, Thizi decide investigar melhor quem é esta pessoa igual a
si. Acaba descobrindo mais dela própria.
Terminei
o livro com mistas sensações, dessas que pedem dias para que se respire e possa
melhor explicar os motivos de a história não ter me ganhado. Desse saldo, me
parece que o enredo-base seguiu muito a linha de meios para dados fins e senti
falta de mais propriedade nas ações e na cabeça dos personagens. Na verdade, eles são novos
adultos que se passam muito por jovens adultos; para o contexto em
que se inserem, é até compreensível.
No
geral, é dessas histórias que fazem mais sentido quando vistas de longe. Alguns
pontos não ficaram bem amarrados, e explicações e reviravoltas deixaram a
desejar. Embora tenha sentido que a intenção da história fosse de ser confusa,
acho que a Tammy extrapolou um pouco nessa dosagem.
Com
poucos conflitos, Garota Replay é um conto de 144 páginas bom para aquelas
horinhas que você não está interessado em algo em especial. Tammy explora temas
referentes às relações sociais e cotidianas, como amizade friendzone,
família, decisões e atualidades (o livro tem bastantes citações de músicas
pop), sem muita imersão. Apesar da falta de uma maior empatia, shippei torci
pelo casal que era de uma amizade bonita e ri com uns pensamentos aleatórios de
Thizi.
Eu vivia sentindo culpa por não sentir culpa das coisas e mais culpa ainda quando não me lembrava dos acontecimentos. Minha memória, um horror; perdia compromissos e irritantemente lembrava duas horas depois. Sabe o que é estar placidamente deitada no sofá e dar um pulo no ar, seguido de um grito e a conclusão: perdi a prova extra de Matemática? A vida toda fui uma fraude de lembranças.
(ainda não cheguei
nesse nível de amnésia, felizmente).
E
vocês aí, já leram? O que acharam?
Oieee (voltei um pouco - vida corridaaa)! rs
ResponderExcluirUltimamente não tenho lido nada...mas enfim..
Olha, li esse livro tem um século e não gostei.
Achei a história fraca e previsível, mas ele não é 100% ruim, tem uns momentos divertidos.
Eu li mais livros para adolescentes depois que passei essa fase...gosto desses porque são leves, rapidinhos, não tem muito enrolação.
Enfim.
Bjs