“No vilarejo, falar que o pecado mora ao lado é mais do que um dito popular: é uma verdade ameaçadora da qual os moradores se dão conta pouco a pouco.
E, para alguns, é tarde demais. Como resistir ao mal? À luxuria, à ganância, à ira?
Como não ceder aos pecados da carne quando a guerra chega e o inverno castiga, quando o frio e fome tomam conta, quando uma força maior parece conspirar e rodear os moradores para que eles se entreguem aos seus piores instintos?”
Por Yuri: Oi pessoal! O dia 31 de outubro já está chegando, então para deixar o Dear Book em clima de Halloween, nada melhor do que uma resenha de conto de terror. No livro de Raphael Montes os demônios estão soltos para invocar o pior nos habitantes do vilarejo.
“O legado mais famoso do padre Binsfeld é a classificação dos demônios, escrita em 1589. De acordo com seu trabalho, cada um dos demônios, os Sete Reis do Inferno, era responsável por invocar um pecado capital nos seres humanos: Asmodeus (luxúria), Belzebu (gula), Mammon (ganância), Belphegor (preguiça), Satan (ira), Leviathan (inveja) e Lúcifer (soberba).”
“O Vilarejo” é dividido em sete
contos, no qual cada um narra a história de um morador. O primeiro conto, “Banquete
para Anatole”, é uma referência ao demônio da gula. Durante o período de guerra,
o frio assola o vilarejo, e sem ter o que comer Anatole parte para caçar. Sua
esposa, Felika, espera por muito tempo pelo retorno do marido e enquanto
Anatole não volta, estoca comida secretamente para não dividir com os vizinhos.
“Entre fadas e dragões, Felika ouve nova batida à porta. Não pode acreditar que a impertinente sra. Helga voltou. Caminha devagar, hesita. Ao puxar as cortinas, mal se contém: Anatole! [...]
- Você está ótima, querida! – diz o marido, enquanto aperta suas bochechas. Espanta-se que a esposa esteja tão sadia e corada.
- Tenho dado meu jeito – gaba-se Felika.
- Parece até um tanto mais... gorda!
- Ora, não seja bobo, Anatole!
- Onde estão as crianças?
- Na mesa, jantando. Vamos comemorar!
Espalhados pelo pequeno cômodo, Anatole reconhece os corpos de vários moradores do vilarejo. No sofá, sem a cabeça, está Krieger, o aleijado. Ao lado, Ivan, o ferreiro, tem uma faca rústica cravada no peito. Mais perto da lareira, as pernas e as cabeças de Vália e Latasha, enfiadas em espetos compridos, esperam o momento de serem assadas.”
Confesso que eu sou super medrosa. Quando li o resumo do livro, achei que apareceria uns demônios no meio da história. Já estava arrepiada no primeiro conto achando que a qualquer momento a personagem seria possuída, mas a ideia não é essa. Depois que eu terminei o primeiro conto, entendi que cada personagem representaria um pecado capital em referência aos Sete Reis do Inferno.
Achei o primeiro conto horripilante e vale a pena dizer que os outros contos não deixam nada a desejar. Todos são repletos de cenas de morte, assassinato e preciso dizer que fiquei com vergonha do comportamento humano. O livro realmente mostrou o pior dos seres humanos.
O livro é bem curto, escrito para ser lido de uma vez. Apesar de serem contos individuais, é interessante ler na ordem sugerida, pois as narrativas seguem uma linha de raciocínio que é amarrada no último conto. Para aqueles que não costumam ler notas inicias, sugiro que não deixe de ler o prefácio e o posfácio deste livro, pois essas partes tornam a obra muito mais instigante.
Achei o primeiro conto horripilante e vale a pena dizer que os outros contos não deixam nada a desejar. Todos são repletos de cenas de morte, assassinato e preciso dizer que fiquei com vergonha do comportamento humano. O livro realmente mostrou o pior dos seres humanos.
O livro é bem curto, escrito para ser lido de uma vez. Apesar de serem contos individuais, é interessante ler na ordem sugerida, pois as narrativas seguem uma linha de raciocínio que é amarrada no último conto. Para aqueles que não costumam ler notas inicias, sugiro que não deixe de ler o prefácio e o posfácio deste livro, pois essas partes tornam a obra muito mais instigante.
Fica aqui a sugestão de um livro
fácil de ler, mas com uma ideia interessante.
Até a próxima!
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