A coluna "Minhas Palavras" apresenta textos originais, de diversos temas, produzidos pela equipe do Dear Book.
Por:
Kleris Ribeiro.
Ex-colunista
do Littera Feelings, é resenhista e co-adm no Dear Book.
(vejam só, eu me
arriscando numa crônica)
Sempre
tem um post do Buzzfeed na timeline te esperando pra te puxar. É ligeiro que
você cai na toca dos 20 tipos, 18 gifs disso, 15 dicas daquilo, 12 exemplos de
x, 10 tweets de y, 5 momentos de sabe-se-lá-o-quê-mais. Foi num post desses
aleatórios que parei uns minutinhos para
ler sobre tipos de tias (aqui).
Quem tem família grande invariavelmente já mentalizou os tipos de tias, então
lá estava eu brincando e tentando identificar minhas diversas tias naquele
post.
Foi
aí que um tipo em especial me chamou atenção: a tia dos presentes culturais. De acordo com o Buzzfeed, a tia dos presentes
culturais é aquela que te presenteou com
seus primeiros livros, discos e tudo que você nem curtia muito quando era
pequeno, mas curte muito hoje em dia. Pensando bem, acho que não tive uma
tia dessas – pelo menos quanto à infância e livros. As minhas tias se tornaram
tias culturais – Beijo, dinda! – quando
eu comecei a pedi-los, depois dos 18 anos.
Esse
tipo me chamou a atenção não por identificar alguém da minha família, como
acima dito, mas por ME enquadrar nele. Pois é, já sou tia. E a sou a tia
dos presentes culturais. Melhor, a tia que dá livros.
Foi
apenas engraçado nesse dia o cair da ficha depois de tantos anos. Valeu, Buzzfeed! Isso porque na minha
família a leitura não é algo tão presente. É visto em geral como uma coisa bem prática,
para a escola, para o vestibular, para a faculdade, a pós-graduação, o mestrado,
para religiosidades, enfim, o lado bom da coisa toda fica esquecido – salvo
alguns casos, claro – e às vezes me
pergunto como inserir a cultura do livro – principalmente para os pequenos – nesse
meio tão vago de leitura. Mas aceitei o desafio.
Comecei
com as crianças, os primos. Alguns já liam por conta da escola ou mesmo
revistinhas. Tenho investido em descobrir os estilos, como começar, como
instigar, como evoluir, porque sei por experiência que não adianta dar um livro
se não ele não é de seu interesse. É como dar o perfume errado, é uma escolha
muito pessoal. Mas um livro que hoje não é de seu gosto, amanhã pode te
despertar outros olhares, porque houve outro livro na jogada para fazer a ponte
necessária. E aí a gente tem que descobrir essas pontes também. Quadrinhos, por
exemplo, até agora tem sido um acerto. Ainda não sei onde irei levá-los... ou
mesmo levar-me.
Falo
levar-me porque no meio tempo desse processo aproveito para explorar outras
leituras pra mim – é uma meta pessoal desde o ano passado ler livros que até
então imaginei que eu não seria seu público ou então que ainda não tinha tido a
oportunidade de conhecer. São tantos! Como é sabido por leitores, é pouca vida
para o tanto de livros que a gente quer ler. Todo tempinho é precioso, para as
boas e más experiências de leitura.
Só
sei que hoje em dia vou à feira de livros e já vou pescando, esse aqui é pro
Samu, esse é pra Mel, esse é pra Karla, esse é pra... E avalio minha estante
imaginando pra quem possa emprestar. Nada como aquela mensagem no meio do dia
que diz “hey, sabe aquele livro, olha, curti muito”. Mas também nada contra os
comentários negativos. Na verdade, me diga, pra eu acertar da próxima vez.
E
sigo assim, sendo a tia, a prima, a sobrinha... que dá livros. Hei de encontrar
o estilo e o livro certeiro de cada um – e um pouco de money/patrocínio pra bancar essa família. Não formarei grandes
leitores, massssssss... pequenos
leitores já me basta.
Que as tias dos presentes culturais acertem nesse Dia das Crianças :)
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