Por Marianne: Já tinha ouvido falar (muito bem) de Lucinda Riley, mas
por falta de tempo e excesso de livros nessa vida nunca dei muita bola pra
moça. Até que a Novo Conceito mandou A rosa da meia-noite e pude tirar minhas
próprias conclusões sobre a autora.
Mas vamos à história que é o que interessa. Anahita é uma senhorinha
indiana de cem anos que mora na Índia, mas já morou parte de sua
adolescência e vida adulta na Inglaterra. E foi em território inglês que sua
vida mudou completamente. Na Inglaterra, muito anos atrás, Anahita perdeu seu
filho. Apesar de receber o atestado de óbito da criança e suas mãos ela acredita
na sua intuição que lhe diz que seu filho ainda vive.
A família de Anahita lida com a situação com indiferença, como se incredulidade na morte do filho fosse uma fuga de Anahita para lidar com a situação.
Se eu fosse uma mobília, uma cadeira elegante, por exemplo, seria rotulada como antiguidade. Seria polida, restaurada e orgulhosamente colocada em exibição como um objeto de beleza. Infelizmente, esse não é o caso de meu corpo, que não envelheceu como uma bela peça de mogno. Em vez disso, meu corpo se deteriorou como um flácido saco de juta comportando um conjunto de ossos.
Sem nenhum interesse por parte da família em sua história, Anahita
decide escrever cartas contando tudo que aconteceu desde que era apenas uma
criança e conheceu sua melhor amiga e pessoa que
mudaria sua vida pra sempre, Indira, até o tempo em que viveu na
Inglaterra. Confiando em sua aguçada intuição ela elege Ari, seu bisneto, para
ficar com as cartas e conhecer a história e os mistérios que envolvem o passado
de sua bisavó.
—Minha doce Anni, você tem um coração bom, que bate mais alto que cem tablas. Como seu pai, você abomina injustiças e adota igualdade. Mas tenha cuidado, minha Anni, pois os humanos são complicados e suas almas geralmente tem muitas camadas. Onde você acredita que vai encontrar bondade, talvez encontre o mal também. E onde você enxerga apenas o mal, talvez haja algo de bom.
Ari é um rapaz jovem e bem sucedido que vive com a cabeça em seus
negócios milionários. Sem tempo pra família, pra namorada e pra vida Ari nem
toca nas cartas de Anahita quando as recebe da avó, e nem mesmo após seu
falecimento.
(...)—Mas, se você está vivendo em um cômodo com seus parentes idosos, seu marido e seus filhos, com apenas algumas rúpias para comprar arroz, você precisa de uma fé muito forte. Aqui no ocidente, a fé em algo superior à própria pessoa talvez não seja mais tão necessária. Conforto físico, materialismo, se preferir, é inimigo da espiritualidade, creio. Quando você está aquecido e bem alimentado, sua alma pode permanecer vazia e ainda sobreviver mais um dia. E essa, descobri recentemente, é a maior pobreza de todas.
A realidade só bate na cara de Ari quando sua namorada, cansada da
ausência do companheiro, vai embora e deixa Ari na mais pura solidão da sua
cobertura duplex. Arrependido por seu comportamento e com vergonha de ter menosprezado
sua família por causa de trabalho, Ari começa a ler as cartas de Anahita e
parte pra Inglaterra em busca de peças que se encaixem na história de sua
bisavó.
Enquanto isso, no interior da Inglaterra,
Rebecca Bradley, atriz americana em ascensão, está hospedada na mansão Astbury
para gravação de seu novo filme. Longe dos paparazzi e jornalistas curiosos,
Rebecca desfruta de seu tempo na mansão para digerir o pedido de casamento que
acabou de receber e que já é manchete em todos os jornais, ainda que Rebecca não
tenha decidido sobre sua resposta ao pedido.
Inusitadamente as três histórias se cruzam e envolvem o leitor na
trajetória de cada um dos personagens que surgem.
Como grande parte do livro ser narrado por Anahita através de suas
cartas a história tem uma ambientação bastante nostálgica, coisa que eu amo de
paixão em qualquer roteiro! As personagens femininas são fortes e sabem traçar
seus destinos e fazer suas escolhas, e vamos considerar aqui que a maior parte
da história ocorre por volta de 1920, onde as mulheres não tinha voz ativa e
apenas aceitavam o que era imposto à elas. O protagonista, Donald Astbury me
irritou bastante por ser muito em cima do muro e paro aqui pra não dar
spoilers.
(...) mas Rebecca também começava a reconhecer que muitas outras pessoas — homens, em sua maioria —estavam no controle de seu destino nos últimos anos. Ela precisva voltar a ser responsável por si mesma, não importava como.
A narrativa é bem descritiva, mas não é nada cansativa. A autora
consegue montar todo um cenário na nossa imaginação e ir direto ao ponto.
Fiquei super empolgada pra conhecer as outras publicações de Lucinda Riley, A rosa da meia noite ganhou definitivamente meu coração.
Eu olhando só pela capa do livro e até pelo nome imaginei que era outro tipo de historia... hahahah sério, cheguei até a imaginar que era um romance hot... kkkkkkkkk
ResponderExcluirPor isso nem tinha parado pra ler nada sobre o livro, pq nao curto esses romances eroticos, mas agora que vi que é diferente eu fiquei interessado. Quando a narrativa é muito descritiva corre o risco de ficar cansativo ne, bom saber que esse livro mesmo tendo uma narrativa descritiva nao fica cansativo.
Pode ir fundo na leitura Douglas, não cansa nada, eu amei esse livro :)
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