segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Resenha: "Limbo" (Thiago d’Evecque)


Por Yuri: Quando perguntaram se eu tinha disponibilidade para resenhar “Limbo”, aceitei sem saber o que esperar do livro. Algumas histórias a gente sabe exatamente o que vai acontecer, a mocinha conhece o rapaz, ocorre algum empecilho que impede os dois de ficarem juntos e sabemos que a história só vai terminar quando os dois viverem felizes para sempre. Só para deixar claro que isso não acontece neste livro.

“Limbo” é a história de um espírito que se encontra no limbo e é acordado pelo arcanjo Gabriel para recrutar doze almas, que deverão ser enviadas de volta à Terra, para salvá-la de ser destruída pelos humanos.
“As almas no limbo preservam sua aparência verdadeira. Não a que gostariam de ter, mas a que revela quem realmente eram.”

Durante a sua jornada, o espírito é acompanhado por sua espada, na qual Azazel prendeu o demônio do medo quando forjou. Para aniquilar qualquer poder que esse demônio possa ter, o espírito nomeia sua espada como Cacá (para soar bem humilhante). Por meio dessa arma as almas são enviadas para a Terra, logo para aquelas mais reticentes em voltar, há longas cenas de lutas com o espírito.


“ – Me conta, o que houve? 
E eu não sabia como dizer que não sabia. Respondi então o que viera fazer ali. 
- A Terra está em perigo de novo. Preciso de uma arma. 
Ele (Azazel) levantou o queixo e se esticou, trocando o peso do corpo para a outra perna. Deve ter pensado que eu iria até a Terra pessoalmente, não sei. Eu ainda não tinha coragem de dizer que o enviado seria ele.”



As doze almas são heróis, lendas e mitos de quem já ouvimos falar e foram escolhidas por possuírem alguma característica que o espírito julgou necessário na Terra, seja pela coragem, pela sabedoria ou gentileza. Até mesmo a rainha Sherazade, narradora dos contos “As mil e uma noites”, é enviada de volta à Terra.
“- Agora eu quero uma alma diplomata – expliquei a ele. – Alguém que use as palavras para esfriar corações nervosos, alguém que negocie, pacifique e converta. [...] Alguém que sobreviveu por mil e uma noites usando a voz, que contou histórias até derreter um bloco de rancor para chover amor, que conquistou a liberdade usando sua imaginação. Com o discurso hipnótico ela cativou seu ouvinte e carrasco a cada palavra, tornando-se a utopia de escritores e contadores de história por toda a Terra. Ela era a sultana Sherazade.”

A medida que você lê o livro não dá pra saber como a história vai terminar, mas de repente você percebe que o livro está no final e entende que o grande mistério refere-se a quem é o espírito incumbido de escolher as almas, por que ele foi escolhido e quem é a décima segunda alma.
Repare que em nenhum momento foi citado um nome para o espírito, por que passamos o livro todo sem saber o sexo e que tipo de ser ele era antes de ir para o limbo, até por que o próprio espírito não consegue lembrar a sua jornada.

Cada personagem foi muito bem escolhido para fazer parte da história. A alma que mais atraiu a minha atenção foi Finn Mac Cumhail, por causa do dedo da sabedoria. Conta-se que Finn, ao preparar o salmão do conhecimento, queimou seu dedo acidentalmente e o levou à boca, absorvendo parte da sabedoria do peixe. E quando Finn precisava pensar, colocava o dedo da sabedoria na boca. Não sei se vocês já ouviram essa história, mas achei um gesto tão simples que nós mesmos costumamos fazer quando paramos pra pensar. Achei que esse personagem deu um toque poético ao livro.

O autor usou parte da vida desses personagens que conhecemos e preencheu alguns buracos criando a sua versão da história deles. Então as partes criadas pelo autor colaboraram para que o motivo pelo qual o espírito escolheu determinada alma fosse condizente com a vida levada por ela.

E é aí que está a mágica do livro, pois o final nada mais é uma história que já conhecemos, mas o autor conseguiu mostrar uma outra visão do mesmo fato. Quando terminei de ler o livro, minha reação inicial foi: “NOOOOOOSSA”. Eu reli o final mais algumas vezes de tão genial que achei. Desculpem-me se vocês já leram o livro ou se criaram muita expectativa, mas toda essa abordagem foi nova pra mim. Nunca li nada parecido, então o final foi surpreendente pra mim. Aquilo que começou de forma despretensiosa se tornou um quero mais.

Ficou curioso? Compre o livro na Amazon e comente também.

Até a próxima!

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domingo, 29 de novembro de 2015

[Minhas Palavras] Uma Carta ao Meu Quase-Ex-Amor


A coluna "Minhas Palavras" apresenta textos originais, de diversos temas, produzidos pela equipe do Dear Book.

Por: Mary Leite.
Colaboradora, é resenhista de Literatura Nacional e Estrangeira no Dear Book.
(Não sei o que é mais estranho: eu escrevendo uma crônica ou tendo coragem de publicá-la)





Querido quase ex Amor,

Li outro dia em algum lugar – você sabe que leio muita coisa e nunca lembro depois onde – que nem sempre só o amor é suficiente. Que Deus me defenda, essa é a mais pura verdade. Te confesso que, quando li, não dei a devida importância. Sei lá, reconheci a verdade daquilo, mas aquela afirmação, àquele momento, não me tocou devidamente. Provavelmente eu estava tão imersa em nossa felicidade – mais minha do que sua, talvez? – que fui incapaz de enxergar a realidade que se delineava diante dos meus olhos.
Sabe, quando te conheci, você se destacou no meio de todos os outros. De repente, como uma chuva de fogos de artifício no meio do céu negro sem estrelas, você sorriu e iluminou toda a escura pista de dança. Sério, quando você sorriu pra mim, eu me perdi. Aliás, esse teu sorriso é a minha perdição e você sabe. Tudo bem, ok, você sabe bem que tenho uma profunda queda por belos sorrisos. Mas eu juro que o teu sorriso é o mais bonito de todos. Você é o meu melhor sorriso.
Me sinto tão culpada por duvidar... principalmente quando escuto a tua voz, tão segura de nós dois. Será que eu já disse hoje o quanto amo a tua voz? Talvez não. Certo, muito provavelmente não. Gosto desse sotaque suave, tão seu. E gosto como os “s’s” saem com um chiado. E aí quando você ri, essa tua risada rouca, que vem acompanhada do teu sorriso que amo tanto... ah, meu bem! Aí eu me perco. Até o chão some sob os meus pés.
Será que um dia você poderá perdoar as minhas fraquezas? Não é culpa minha, tá? Você, tanto quanto eu, conhece o nosso passado. E eu sei que éramos jovens demais quando nos conhecemos, mas tanta coisa aconteceu de lá até aqui! Peço, encarecidamente, que você não me culpe, meu amor. É muito difícil esquecer anos de mágoa. E, mais difícil ainda, é controlar as minhas inúmeras reservas. Eu sou paranoica, eu sei. Eu tendo ao autoboicote, eu sei também. Eu sou racional e fechada demais, você não precisa me lembrar disso. Afinal, somos duas ostras soldadas, não é? Nesse sentido, acho que você me entende melhor do que ninguém.
Será que um dia acabarei estragando tudo?
Espero que não.
Porque, por mais que duvide, não quero te perder.
Às vezes queria ser mais impulsiva, mas logo depois me arrependo. Olho para o passado tentando não me ater a ele, para, então, olhar o futuro e não te encontrar lá. Será que a minha visão está nublada e por isso não te enxergo ali? Talvez sejam as minhas lágrimas. Você é o único cara por quem já derramei lágrimas, sabia? Não me orgulho nadinha de reconhecer que já chorei por você. Logo eu, tão forte! Logo eu, conhecida na roda de amigos por ser a mais durona, perdi meu coração para você.
Sou uma garota movida pela razão. No entanto, você parece despertar o meu lado mais sentimental. Nem me reconheço quando estamos juntos. Porém, ainda assim, gosto de quem eu sou com você. Da pessoa que sou por você. Tento ser mais corajosa. Mais descolada. Até arrisco me abrir mais, deixar as coisas fluírem. Falar o que sinto nunca foi uma opção. Até conhecer você. Caramba, até te conhecer eu nem mesmo tinha sentido algo realmente forte por alguém! Perco o filtro. Falo e depois me arrependo. Eu penso demais. Fico remoendo tudo. Crio infinitas possibilidades em minha cabeça. Acaba que nunca acontece nada do jeito que imaginei, mas essa é a graça de estar com você: sou surpreendida com beijos, uma chamada, seu colo, uma mensagem...
Por sua causa, me tornei uma contradição ambulante.
Já contei que ainda sinto um friozinho gostoso na barriga sempre que vejo o seu nome no visor do meu celular? Sim, é. E o meu coração ainda acelera igual um doido quando te vejo. Será que um dia vai passar? Espero que não. Amo essas sensações de desamparo que você me faz sentir. Um desamparo seguro, sabe? Quando você me abraça, esqueço que existe um mundo lá fora. Você me coloca no colo, deita a minha cabeça no seu peito e eu escuto o seu coração. Ele bate forte. TUM-TUM TUM-TUM TUM-TUM. Por mim.
Meu peito se enche de um sentimento gostoso. E assustador. Chame-o como preferir.
Você sabe bem o quanto lutei contra esse sentimento. Fiz de tudo. Tentei sufocá-lo, trancafiá-lo, escondê-lo. Tudo em vão. O meu coração já era seu e eu nem sabia. Desisti. Contudo, tem sempre um lado irritante, lá no fundo de minha mente, questionando. Irracional. Será que você pode desligá-lo? Ah, pode sim. Por sinal, somente você pode. Eu sou covarde, eu sei. Me deixa ser covarde por você? Me dá colo? Porque eu juro que se você me abraçar apertado e abrir aquele sorriso que amo, esquecerei até o motivo desta carta.
Viu só? Já esqueci.

Com amor,
Eu.



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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Resenha: “A Lista” (Cecelia Ahern)

*Por Mary*: Olaaaaaaaar, pessoas bonitas!

Outro dia, conversando com uma das Besties – que, por sinal, vocês conhecem, é a Kleris – ela fez um comentário interessante sobre a Cecelia, no qual achei bastante válido compartilhar aqui com vocês. O comentário era a respeito de como essa autora parece ter a capacidade de contar histórias a partir de motes aparentemente simples.

Voltarei a falar disso mais à frente, prometo.

Agora imaginem vocês um livro que fala justamente da arte de contar histórias de pessoas comuns, com seus dilemas diários e que, de longe, não parecem ter uma vida lá tão interessante? Pois é, chegamos a A Lista.


Quando se conta uma história, há mais pessoas envolvidas do que o autor, (...).
Katherine Logan está passando pela fase mais conturbada de sua vida, seja no âmbito profissional ou amoroso. Quando sua melhor amiga – e editora – morre, deixando para ela uma lista com cem nomes para integrarem uma última matéria para a revista Etcetera, Kitty percebe que recebeu um legado e a chance de escrever a melhor matéria de sua carreira, restituindo, assim – e talvez – um pouco do seu perdido respeito profissional.

Conforme se debruça mais e mais nas histórias de algumas dessas cem pessoas, Kitty reaprende valores há muito esquecidos em si própria e muito mais do que a melhor matéria de sua carreira, ela encontra, também, um caminho no momento em que se sente mais perdida em sua vida.

Esse livro segue a mesma linha dos demais livros da Cecelia Ahern, pois não foge à verossimilhança que tenho apontado em minhas resenhas sobre ela. Contudo, gostaria de apontar aqui certo traço de metalinguagem nesta trama. Quero dizer, por meio da repórter Kitty Logan, a Cecelia explora as histórias de pessoas comuns, extraídas dos seus cotidianos. 
Cada um de nós tem uma boa história para contar. É isso que nos une, é esse vínculo que temos em comum, e é esse o vínculo que existe entre todas as pessoas daquela lista.
A premissa é bem clara e se encontra estampada na capa: todo mundo tem uma história para contar. Você, caro leitor do blog, provavelmente olhará para a própria vida pensando “Ah, mas a minha vida é muito desinteressante”, mas é aí que você se engana.

A propósito, creio que esta é uma das maravilhosas mensagens transmitidas por este livro: todos temos o que contar, por mais que para nós não pareça algo tão impressionante e talvez seja justamente esse o motivo que torna nossas histórias tão especiais.

Não vou mentir, a protagonista é, inicialmente, bem irritante. Todavia, a maioria das protagonistas da Cecelia Ahern o são – quer dizer, dos livros que já li, pelo menos. Acontece que essa chatice do começo é, de certo modo, catalisador para os fatos que sucedem. Um mal necessário, vai.
- (...) O que você acha?
- Acho que se eu fosse a sua namorada te dava um pé na bunda.
- E então, você aceita?
- Aceito o quê?
- Ser a minha namorada?
No mais, ficaram alguns pontos abertos. A trama se encerra sem esclarecer algumas informações – e juntar shippers, o que eu considero imperdoável desanimador – que poderiam ter sido melhor trabalhadas, mas que, contrariamente, foram simplesmente jogadas de forma nebulosa. Não obstante, talvez estas pontas soltas sejam indícios de eventual sequência. Aguardemos.

O livro é excelente. Eu sei que sou bastante suspeita, porque gosto muito da Cecelia, mas não tenho culpa se ela tem uma forma tão maravilhosa de contar suas histórias. Não há dramalhões, nem clichês. E, ainda assim, tornando-as completa e irremediavelmente apaixonantes. Você, com certeza, deveria ler esse livro.
Dançando no escuro, estava Birdie, com os olhos fechados, o queixo erguido, apontando para o céu enquanto girava e rodopiava, os braços elevados como se estivesse dançando com algum parceiro invisível ao som de “Dream a Little Dream of Me”, cantada por Ella Fitzgerald e Louis Armstrong.

Eva estava sentada no banco do motorista do ônibus, segurando o microfone e apontando-o para o tocador de CD, e, ao lado das luzes do farol, parados, estavam Edward e Molly.

Kitty ficou extasiada com o que viu. Deixando Mary-Rose, que estava igualmente encantada, ela subiu no ônibus.

- Foi você quem fez isso? – Perguntou a Eva.

- Birdie me contou que ela e Jamie tinham o hábito vir aqui à noite para dançar. Essa era a música favorita deles. É o presente de aniversário dela, atrasado – explicou Eva, com os olhos marejados, enquanto observava Birdie dançando sozinha no antigo salão de baile.

Kitty percebeu que Molly e Edward estavam abraçados, dançando lentamente, ao passo da música. Então, ela acreditou que tinha acabado de testemunhar a mágica de Eva.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Resenha: “Três Dias Para Sempre” (Janda Montenegro)


Por Kleris: Três Dias Para Sempre soa como romance “água com açúcar”, daqueles que promete esbarrões de uma mocinha com um mocinho, que juntos devem ultrapassar as reviravoltas da vida para permanecerem unidos, algo com muitas enroladas, mas de conflitos simples, e tudo isso à maresia da Cidade Maravilhosa, Rio de Janeiro.

Acontece que o universo não dá muitas chances para esse mocinho (Teo) e mocinha (Eveline), já que eles se encontram justamente no período de fim de férias do rapaz brasiliense. Além disso, Eveline tem que dar um rumo a sua vida, já que está “presa” ao Rio por tempo demais – ela é uma baiana que viajou para se casar com um cidadão do Rio, só que foi deixada no altar e desde então não conseguira voltar para sua cidadezinha. Mas seria realmente o tempo o vilão dessa história? 
E daí que ele fosse skatista e estudante, e que fosse de outra cidade e fosse se formar em filosofia? Ela mesma não cursara faculdade! Se havia uma coisa que aprendera nesses meses abandonada no Rio de Janeiro, era que não deveria mais esperar conhecer um cara bacana, rico, bem-sucedido e que a amasse para sempre, porque isso era ilusão.

Três Dias Para Sempre centra sua ação em Eveline, uma “romântica incorrigível” que mergulha de vez em sentimentos sobre esse cara, Teo. Ela passa de pessoa amargurada (pelo fracasso do casamento) a apaixonada suspirante, passa de pessoa sem amigos para uma pessoa totalmente sociável, e passa de uma preguiçosa para trabalhadora, e tudo por causa desse amor súbito. Acho que já perceberam que a história não me ganhou...   
— Eu preciso falar uma coisa com você.
[...] Ele vai terminar comigo.
Vai dizer para eu não me iludir.
Vai falar que eu sou legal e tudo mais, mas que já chega. [...]
— Eu vou embora na terça-feira. [...] Eu tenho que ir, Line. Não tenho mais dinheiro pra ficar. Já estou devendo mais de duzentos reais pro Canutto e vou ter que pedir grana emprestada pra minha mãe!
[...]— Eu te empresto — disse ela.

Para contrariar minhas expectativas, Janda tomou o rumo de focar no relacionamento abusivo do casal. Clichês e estereótipos são destacados e tendem a nos deixar bastante incomodados. Em um segundo plano, outros relacionamentos, como da Line com a Raffa (boa alma que ajuda Eveline a ficar na cidade), e do Canutto com Teo, assim como toda a ambientação, foram pouco aproveitados. 
Raffa não era exatamente uma amiga, mas Eveline gostava de pensar que era, para se sentir menos solitária nessa cidade que não era a sua.

Quem espera uma boa dose de amor, encontros inesperados e todo aquele arco-íris para uma tarde, vai se perder no calçadão quente de Copacabana, sem chinelo, sem proteção, sem muita água para se hidratar. Apesar do quê de frenético, de viver intensamente esse pequeno espaço de tempo, a ação em si se arrasta. Fora que há umas falhas, pontas soltas e contradições, desde o enredo às construções de personagem. 
Talvez a culpa fosse dela mesma, afinal, se ela fosse uma garota menos certinha e mais descontraída, teria bebido muito mais e, possivelmente, teria se divertido mais, sem se importar tanto com os rapazes. Afinal, se fosse para colocar na prática, ela mal os conhecia e muito possivelmente dali uns dias jamais viria a vê-los novamente.
Então por que se importara tanto em fazer tudo certo?
Abriu os olhos.
Era porque ela era assim. Era de sua índole fazer as coisas certas, mesmo pelos desconhecidos. Simplesmente não sabia ser de outra forma, e, ainda que vez ou outra alguém se aproveitasse da sua bondade, em geral Line achava que era bom ser assim, que o mundo precisava de pessoas como ela, porque já havia coisa errada demais por aí. 

É uma história que, agora, olhando de longe, acho que entendo as intenções da escritora, só não me envolvi com a maneira com que desenrolou, e acho que se arriscou demais para uma trama que não se mostra pronta. Embora a escrita seja fluída, é um tanto confusa, contraditória e não senti segurança no desencadear dos fatos. Me incomodou a ponto de nem torcer pelo casal, mas, por incrível que pareça, a melhor coisa que lhes acontece está justamente no tal final inesperado citado pela capa.

Esse final, inclusive, me deixou com uma pulguinha atrás da orelha. Muito provavelmente estou sendo imaginativa demais, massss... tenho uma teoria sobre isso – leitores curiosos (e que aceitem spoilers caso não leram ainda) podem me procurar por DM no twitter do DB (@dear_book) para saber mais a respeito. Deixem uma leitora conspirar...

Anyway, agora quero saber das divagações de vocês sobre esse livro. Deixo aqui o link da Saraiva o/


Até a próxima!

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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Resenha: "A Escolha" Vol.3 (Kiera Cass)

Por Clarissa: Olá pessoal, tudo bem? Hoje venho trazer um dos maiores sucessos literários, “A Escolha” de Kiera Cass. Esse fenômeno que fez a ainda faz a cabeça de muitas adolescentes. E se tornou uma das minhas séries preferidas.

A história é sobre o reinado de Illéa, o povo é dividido por castas – dos mais ricos aos pobres - e para continuar com o reinado o príncipe Maxon (suspiros) precisa escolher entre 25 garotas em uma competição, chamada Seleção. Quando America entrou na competição ela nunca imaginou que chegaria tão perto da coroa – nem do coração do príncipe Maxon.
“America, meu amor, você é a luz do sol filtrada pelas árvores. É o riso num momento de tristeza. É a brisa de um dia de verão. É a clareza quando só há caos. Você não é o mundo, mas é tudo o que torna o mundo bom. Sem você, minha vida ainda existiria, mas só.
Com o fim do concurso cada vez mais próximo, que lhe aperta o coração entre perder as colegas que fez ao longo da competição e ao amor que tem por Maxon. E as ameaças rebeldes ao palácio ainda mais devastadoras, ela se dá conta de tudo o que está em risco e do quanto precisará lutar para alcançar o futuro que deseja. A competição vai consumindo mais e mais das candidatas, o rei esta testando a capacidade mental de todas. Mas America já fez sua escolha, mas ainda há muitas outras em jogo...
Aspen, seu antigo namorado, terá que encarar um futuro longe dela. E Maxon precisa ter certeza dos sentimentos da garota, antes que ele tome a grande decisão de sua vida e seu povo.
“Você disse que, para acertar as coisas, um de nós teria que dar um salto de fé. Acho que encontrei o abismo que devo saltar, e espero encontrar você à minha espera do outro lado.Eu te amo, AmericaSeu para sempre,Maxon”

Bem neste terceiro volume de a seleção, muitas coisas vão acontecer que o leitor fica de boca aberta e chorar um pouquinho do começo ao fim XD. Mas está tão perfeita essa continuação que não tem como não pedir mais e mais. Cass conseguiu capturar a atenção dos leitores desde a primeira palavra de A Seleção até a última de A Escolha, e vai ser assim ate o último livro. Dá uma dor no coração saber que um dia vai acabar a historia, mas nunca na imaginação, é uma historia marcante, linda, delicada e tão forte. Que você não consegue parar de ler, bom eu li em um dia e meio, enrolei um pouco a resenha porque não achava palavras pra descrever o tão magnífico está ficando a história a cada livro. Mas enfim, está me surpreendendo a cada volume, e sim me apaixonei a primeira vista, e o que falar dessas capas maravilhosas, estão divas demais, particularmente minha capa preferida é a de A escolha, e a de vocês? Deixe ai nos comentários!

Bom a Editora Seguinte esta de parabéns com estas capas lindíssimas, a ortografia perfeita. E agradecer a Kiera Cass por esta historia magnífica, com esses personagens lindos - Maxon meu preferido e lindo – e a leitura que nos deixa suspirando e querendo mais a cada capítulo. Não tem como descrever o tão maravilhoso é a história, só lendo que vão entender. Não é aquela história de felizes para sempre e acaba sem o futuro dos personagens. Este não tem é um “felizes para sempre” é mais do que isso, é mais emoção, aventuras e delicadeza. Eu indico este livro a todos, é uma historia que fala de perseverança, amor, fidelidade e se manter forte a todo o momento. Continuar a batalhar por seus sonhos e ver que tem a capacidade de tornar o mundo melhor com pequenos gestos e sendo você mesmo. É uma belíssima leitura, o leitor sente que está na historia, que vivenciou os momentos com os personagens e comeu a famosa torta de morando do palácio.

Bom espero que tenham gostado, e até a próxima!

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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Resenha: “Prometo Falhar” (Pedro Chagas Freitas)

 *Por Mary*: Olá, ora, poixxxxxx!

Tudo bem, não sou boa com sotaques. Pior ainda sotaque português, mas vá lá.

A resenha de hoje é deste gajo fenômeno de vendas em Portugal e que esteve recentemente aqui conosco na Bienal. Sim, meus caros! Estou a falar de Pedro Chagas Freitas, que vem conquistando leitores desde lá da terrinha. 
você deixou a porta aberta entreaberta e isso pode ser um sinal, li ontem em algum lugar que amar é deixar sempre uma porta entreaberta, vamos ver se é verdade, a literatura tem a solução para tudo, eu sei que esta frase não é nada de especial mas pelo menos é minha,
Prometo Falhar reúne um variado conjunto de crônicas do cotidiano que retrata o amor de uma maneira real, possível e imperfeita, perpassando pelos diversos tipos de amor. E eu diria que é essa a grande sacada: aqui você encontrará retratado o sentimento de um pai para o seu filho, bem como o do filho para seu pai, o casal que se conhece desde sempre ou aquele que acabou de se conhecer, o amor impossível de um homem que observa o seu objeto de desejo de longe até que finalmente tem a coragem de se aproximar, o amor à primeira vista, aquele que se contenta de apreciar o crush de longe mesmo nunca tendo a coragem de se aproximar e aquele romântico inveterado que escreve poemas de manhã para a sua amada.

É impossível não se identificar com, pelo menos, algumas das crônicas desta obra. 
De tudo o que amo é você o que mais me apaixona.
O Pedro escreve de uma maneira belíssima, que chega a ser poética. A respeito disso, eu poderia ir ainda mais fundo: suas crônicas são verdadeiras poesias do cotidiano, à medida que seus parágrafos são, na verdade, versos mais elaborados.

O que é engraçado é que, de fato, em algumas crônicas o autor não pontua os parágrafos com pontos, mas sim com vírgulas:


Talvez seja essa a intenção dele... ou não. Bem, essa é uma pergunta que eu faria, se pudesse. 
os loucos veem no impossível todos os motivos para continuar enquanto os outros veem todos os motivos para desistir, e ainda são chamados de malucos,
Como não sou muito apreciadora das crônicas, senti um pouco de estranheza, uma impressão de quebra causada pela ausência de certa linearidade. Quero dizer, as crônicas têm, em média, três páginas (quando muito) e elas não guardam entre si qualquer lógica sequencial – o que é muito natural para este tipo de literatura – de modo que é difícil fazer aquela leitura “de uma sentada”.

Vou ainda mais longe ao afirmar que Prometo Falhar não é um livro para ser devorado, mas sim apreciado. Sabe quando você ganha uma caixa de chocolates suíços daqueles bem chiques e aí tem de economizar para não tratá-lo como uma gordice qualquer? É mais ou menos isso.

O Pedro é um gajo que precisa ser apreciado, degustado, sentido a fundo. É claro que, talvez, isso tudo seja somente uma falta de hábito meu – e aí assumo todo o risco de ser uma falha minha – por consequência não conseguindo ler tudo rápido. Ainda assim, não creio que isso seja um defeito, mas sim uma característica.

Como é com vocês? Conseguem devorar crônicas/poesia de uma vez ou também sentem a necessidade de refletir um pouco entre uma e outra? Contem-me tudo nos comentários, quero saber a opinião de vocês.

Ah! E, antes que eu me esqueça, se você gosta de citar trechos de livros nas redes sociais, Prometo Falhar está recheado de frases de efeito reflexivas.
há que esquecer o que não nos preenche, dispenso saber quem amo quando só te amo a você, chamo de José o mundo que está à volta e vou usando o que posso, a pele, a carne, até as palavras possíveis,


quantos homens vou ter de sacrificar para continuar a não te esquecer?,
Ler Prometo Falhar é encontrar uma surpresa a cada final, do tipo que você inicia o texto sem entender muito bem a referência do autor até ser direcionado a um desfecho incrivelmente inteligente e emocionante. Tendo em vista que são crônicas curtas, prepare-se para ser surpreendido a cada página.

Então, se você não tem medo do amor – ou tem e quer perder – quer sentir algo puro e real, perceber que amar vai muito além dos romances extremamente idealizados, leia o Pedro! Aqui, você verá que o amor é perfeitamente possível, de uma maneira falha, imperfeita e, justamente por isso, completamente adequada.
<<Prometo falhar.>>


Foi a única promessa que ele fez, toda uma filosofia em duas palavras, eu não acreditava na possibilidade da perfeição, nem sequer fazia o que quer que fosse para alcançá-la, pois se não existe por que haveria de procurá-la?, e se deixava viver pelo que tinha à frente, as opções todas, as portas todas, havia sempre uma hora ideal para a felicidade e era sempre agora, o amor só existe quando alguém desiste de ser perfeito.

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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Resenha: “O Grande Ivan” (Katherine Applegate)

Tradução de Maurício Tamboni

Ilustrações de Patrícia Castelao

Por Kleris: Caí numa onda infanto que nem percebi, de tão casual que foi. E este livro em especial nada mais é que um livro infantil premiado. Ainda assim, preferi me deixar seduzir primeiro pelo conteúdo para então reafirmar a merecida premiação. 

O Grande Ivan é um gorila adulto que vive numa jaula em um pequeno shopping de atrações. Vários animais ali estão na mesma situação, acostumados à prisão, ter que se apresentar aos humanos com truques, e viver em seus domínios sem muita perspectiva. Através de Ivan, conhecemos bem essa realidade. Os dias são muitos e não há nada muito diferente ao passar deles.

Ivan não tem contato com gorilas desde que foi capturado, ele basicamente foi “humanizado”, criado entre os costumes dos homens. Bebe refri, gosta de iogurte, assiste filmes numa Tv velha e tem que vestir o papel de um gorila assustador para os visitantes e render algum dinheiro para fazer valer sua vivência ali. 
— Estou cansado – admito. — Mas não tenho sono.
— Está cansado de quê? – pergunta Stella.
Penso por alguns instantes. É difícil colocar em palavras. Gorilas não costumam reclamar. Somos sonhadores, poetas, filósofos, dorminhocos...
— Não sei exatamente. – Bato o pé em meu balanço de pneu. — Acho que talvez eu esteja um pouco cansado do meu domínio.

Não era isso que Ivan queria para si – tampouco qualquer dos animais que foram capturados, claro – só que não é algo que ele poderia mudar. Quer dizer, como poderia? É só um gorila, que apesar de grande e forte, é um ser indefeso. Isso ele acreditava até ter que ser mais para salvar a pele de outro.


Será? Será que Ivan poderia ser o grande, o líder, o protetor, o costas prateadas que a natureza lhe destinou ser? Era hora de se mexer, mesmo com tão pouco, ser aquele quem se deixou apagar. Ser o Barro, como sua família havia o nomeado. 
Meus pais não precisaram de muito tempo para achar um nome pra mim. Ao longo de todo o dia, eu fazia desenhos. Desenhava nas rochas e nos cascos das árvores e nas costas da pobrezinha da minha mãe.
Eu usava os cabinhos das folhas. E o suco das frutas. Mas, acima de tudo, eu usava o barro.
E foi assim que eles passaram a me chamar: Barro.
Para um humano, Barro pode não se parecer com nada. Mas, para mim, era tudo.

O Grande Ivan não tem nada de bobo para um bom entendedor. Katherine fez um incrível trabalho para nos contar o lado de Ivan que, muitos podem não saber, baseia-se numa história verdadeira. Ivan ficou conhecido no mundo por ser um gorila “pintor”. As pinceladas de imaginação da autora foram, assim, suficientemente belas para compor um livro tão rico, perspicaz e “humano”.

A leitura é rápida, por conta de Ivan não ter muitas palavras, nem muitas memórias, ao contrário de Stella, a elefanta companheira. A seu modo, o gorila simplifica o que o mundo costuma complicar. Com essa pegada, o livro se assemelha a O Pequeno Príncipe, até porque é infantil, mas nem por isso deixa de atender a todos os públicos de forma tocante. O tom da história, ao mesmo tempo que guarda a inocência de um gorila no nosso mundo, que nada realmente entende os humanos e assim se assemelha às crianças, a história também trata da humanidade forçada aos animais e abusos de uma sociedade para com aqueles que às vezes tem muito pouco com que se defender. Dentre outros pormenores, fala sobre ser diminuído e dar um jeito se recuperar, se não por você mesmo, por aqueles quem se ama.


Mack, o adestrador e dono do shopping, por outro lado, não é apenas esse ser vil e miserável que maltrata animais, tampouco os outros que ali vivem e trabalham. O fato é que eles podem ter algumas visões tortas, mas o livro também trata deles como figuras frágeis. Isso quer dizer que não é uma história tradicionalmente milimetrada ao bem e ao mal, ela coloca os valores e as circunstâncias em que se embaralham. 
— Não, Bob – Ruby o interrompe. — Você está enganado. Os humanos me ajudaram. [...] eles me salvaram. – ela termina, sussurrando.
Bob pisca os olhos.
— Eles salvaram você? – ele repete. [...]— É verdade – garante Ruby. — Cada palavra do que eu disse é verdadeira.
— Já ouvi histórias como essa, de resgate, antes. – É a voz de Stella. Ela parece cansada. Lentamente, aproxima-se de Ruby. — Os humanos podem nos surpreender às vezes. Uma espécie imprevisível, esses Homos sapiens.

Para corroborar, o tratamento da edição é belíssimo. Me apaixonei por ser de capa dura, com folhas de guarda (as folhas durinhas que ficam grudadas entre a capa e as outras páginas) com pequenos desenhos dos personagens. Por outro lado, gostaria que fosse de brochura mesmo, mais flexível, pois para o manuseio ficou um pouco duro. Há ilustrações também por dentre a leitura (como figuram as fotos acima), enriquecendo mais nossas perspectivas para com a história. É, por fim, um encanto, tanto para crianças em seus 8, 9 anos, quanto para adultos, quaisquer idades tenham.

Recomendo! - e se já leram, contem aí nos comentários o que acharam ;)

(folhas de guarda) 

Até a próxima!


Para comprar, o livro é encontrado em várias plataformas. Deixo a dica da Amazon aqui.


P.S: Descobri que a Katherine já foi resenhada aqui pela Marianne. Não conhecia nada dela, mas agora vocês podem levantar perspectivas, quem sabe ^.^


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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Resenha: "Inverso" (Karen Alvares)



Nem sempre as coisas são como parecem. Às vezes o mundo é um imenso teatro (...)
Por Marianne: Karen Alvares ganhou meu coração literário quando tive a oportunidade de ler o suspense Alameda dos pesadelos. No momento que recebi Inverso, já estava com a expectativa lá em cima. Não é todo dia que colocamos a mão num suspense bom, e Karen domina esse universo com muita destreza.
   Em Inverso conhecemos a história de Megan. A adolescente carrega junto de seu pai e sua irmã mais nova o fardo da morte da mãe, vítima de um câncer. Na tentativa de um novo recomeço com a família, Renato se muda com Megan e Mina para um novo apartamento.
   A mudança tem como premissa deixar pra trás toda dor e sofrimento que vagavam no antigo lar da família. Mas acomodar a mudança e revirar algumas gavetas que pertenciam a Marina, mãe de Megan, trazem lembranças que todos na casa tentam evitar. Além do pai e da irmã, sempre presentes na vida de Megan, ela também tem a companhia de Daniel, seu melhor amigo de infância com quem ela passa horas dentro (e fora) da escola. 
– Toma. Chocolate é bom contra dementadores. E é pra comer, esquece essa dieta doida aí que isso é deprimente.
   As coisas, que já não são simples, ficam mais complicadas quando Megan começa a sofrer com alucinações que a fazem enxergar seu próprio reflexo no espelho com uma aparência completamente diferente, como se uma outra pessoa usando seu corpo estivesse do outro lado.
   Preocupada, com medo de estar perdendo sua sanidade metal, Megan evita a todo custo olhar para o espelho. Mas a curiosidade é mais forte e quando Megan tenta investigar melhor esse fenômeno estranho  algo surpreendente acontece: seu reflexo a puxa pra dentro do espelho.
Desesperada e sem entender nada, a adolescente se afunda num monte de pensamentos. Isso tudo é um pesadelo? Ela está ficando louca?
   Ali, do outro lado do espelho, Megan percebe que está enxergando de dentro do seu próprio corpo outra pessoa assumindo o controle de sua vida. Do lado de lá do espelho ela se chama Megami.
Megami vive uma vida completamente diferente da de Megan, porém dentro da mesma, “estrutura”, podemos dizer. Estão lá seu pai, Mina e, pro choque de Megan, Marina. Apesar de serem as mesmas pessoas  da vida de Megan, seus comportamentos são muito diferentes. A família vive desestabilizada e todos são distantes e ausentes da vida um do outro. Suas melhores amigas na escola são as garotas que ela mais despreza e seu relacionamento com Daniel, é totalmente superficial. 
— Ele tem as sobrancelhas grossas demais – Stefanie comentou, como se sobrancelhas fossem um fator de extrema importância para o destino da humanidade.
   As duas dividem o corpo, medos e sentimentos. Mas é sempre Megami quem está no controle de tudo, quem decide o que fazer, o que dizer, com quem falar. Aos poucos Megan vai percebendo que em determinados momentos ela consegue assumir o controle do corpo de Megami, mas assumir o domínio de um corpo que não é seu (ou é?) não é uma tarefa fácil. 
   O livro é consumido pelo suspense da história e sua ambientação é sempre tensa. Ficamos o tempo todo na dúvida se tudo está acontecendo na cabeça de Megan ou se ela realmente está vivendo toda aquela realidade paralela na vida de Megami. Sentimos na pele a claustrofobia da adolescente ao estar presa no seu próprio corpo assistindo Megami destratar seus pais, seu irmão, seu amigo e principalmente sua mãe, que ali está viva e saudável, mas completamente distante da filha.
   Vários mistérios são lançados ao longo do livro e que vão ficar martelando na sua cabeça, mas podem chorar amiguinhos, muitos desses mistérios provavelmente só serão desvendados na continuação !VAI TER CONTINUAÇÃO! Reverso.
   Os personagens são encantadores e bem desenvolvidos. A maturidade de Megan é mostrada ao leitor de maneira não óbvia, a partir de algumas observações feitas pela personagem sobre os fatos que a cercam.
   Pra quem gosta de suspense que prende e deixa aquela agoniazinha, que faz parecer que você entrou, de fato, na história, vai fundo. Inverso entrou pra minha lista de queridinhos e me mostrou (de novo!) que as obras da Karen Alvares sempre vão me surpreender.

Espero que tenham gostado da resenha, até a próxima!

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Ana Liberato