Por Marianne: Peter Byerly é
apaixonado por literatura clássica e trabalha procurando livros raros que
possam ser recuperados e vendidos a colecionadores. Numa de suas buscas Peter
encontra no meio de um livro uma pintura em aquarela assinada por A. I. A
pintura retrata uma mulher que lembra assustadoramente sua falecida esposa
Amanda. Mas como um retrato possivelmente pintado na era vitoriana pode
retratar Amanda?
Peter e Amanda de conheceram na faculdade. Ele era um rapaz tímido que
sofria — e sofre —de distúrbios sociais, e Amanda era espontânea, inteligente e
sociável. O relacionamento com Amanda deu a Peter uma nova perspectiva, perto
dela a ansiedade que o atormentava ao estar rodeado de pessoas desaparecia por
completo.
—Por que é tão sozinho, Peter? — ela perguntou.
Pela primeira vez desde que se sentara, Peter sentiu-se desconfortável. Ela encontrara a pergunta que ele não queria responder, não queria nem fazer a si mesmo, e podia ver no rosto dela que ela devia estar sentindo seu desconforto.
—Não precisa me dizer—ela falou, apertando a mão dele, mas sem soltar.
—Não tenho certeza— respondeu Peter. —Se outra pessoa tivesse me perguntado, eu apenas diria que passei a infância me escondendo dos meus pais bêbados, mas não é essa a resposta completa. A verdade é que é culpa minha tanto quanto deles. Sempre tive medo de conhecer pessoas. Medo ou talvez preguiça.
—Preguiça?
—É, como se eu não quisesse me esforçar para conhecer alguém, se podia ficar sentado no porão ouvindo discos e colecionando selos. Era fácil.
—Você está fazendo um esforço comigo — Amanda disse.
Após a morte repentina de Amanda Peter voltou para seu casulo. Cortou
contato com amigos e família e se mudou pra Londres, para a casa onde ele e
Amanda planejavam construir suas vidas.
Motivado pelo mistério da aquarela Peter decide descobrir quem é A.I e
sem nem perceber vai aos poucos saindo da bolha que criou em torno de si desde a morte de Amanda. E pra aguçar ainda mais sua curiosidade, Peter encontra
sem querer no meio de sua busca o que pode ser uma obra genuína de Willian
Shakespeare.
O que era uma busca motivada apenas por curiosidade se transforma em
uma caçada onde alguns estão dispostos a tudo para por as mãos na obra de
Shakespeare.
O livro é divido em três tempos. O primeiro é o presente onde Peter
está desvendando o mistério de quem pode ser A.I., o segundo ocorre alguns anos
antes quando Peter e Amanda ainda estavam na universidade e o terceiro se passa
na Inglaterra de 1522, quando o filho do luveiro, conhecido como Willian
Shakespeare, estava apresentando seus primeiros sonetos.
A história é uma mistura de drama e suspense. Me lembrou bastante o
ambiente criado por Dan Brown para suas histórias.
A divisão de tempos da história por vezes acaba confundindo, são
muitos personagens e muitas histórias paralelas que vão se juntando bem aos
poucos. Cai na besteira de viajar de
férias no meio da leitura e esquecer o livro em casa, quando voltei e peguei de
volta tive que reler quase tudo pra "entrar" na história de novo.
Quem gosta de literatura inglesa e de suspense vai gostar de O
retrato, além de conhecermos um universo de colecionadores e falsificadores (às
vezes tão famosos quanto os próprios autores das obras) que eu nem sabia
existir.
Espero que tenham gostado da indicação, deixem seus comentários sobre
o livro.
Até a próxima, boa leitura!
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