Tudo bem, não sou boa com
sotaques. Pior ainda sotaque português, mas vá lá.
A resenha de hoje é deste gajo
fenômeno de vendas em Portugal e que esteve recentemente aqui conosco na
Bienal. Sim, meus caros! Estou a falar de Pedro Chagas Freitas, que vem
conquistando leitores desde lá da terrinha.
você deixou a porta aberta entreaberta e isso pode ser um sinal, li ontem em algum lugar que amar é deixar sempre uma porta entreaberta, vamos ver se é verdade, a literatura tem a solução para tudo, eu sei que esta frase não é nada de especial mas pelo menos é minha,
Prometo Falhar reúne um
variado conjunto de crônicas do cotidiano que retrata o amor de uma maneira
real, possível e imperfeita, perpassando pelos diversos tipos de amor. E eu
diria que é essa a grande sacada: aqui você encontrará retratado o sentimento
de um pai para o seu filho, bem como o do filho para seu pai, o casal que se
conhece desde sempre ou aquele que acabou de se conhecer, o amor impossível de
um homem que observa o seu objeto de desejo de longe até que finalmente tem a
coragem de se aproximar, o amor à primeira vista, aquele que se contenta de
apreciar o crush de longe mesmo nunca
tendo a coragem de se aproximar e aquele romântico inveterado que escreve
poemas de manhã para a sua amada.
É impossível não se identificar
com, pelo menos, algumas das crônicas desta obra.
De tudo o que amo é você o que mais me apaixona.
O Pedro escreve de uma maneira
belíssima, que chega a ser poética. A respeito disso, eu poderia ir ainda mais
fundo: suas crônicas são verdadeiras poesias do cotidiano, à medida que seus
parágrafos são, na verdade, versos mais elaborados.
O que é engraçado é que, de fato,
em algumas crônicas o autor não pontua os parágrafos com pontos, mas sim com
vírgulas:
Talvez seja essa a intenção
dele... ou não. Bem, essa é uma pergunta que eu faria, se pudesse.
os loucos veem no impossível todos os motivos para continuar enquanto os outros veem todos os motivos para desistir, e ainda são chamados de malucos,
Como não sou muito apreciadora
das crônicas, senti um pouco de estranheza, uma impressão de quebra causada
pela ausência de certa linearidade. Quero dizer, as crônicas têm, em média,
três páginas (quando muito) e elas não guardam entre si qualquer lógica
sequencial – o que é muito natural para este tipo de literatura – de modo que é
difícil fazer aquela leitura “de uma sentada”.
Vou ainda mais longe ao afirmar
que Prometo Falhar não é um livro
para ser devorado, mas sim apreciado. Sabe quando você ganha uma caixa de
chocolates suíços daqueles bem chiques e aí tem de economizar para não tratá-lo
como uma gordice qualquer? É mais ou
menos isso.
O Pedro é um gajo que precisa ser
apreciado, degustado, sentido a fundo. É claro que, talvez, isso tudo seja
somente uma falta de hábito meu – e aí assumo todo o risco de ser uma falha
minha – por consequência não conseguindo ler tudo rápido. Ainda assim, não creio que isso seja um defeito, mas sim uma característica.
Como é com vocês? Conseguem
devorar crônicas/poesia de uma vez ou também sentem a necessidade de refletir
um pouco entre uma e outra? Contem-me tudo nos comentários, quero saber a
opinião de vocês.
Ah! E, antes que eu me esqueça,
se você gosta de citar trechos de livros nas redes sociais, Prometo Falhar está recheado de frases
de efeito reflexivas.
há que esquecer o que não nos preenche, dispenso saber quem amo quando só te amo a você, chamo de José o mundo que está à volta e vou usando o que posso, a pele, a carne, até as palavras possíveis,
quantos homens vou ter de sacrificar para continuar a não te esquecer?,
Ler Prometo Falhar é encontrar uma surpresa a cada final, do tipo que
você inicia o texto sem entender muito bem a referência do autor até ser
direcionado a um desfecho incrivelmente inteligente e emocionante. Tendo em
vista que são crônicas curtas, prepare-se para ser surpreendido a cada página.
Então, se você não tem medo do
amor – ou tem e quer perder – quer sentir algo puro e real, perceber que amar
vai muito além dos romances extremamente idealizados, leia o Pedro! Aqui, você
verá que o amor é perfeitamente possível, de uma maneira falha, imperfeita e,
justamente por isso, completamente adequada.
<<Prometo falhar.>>
Foi a única promessa que ele fez, toda uma filosofia em duas palavras, eu não acreditava na possibilidade da perfeição, nem sequer fazia o que quer que fosse para alcançá-la, pois se não existe por que haveria de procurá-la?, e se deixava viver pelo que tinha à frente, as opções todas, as portas todas, havia sempre uma hora ideal para a felicidade e era sempre agora, o amor só existe quando alguém desiste de ser perfeito.
Curta o Dear Book no Facebook
Ahhh, tô até vendo, já tenho na minha cabeça que vou amar esse livro! Estou com ele na fila de leitura, devo lê-lo em breve. Nem preciso dizer que ando ansiosa por esse momento hehehe. Adoro crônicas e acho que, como você disse, deve ser difícil não se identificar com alguma delas.
ResponderExcluirBeijinhos, Livro Lab
Caramba, Aline, o livro é lindo! Eu soube que ele já tem livro novo lançado lá em Portugal e estou aqui de dedos cruzados torcendo para chegar logo aqui no Brasil.
ExcluirBeijo!