sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Resenha: “Comece Por Aqui” (Lee Crutchley & Kleris Ribeiro)

Por Kleris: Pois é, meu nome tá na capa! Chiques, hein? ^.^ Mas Lee Crutchley é o ilustrador e idealizador por trás das pequenas atividades desse guia e aqui conto um pouco da minha experiência e como esse livro também pode ser proveitoso para você ;)

Sabe quando você planeja algo e tal plano se não sai bem como você pensava que se sucederia? Planejei fazer as atividades do Comece por aqui por todo um mês que tiraria para me concentrar em uma das partes cruciais de um projeto meu; planejei também fazer as atividades antes e/ou depois de realizar alguma grande tarefa (como uma pesquisa, relatório, teste, estudo, etc); e, por fim, pensei em usar o livro como um “respiro” para descontrair e descansar a mente enquanto outras coisas não estariam prontas e o livro entraria nesse cenário para me manter concentrada.

Pode-se dizer que as expectativas estavam um pouquinho altas, mas apesar de não tê-las de fato concluído, houve coisas que me pegaram de surpresa – a começar por ter durado praticamente uma semana (e não um mês inteiro), eu ter resistido (muito) em algumas tarefas e outras terem esse resultado totalmente inesperado – e acho que é por aí a beleza da brincadeira. Explico melhor.

Comece por aqui é um livro de tarefas para “destravar” o começo de algo que nos comprometemos em trabalhar em cima, então se você tem um projeto, qualquer seja a ordem ou objetivo que pretende atender, menos ainda se é simples ou complexo, Lee chega com a proposta de nos envolver em atividades simplórias para nos ajudar a dar aquele enfim primeiro passo. Muitas coisas, imagino, estão bem na nossa frente, mas por alguma razão se esgueiram à nossa sombra e nos deixam bem inseguros – como a famosa folha branca com o cursor piscando.


são apenas lembretes para gente esquecida como eu 

A primeira parte é basicamente para você descansar a cabeça, colocar pra fora aquelas expectativas que consomem sua cabeça. A partir de atividades mais aleatórias e sem muito esforço, como desenhos (e várias formas de colocar um desenho ao papel), aos poucos você vai se desprendendo mesmo resistindo em voltar ao foco, se você é esse tipo de pessoa e até avançando nos níveis, sem nem perceber. Lee também coloca alguns exercícios mais arriscados (e nesses eu me dei bem melhor), ganhando bem mais minha atenção por não envolver tanto desenho.
detalhe para esse canto da página ^^

entrevista

Na segunda parte e terceira parte, Lee já te faz voltar aos seus propósitos, mas, rá, não totalmente. Ele te faz colocar nas páginas os obstáculos mentais para serem “derrubados”. É justo quando você coloca ao papel, como que listando tudo, que nos damos conta que são muitas preocupações, expectativas, dificuldades, inseguranças... e ali elas parecem tão pequenas e grandes ao mesmo tempo. Na maior parte do tempo são coisas que, imagino, ignoramos para não surtar de vez. Por isso mesmo Lee toca na questão da procrastinação, e se é pra procrastinar, que seja da melhor maneira, para você, digamos, sair no lucro. Hora e outra ele vai trazer esses monstrinhos das preocupações de volta e fazer com que você se sobreponha a elas, não de modo a solucionar, mas ao menos arriscar-se a tentar e não só jogar pra debaixo do tapete. 

Na quarta parte, seguindo essa lógica, quando você já aceita a presença desses obstáculos, Lee vai começar a te encaminhar mais para seus objetivos. Lembrar para onde se está indo, pôr-se no lugar de outro, fazer paralelos entre passado, presente e futuro, te chamar atenção para o que fez no começo, o que isso na verdade reflete em você e poderia ser mais trabalhado.


Conforme fui preenchendo, nem todas as atividades concluí de uma vez só (principalmente as que envolvem desenhos para eu fazer), ao que Lee deixa claro para não nos determos mesmo. Para essas tarefas, eu esperava uma aula para trabalhar minha concentração ou usava um marcador de páginas para me lembrar de voltar (com o passar de dias marcadores diversos entravam e saíam do exemplar).


Lee também traz aquela ideia de termine o que você começa (tenho marcadores para algumas poucas tarefas que faltam “fechar”) e que você tire proveito das atividades, mesmo que não goste delas, pois pode ser que você tope com uma que te surpreenda (o que aconteceu comigo) e a elas futuramente possa se agarrar mais, reutilizar ou inspirar algo parecido. Enfim, certos de agora conhecer os truques e técnicas, devemos nós mesmos escolher as que mais deram certo. Comece por aqui é, assim, uma ponte que te leva a pequenas revelações, para você se sentir mais solto para aquele mencionado primeiro passo.

As partes que mais gostei foram as que faziam alusão a mapas mentais, que são coisas que já sou habituada a fazer, exercícios de escrita e avaliar meu próprio comportamento. Por outro lado, resisti (muito mesmo) quando Lee me colocava pra desenhar (e há trocentas notas minhas no livro perguntando por que tanto desenho????).

Talvez por eu ser mais lógica e péssima em desenhar, esperei outras atividades, algo para expandir mais as ideias e nem tanto descansar delas (vai entender). A que mais me surpreendeu (porque não achei nada demais antes), foi fazer uma pequena entrevista com perguntas do Lee e umas minhas (as respostas foram quase nada do que imaginei que viriam o.o). Uma dica que dou é fazer atividades acompanhadas de música (que é o que me concentra) e se permitir ultrapassar suas resistências, afinal, ainda há coisas a se descobrir sobre nós mesmos.

Quem já passou pelas atividades, comente aí embaixo o que achou, as partes que gostou, que não curtiu, que resistiiiiiiiiiu muito, e que saldo tiraram da experiência ;) 

Recomendo! - e destravem!

Até a próxima o/

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Ana Liberato