Quando eu achei que
estava pronta pra ler o livro, preparei os lenços de papel e respirei fundo...
Soldier conta a
história de Stanley, um garoto de 14 anos, que vive com Da (seu pai e
adestrador de animais de raça pura) e Rocket (cachorro de raça campeã de vários
torneios de corrida).
Após a morte da mãe
de Stanley, Da sofreu muito e se tornou extremamente rabugento. Seu
temperamento piorou depois que Tom, seu filho mais velho, foi convocado para
servir ao exército. Stanley que era muito
ligado ao irmão sofreu muito por ficar solitário, mas compensava sua alegria
com Rocket.
Quando a cadela deu à luz quatro filhotes mestiços, Da ficou
furioso e prometeu dar um fim a todos os cachorros. Depois de tentar
vender os filhotes para ciganos, um dos cãezinhos não foi aceito por ter uma
pelagem mais clara, este era Soldier, o preferido de Stanley, pois foi o último
a nascer e quase morreu durante o parto.
“- Soldier – ele sussurrou novamente. – Você vai ter esse nome por causa do meu irmão... Ele já deveria ter voltado para casa a esta altura... Da apareceu de repente, carrancudo, agarrou Soldier pelo cangote, balançando-o, as perninhas rígidas se misturando no ar. Da marchou até a porta e lançou Soldier para fora, no cascalho da trilha. Stanley engasgou, mas em um instante Soldier ficou de pé desnorteado, deslizando meio torto para os canis, o rabo entre as pernas, os olhos ansiosos e a cabeça curvada, olhando para a porta. Da vagou pela sala e subiu a escada.”
Com o orgulho ferido
por ter um animal mestiço, Da que sempre foi orgulhoso por trabalhar apenas com
animais de raça pura levou Soldier para o lago para matá-lo.
Stanley fugiu de casa
quando descobriu que Da tinha afogado o filhote que restara e para encontrar o
irmão, mentiu a idade e se alistou no exército. Logo o garoto tornou-se
adestrador de cães mensageiros, que atravessam batalhas e trazem de volta uma
mensagem.
“Na porta, com uma mão no bolso, Stanley parou para olhar a sala uma última vez. Viu o apito na cadeira. Da veria o apito que o filho tinha feito para ele, talvez pudesse enxergar ali todo o amor e toda a esperança que ele havia destruído. O apito na caixa de fósforo, aquele que manteria consigo, para sempre, como lembrança de Soldier.”
Até essa parte do livro
eu consegui ler sem chorar, mas quando Stanley começou a treinar Bones, seu primeiro
cachorro mensageiro, é muito triste. Esse cachorro tinha instinto protetor
quando chegou para ser adestrado, então Stanley teve muito trabalho para
retrabalhar esse comportamento do animal, mas ao mesmo tempo era esse instinto
que fazia Bones sempre voltar para o seu dono.
“- O cão deve querer estar com você. Se ele quiser estar com você – estava dizendo Richardson – então ele será leal, corajoso e honrado. Não só isso: ele vai ser impulsionado como se por uma espécie de magnetismo, atravessando em meio às bombas caindo, através de furacões de fogo e de campos com tanques se deslocando, pelo seu desejo de estar com você. Se ele o amar, vai correr para casa, para você, mesmo através de nevascas de estilhaços de ferro.”
Vou adiantar que a
sucessão de fatos não é muito feliz. Eu li esse livro no ônibus e no metrô
enquanto viajei da minha cidade a São Paulo e eu simplesmente não conseguia
parar de chorar.
Não sei pra quem eu
indicaria esse livro, talvez para quem gosta de chorar (brincadeira). A história é cheia de
sofrimento, mas o envolvimento de Stanley com os cachorros é tocante. Mais que isso o
livro tem um clímax de prender o fôlego.
Para quem gosta de ler
histórias que contam sobre o relacionamento entre humanos e animais, esse
livro com certeza é uma boa pedida. Vale a pena ler, vale a pena sofrer, vale a
pena chorar junto e ver como foi a guerra por um novo ângulo.
Espero que vocês
curtam essa leitura e até a próxima!
Estava doida querendo esse livro. Finalmente no final de ano de 2016, consegui e fui ler. Nem preciso confessar que amei cada página e me empolguei com a coragem sem limite desse cão maravilhoso. Amor assim, só mesmo dos animais. E que lição de vida!
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