sexta-feira, 29 de julho de 2016

Resenha: "Não me Abandone Jamais" (Kazuo Ishiguro)

Tradução Beth Vieira

Sinopse: "Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de "cuidadora". Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados.No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os "alunos" de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição. Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino - doar seus órgãos até "concluir".Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses "doadores", em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar."Fonte: Skoob

Por Eliel: Esse livro é um mergulho nas memórias de Kathy H., ela é uma cuidadora e é muito boa no que faz. Por se tratar de memórias, às vezes se tornam muito desconexas, mas juro tudo faz sentido uma hora ou outra. É como aquelas conversas entre amigos que parece ser despretensiosa, porém cheia de significado para os envolvidos.

E tem também a solidão. Você cresce com bandos de gente em volta, é só o que conhece da vida, e, de repente, vira cuidador.

Chegamos como intrusos na vida de Kathy, mas ela vai nos envolvendo de uma forma magnifica que quando menos perceber vai se sentir como um dos alunos de Hailsham, aquelas memórias não serão somente dela, passam a ser suas também, você viu, você estava lá.

O foco, além de Kathy, caí sobre Ruth e Tommy, seus melhores amigos e companheiros de longa data. Muita coisa gira em volta desse trio, porém sempre sob a ótica de Kathy, a mais calma e analítica do trio.

O que estou querendo dizer é que estávamos lutando para nos ajustara nossa nova vida e imagino que todos nós fizemos coisas das quais mais tarde nos arrependemos. Na época eu fiquei realmente chateada com o comentário de Ruth, mas não faz o menor sentido tentar julgá-la agora, ou qualquer outra pessoa.

Dentro de toda a narrativa acompanhamos o amadurecimento dos jovens alunos que tem suas próprias questões, um tanto infantis à principio, porém algumas só serão respondidas lá no último capítulo. Quando saem da escola para a próxima fase da vida, novas questões se colocam à frente de seus caminhos. O tema geral do livro é bem pesado, porém é feito com tal leveza que nem se percebe.

Revisitar a memória é um exercício que creio que todos deveríamos fazer ao menos uma vez na vida. Esse livro trata das relações humanas, sobre os nossos relacionamentos, sonhos, ambições entre outras coisas mais profundas. A grande pergunta desse romance é, para mim, o que nos torna humanos? O que nos diferencia dos outros seres?

Conversando com um doador meu, outro dia, ele se queixou de que as nossas lembranças, até mesmo as mais queridas, desaparecem espantosamente depressa.

Prepare-se para ter muitos questionamentos durante a leitura, e isso é extremamente bom. Afinal, a leitura é para isso mesmo, nos tirar do lugar comum e nos levar um andar acima sempre. Kazuo é um autor que tem me surpreendido nisso, ele não se preocupa em fazer uma história magnífica cheia de reviravoltas e surpresas a cada página. A narrativa é leve, as vezes fica tensa, é simples porém complexa, eu diria que é como a vida, nunca saberemos o que tem ali logo virando a esquina.

Livro cativante, sem mais.

P.s.: Assistam o filme baseado, outra obra de arte.

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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Resenha: "A Guerra dos Mundos" (H. G. Wells)

Por Sheila: OI pessoas! Como estão? Trago a vocês hoje a resenha de um super clássico da literatura de ficção científica, "A Guerra dos Mundos", lançada nessa belíssima edição de luxo pela Suma de Letras em comemoração aos 150 anos do nascimento do autor, H. G Wells.

Este livro é um percursor da literatura de ficção científica por ter sido o primeiro a imaginar uma invasão alienígena, onde estes teriam uma tecnologia superior à nossa.

Publicado pela primeira vez em 1897, foi adaptado diversas vezes para o cinema, na última tendo Steven Spielberg como diretor. Saber a data de lançamento desta obra é importante antes de iniciar a leitura, visto que todas as cenas descritas serão ambientadas mediante o raciocínio e tecnologias disponíveis naquela época.

Assim, teremos máquinas alienígenas sendo atacadas por tiros de canhão, infantarias montadas em cavalos e muitas pessoas fugindo da invasão de charrete, barco e trem.

Além da capa dura, somos brindados com as belíssimas ilustrações de um brasileiro - isso mesmo brasileiro!. Estou falando de Henrique Alvin Corrêa, que faleceu aos seus 34 anos em 1910, mas não sem antes mostrar seu talento para Wells, que passou a usar seus desenhos como ilustrações oficiais em todas as edições após os dois se conhecerem. Para que vocês também possam conhecê-las, vou inserir algumas ao longo da resenha!

Mas, para quem ainda não conhece, vamos à história! Em Londres, início do século XX, somos apresentados a um narrador, não nomeado durante todo o livro, que testemunha em primeira mão algumas explosões, cerca de dez, na superfície de marte, através de telescópio do observatório de Ottershaw.

"Eles vieram do espaço. Eles vieram de Marte. Com tripés biomecânicos gigantes, querem conquistar a Terra e manter os humanos como escravos. Nenhuma tecnologia terrestre parece ser capaz de conter a expansão do terror pelo planeta. É o começo da guerra mais importante da história. Como a humanidade poderá resistir à investida de um potencial bélico tão superior?" (Skoob)

No entanto, o que ele e seus conterrâneos acabam por descobrir apenas alguns dias depois, é que não se tratavam de explosões, mas de lançamentos. E que os meteoros que, coincidentemente caíram na Terra logo em seguida, também não eram apenas meteoros.

Sim, eram alienígenas. De Marte. E chegaram em estranhas máquinas, de formato cilíndrico, do qual saíram os Marcianos - seres que se assemelhavam a um polvo, com tentáculos e de compleição amorfa e estranha.


Alvoroçados, os cidadãos mais nosso narrador estavam quase todos ao redor da cratera aberta pelo primeiro projétil lançado de Marte - lembrem-se foram cerca de dez explosões - quando um comitê de boas vindas, com uma bandeira branca, foi montado para recepcionar os visitantes e mostrar que os terráqueos eram pacíficos.

A recepção dos Marcianos? Um raio da morte, que por pouco não atinge nosso narrador, que decide então fugir, juntamente com sua esposa, para Leatherhead. Precisando voltar para devolver uma charrete emprestada, descobre que há mais dos cilindros do qual havia fugido, e que os mesmos já não estão presos em crateras, mas andando sobre três pés e dizimando quem encontram pelo caminho com seu raio de fogo da morte.



No resto da narrativa, vemos o quanto a resistência militar, com seus canhões, é ineficiente para dar conta da tecnologia alienígena, a fuga de nosso narrador, os acontecimentos vivenciados por su irmão que vivia em Londres e a evacuação dos locais por onde estes passam, dizimando pessoas e destruindo o que ficar em seu caminho.

O que chama a atenção na obra de Wells é a ingenuidade com que os seres humanos lidam com a ameaça alienígena - ou seja, como se ele assim não o fosse. Muitas vezes eles são descritos como seres "rastejantes", ou a iminência de sua chegada aos vilarejos é vista com chacota ou como um acontecimento comum e passageiro. Só pelo meio do livro é que as pessoas começam a se dar conta da gravidade da situação e de que o poderio humano é milhares de vezes inferior ao alienígena.

Esse discurso pode parecer pouco atraente aos leitores desta nova geração. Afinal, para quem assistiu nas telonas ao "Guerra dos Mundos com Tom Cruise e Dakota, e cresceu à sombra de "Independence Day", o discurso humano do livro de Wells chega a ser engraçado de tão absurdo.

No entanto, e como bem prefaciado por ... nesta edição de luxo, à época a idéia de uma invasão alienígena era algo totalmente novo e inesperado. Vemos não só como os seres humanos estavam despreparados do ponto de vista tecnológico, mas também do ponto de vista psicológico para lidar com o fato de que o universo é vasto e gigantesco, e que nada mais somos que meras formigas se comparado a sua vastidão - comparação que Wells faz diversas vezes ao tentar entender o ponto de vista alienígena.

Os seres humanos, pegos desprevenidos em sua arrogância e egocentrismo são exterminados aos milhares antes da derrota marciana - que se da de maneira totalmente alheia a sua intervenção. Ou seja, Wells cria uma obra onde descentra não só o ser humano de seu lugar de único no universo, mas também não lhe dá chance nenhuma de reagir - como em Independence Day por exemplo.

Recomendo muito a leitura desde que seja feita por esta ótica: histórica, tentando entender o sujeito inserido em seu tempo particular, com sua visão estreita de mundo promovida pela tecnologia disponível à época.

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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Resenha: "A mão esquerda de Deus" (Paul Hoffman)

Por Sheila: Oi Pessoas! Como estão? Prontos para mais uma trilogia? Eu olhei essa capa numa livraria, roxa com um branco esfumaçado, e li a contra capa e pensei "UOU"

Seu nome é Cale.
Disseram a ele que poderia destruir o mundo.
Talvez ele destrua ...
Conheça o Anjo da Morte.


Como não surtar por uma trilogia com essa descrição? Assim, foi com muiiitaaa  expectativa que comecei a ler a trilogia "A mão esquerda de Deus". Logo de início, somos apresentados ao lugar e clima que ambientará boa parte da trama: frio, duro, áspero, cruel inóspito e triste.

Pense em um universo paralelo que se assemelhe à Inglaterra, Idade Média, tomada por ideias eclesiásticas absolutistas e rígidas sobre a vida e o mundo, com papéis estereotipados para homens e mulheres e tabus imensos a respeito de questões ligadas à sexualidade. É esse lugar que Cale chama de lar.

Preste atenção. O Santuário dos Redentores o Penhasco de Shotover deve seu nome a uma grande mentira, pois há pouca redenção naquele lugar e ele tampouco serve de refúgio divino. A região à sua volta é coberta de arbustos rasteiros e vegetação mirrada e você mal consegue notar a diferença entre verão e inverno, o que quer dizer que faz sempre um frio de rachar a qualquer época do ano. É possível ver o santuário propriamente dito a quilômetros de distância - quando não esta encoberto por uma neblina imunda, o que é raro -, com sua estrutura de sílex, concreto e farinha de arroz. A farinha deixa o concreto mais duro que pedra, e esse é um dos motivos que possibilitaram à prisão - pois é isso que ele é na verdade - resistir às varias tentativas de conquista.

Cale é um dos muitos meninos que foi recolhido e levado ao santuário, cedo demais em sua vida para que consiga se lembrar de qualquer outra coisa que não seja a vida miserável que levam dentro do Santuário. Entre punições severas, alimentação deplorável e total ausência de privacidade e noção de propriedade particular, os meninos vão sobrevivente neste misto de igreja e quartel militar.

Sim, os meninos do Santuário não são somente orações e cultos. Eles também recebem treinamento militar, para uma luta por suas almas que vem acontecendo já há muitas décadas, sem que nunca se chegue ao fim da contenda. 

Por mais que seja expressamente proibido fazer amizades dentro do Santuário, Cale faz algumas coisas que para nós são contravenções leves, mas que no Santuário são considerados crimes gravíssimos. E nelas, tem a companhia de dois outros garotos, Henri embromador e Kleist. Não sei se poderíamos dizer que eles são amigos. São todos garotos profundamente embrutecidos, sendo que Cale em alguns momentos demonstra uma falta de empatia pelos seres humanos que beira a psicopatia.

Numa dessas "escapadas" conseguiram, quase sem querer, topar com um dos itens mais valiosos dentro do Santuário: comida.

Os meninos não tinham palavras para a maioria das coisas que viam:  como ter uma palavra para pudim de ovos se você nunca sequer imaginou a existência é algo parecido, ou pensar que  as fatias de bife e  peito de frango tinham alguma relação com os pedaços  de visceras, patas  o cérebro cozidos na mesma panela  e enfiados  em   salsichas  que eram a única coisa que conheciam  por carne?  Imagine como as cores e os atrativos do mundo seriam  estranhos para um cego que tivesse começado  a enxergar de repente;   ou o homem surdo de nascença ouvindo pela primeira vez a melodia de uma centena  de flautas.


Acontece que não foi somente comida que os meninos encontraram naquele dia; e feliz ou infelizmente, ainda não saberiam, seria essa descoberta que viria a precipitar uma série de acontecimentos que os transformaria em fugitivos, os primeiros desde muito tempo, sendo uma questão de honra aos Redentores não só recapturá-los, mas fazer deles um exemplo para todos os outros meninos, ou seja, dor incomensurável.

O restante do livros será a narração da fuga dos agora quatro (e, sim, você terá de ler o livro para identificar o novo integrante do grupo), dos esforços empreendidos pelo Santuário para recapturá-los, e dos mistérios envolvendo a determinação ferrenha em ter Cale de volta a qualquer custo.

Apesar de achar a escrita de Paul Hoffman um pouco truncada e imatura em alguns momentos, a trama foi bem desenvolvida, fazendo com que o leitor se prenda na história para descobrir o desenrolar dos acontecimentos.

Como nesse primeiro volume fiquei com muito mais dúvidas do que certezas, e surgiram inúmeros questionamentos mas quase nenhuma resposta, terei que ler o segundo volume da trilogia para poder ter uma idéia de como me sinto em relação aos livros. Mas até aqui, com certeza recomendo!

Abraços e até a proxima!


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sábado, 23 de julho de 2016

#Indicação: Chapeuzinho Vermelho e representatividades no Catarse (Daniel Wu) @Dnepwu

Pra que recontar a Chapeuzinho, né? O mundo inteiro já conhece a história de cabo a rabo e os personagens já estão petrificados no nosso imaginário: chapeuzinho, vovó, lobo, caçador, blá blá blá. Pra mim, é preciso recontá-la exatamente por tudo isso.
Quando os conceitos já estão muito sedimentados, não pensamos mais neles. Só reproduzimos no automático, principalmente a estética dos personagens. É um bom exercício repensá-los e ver o que é descrito pela história e o que simplesmente imaginamos por seguir um padrão. Então, ao invés de perguntar “Por que uma Chapeuzinho negra?”, melhor perguntar: “Por que não?”.
Hoje sabemos que padrão é balela. Ninguém precisa ser branco, alto, forte ou magro para ser protagonista de qualquer história. Que tal passarmos isso para o universo infantil, para que as crianças já absorvam esse conceito desde pequenas, compreendendo o mundo de forma plural e até mesmo se identifiquem com personagens mais parecidos com elas?
E não é só a protagonista! Todos personagens estão reformulados de alguma forma, embora a história continue a mesma. E, claro, o livro não se sustenta só nisso. É recheado de ilustrações coloridas, carismáticas, cheias de humor e vida pra encher os olhos de todo mundo!


Por Kleris: Gente, esse projetinho me conquistou à primeira vista! E conhecendo outros trabalhos do Wu, vocês diriam o mesmo, aposto. Embora eu tenha poucas referências dele, como Abner e a história (ainda) não escrita (resenha aqui) e os paper toys de Harry Potter (vide aqui), sei que o livro que vem aí é de um carinho incrível <3 Não deixem de conferir esses posts anteriores, pois vale apostar neste projeto da Chapeuzinho Vermelho SIM!
QUERO!

Mas se vocês querem ver motivos por aqui, eu digo:
  • É uma releitura clássica
  • Envolve representatividades
  • Tem o estilo, carisma e ilustrações do Wu <333

Onde clicar para ajudar:
Chapeuzinho Vermelho por Daniel Wu no CATARSE.

Como ajudar com o financiamento coletivo
Ao acessar o link acima do Catarse, vocês têm opções com combos de recompensas a partir de 15 reais. Dentre os mimos, estão o frete gratuito, adesivo e outras ilustras. Escolha aquele combo que você pode contribuir e apoie o projeto, que estará aberto até dia 19 de agosto.

Bem verdade que a meta já foi batida, mas nem por isso acho que vocês deveriam ficar de fora :) Espero que curtam a dica.

Para mais informações,
visite o site oficial do ilustrador ou suas redes sociais


Sobre o autor
Daniel Wu

“Paulistano, ilustrador, roteirista e fanático por chocolate e desenhos animados. Para que eu parasse de rabiscar as paredes, meus pais me entupiram de livros ilustrados. Daí que acabei fascinado não só pelas ilustrações como também pelo o poder que elas têm de contar histórias. E isso influenciou totalmente meu trabalho. Muuuita técnica depois, me tornei roteirista e ilustrador e hoje junto tudo isso em ilustrações cartunescas recheadas de storytelling, expressões, movimento, referências pops e clássicas, sempre com doses de humor (ou pelo menos o que eu acho que é). Ilustro para campanhas de marketing, sites, revistas, didáticos, institucionais, games, animações e qualquer projeto que me pareça divertido. Já atendi clientes como Faber-Castell, Stabilo, Pepsico, Bradesco, Rede Record, Editoras Abril e FTD, Sesc, Ericsson, Samsung, Renault, Pernod Richard, alguns dos meus trabalhos são vendidos em lojas físicas e virtuais e por aí vai.”


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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Resenha: "Primeira Alvorada: o céu" (J. H. Paschoal)

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Eu estou de cama, 5 semanas com o braço imobilizado depois de uma cirurgia na clavícula :(. Mas TUDO tem um lado bom: ando lendo horrooooores e, claro, aproveitando para por em dia as resenhas para o blog.

O Céu é o livro 3 da trilogia Primeira Alvorada, uma saga que mistura um mundo pós apocalíptico com ficção científica. Você pode conferir as resenha do primeiro livro aqui e do segundo aqui.

Para quem não gosta de spoilers, o bom seria ler as resenhas anteriores e parar por aqui, pois pretendo iniciar esta pelo finzinho do segundo livro e início deste terceiro. Ok? Todos devidamente avisados? Prossigam daqui por sua conta e risco.

Em “Primeira Alvorada – O Céu – Livro 3” Vinte anos após a conclusão do Segundo livro, Arthur é um homem maduro e experiente, tornando-se uma lenda viva que se espalhou pelas quatro direções do Quadrado Branco. Fundador da grande cidade de Monte Cristo, construída nos arredores da grande estátua de braços abertos, ele lidera os homens de Drako, conquistando paz e irradiando esperança, guardando em seu interior o peso da responsabilidade da morte daqueles que se arriscaram por ele no passado, incluindo Ânia.  
Ao Norte uma grande tempestade se aproxima, trazendo também um misterioso perigo que poderá mudar o mundo mais uma vez. Arthur percebe que os mistérios de sua família não haviam sido completamente desvendados e mergulha em uma batalha intensa pela sobrevivência. 
A última luta. O último diDrako.

O que dizer desse último livro? Seguirá mai ou menos no mesmo caminho dos anteriores. Notaremos cenários familiares, como "a grande estátua de braços abertos" que nada mais é do que o Cristo Redentor, e varias outras menções sobre um Brasil que já não mais existe há muito tempo. Muitos mistérios ainda e mais uma grande batalha, agora a última, envolvendo robôs e muita tecnologia avançada, mas também muito do primitivismo em que um mundo sem história acaba perdido.

Infelizmente, este terceiro volume demorou um pouco a sair e, junto com a curiosidade e ansiedade veio a decepção. Fomos deixados no segundo livro em meio a uma batalha frenética e uma busca empolgante por respostas e, ao abrir o terceiro livro, encontramos toda a trama resolvida nas duas primeiras páginas, resumidas e condensadas.

Não ficava claro se Ânia de fato havia morrido no segundo livro. No terceiro, além de descobrirmos que a mesma, sim, não havia resistido, somos jogados em acontecimentos que datam 20 anos após a última cena.E todos os conflitos entre os clãs? E as alianças? E as perdas? Traições?

Sei lá. Simplesmente não convenceu. Por isso demorei muittoooo para terminar de ler sobre a tal tempestade do Norte e por isso demorei muitttooo para resenhar e, talvez, por isso não encontrei nenhuma outra resenha por ai. Me senti traída pelo autor #prontofalei. Mais alguém leu? O que vocês acharam? Abraços e até a próxima.


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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Resenha: "Proteja-me" (Juliette Fay)

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Esta é uma resenha que eu demorei bastante tempo para escrever por que também acabei demorando para ler todo o livro. O motivo? Ele é muito triste :(. Mas vamos lá.

Neste livro, vamos conhecer Janie. E Janie está de luto. Um longo, denso, sofrido e intenso luto. Acontece que Janie perdeu seu marido, Robby, que parecia ser o marido perfeito, deixando-a só com dois filhos pequenos, a mais nova ainda um bebê, a casa e muitas lembranças.

Bom, na verdade Janie não esta totalmente sozinha. Da família, temos sua tia Jude e seu primo Cormac, que a apoiam da maneira que podem, até mesmo para compensar a ausência de sua mãe, que não parece ter tido interesse de voltar da Itália, onde esta no momento, para dar apoio à filha.

Janie também conta com o apoio de Shelly, uma vizinha nada convencional, e o padre Jake, que entra em sua vida em função de sua tia Jude. Toda sexta-feira o padre visita Janie a fim de escutá-la e ajudá-la em seu sofrimento.

Por fim, temos Tug, um empreiteiro contratado por Robby para construir uma varanta. Uma surpresa para Janie, mas que só lhe trouxe mais dor e só a fez sentir mais triste e miserável. Entre esconder-se no banheiro pra chorar longe do filho e afazeres doméstico cotidianos, parece que Janie vai passando pela própria existência de forma autômata, oscilando entre a tristeza pela morte do marido, e a raiva por tê-lo perdido de maneira tão banal.

Quatro meses após a morte do marido, JanieLaMarche continua tomada pela dor e pela raiva. Seu luto é interrompido, no entanto, pela chegada inesperada de um construtor com um contrato em mãos para a obra de uma varanda em sua casa. Surpresa, Janie descobre que a varanda era para ser um presente de seu marido — tornando-se, agora, seu último agrado para ela. 
Conforme Janie permite, relutantemente, que a construção comece, ela se apega aos assuntos paralelos à sua tristeza: cuidando de seus dois filhos de forma violentamente protetora, ignorando amigos e família e se afundando em um sentimento de ira do qual não consegue se livrar. Mesmo assim, o isolamento autoimposto de Janie é quebrado por um grupo de intervenções inconvenientes: sua tia faladeira e possessiva, sua vizinha mandona, seu primo fofinho e até Tug, o empreiteiro. 
Quando a varanda vai tomando forma, Janie descobre que o território desconhecido do futuro fica melhor com a ajuda dos outros. Até daqueles com os quais menos esperamos contar. Fonte: Skoob

A trama é muito bem construída, a autora conseguiu emprestar à sua protagonista um tom de morbidez acida, com a qual a mesma tenta se fazer de forte e afastar todos aqueles que a tentam ajudar. É como se a cada olhar de comiseração, mais ela quisesse simplesmente ser esquecida e deixada em paz com sua dor.

Além disso, o padre Jake é as vezes um mistério a ser desvendado. Para início de conversa, ele não prece um padre. Ficamos nos perguntando qual papel ele desempenhará na vida de Janie? Apenas de conselheiro espiritual? O que há de tão misterioso em seu passado? E Tug? Quem ele será para Janie? Uma figura paternal? Um amigo? Ou um novo amor?

Apesar destas questões, o fato do livro ser muito bem escrito faz com que consigamos sentir o sofrimento de Janie, o que particularmente para mim fez com que a leitura ficasse muito pesada. No mais, prepare seu lencinho e, se tiver coragem, aventure-se neste drama repleto de sentimento e beleza. Recomendo.

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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Resenha: “Você se lembra de mim?” (Megan Maxwell)

Tradução de: Sandra Martha Dolinsky
*Por Mary*: Nunca pensei, nesse mundo de meu Deus, que um dia Megan Maxwell me faria chorar. Mas não é que ela fez? Quer saber por quê? Então, vem com a tia!

Sem medo de me equivocar, digo que este é o livro mais diferente que já li da Megan. E não me refiro somente ao enredo, mas também à trilha sonora. Quem conhece esta escritora, sabe do que eu estou falando. 
Durante os quase cinco minutos que durou a canção, nenhum dos dois disse nada nem se afastou. Quando acabou, olharam-se na escuridão. Foi um desses momentos perfeitos e únicos em que os dois sabem de tudo. Um sabe por que o outro olha, por que o coração bate acelerado; mas também sabe que está encrencado.

Megan Maxwell é uma escritora muito musical, que sempre compõe uma verdadeira trilha sonora para suas tramas e, em geral, aposta em cantores e bandas latinas; dessa vez, por outro lado, apostou – acertada e adequadamente, diga-se de passagem – no rock dos anos 60.

Que trilha maravilhosa!

A espanholada da trama fica por conta da banda El Canto Del Loco, que eu não conhecia e adorei! Tem uma pegada bem ao estilo Maná, que eu curto muito. Fica aí a dica para quem gosta desse tipo de som.

Outro dia, conversando com os coleguinhas aqui do blog, a Mari Diniz – que vocês conhecem pela coluna de séries – comentou sobre o quanto seria interessante se montássemos uma trilha sonora e a inseríssemos aqui no texto. Eu, que estava lendo justamente esse livro, logo entendi que precisava mostrar a vocês a maravilhosidade destas músicas.


Muito obrigada, Mari Diniz, pela ajuda com esse player!

Sendo assim, quem quiser ler o livro ou a resenha com a trilha sonora pertinente, se joga no Spotify!
E antes que ela respondesse, Joel beijou-lhe a ponta do nariz e disse:
- Não chore, Ligeirinho. Mulheres duras como você não choram.
Ao ouvir isso, um soluço descontrolado saiu de sua garganta, e ele, comovido ao ver as lágrimas rolando por aquele rosto bonito, murmurou com ternura:
- Ora, parece que choram sim.
Alana é uma mulher independente, que não está disposta a deixar homem nenhum influenciar em sua vida ou seu trabalho. Aliás, está 100% comprometida com este. É uma jornalista de certo renome, que não se prende a ninguém e está muito bem assim. Muito obrigada. Até que conhece Joel: alto, lindo, loiro, forte e de olhos claros. O Pecado em forma de homem. Virilidade e charme em pessoa. O cara certo para se divertir durante o tempo em que ficará em Nova York, até que descobre um detalhe sobre o bonitão: ele é fuzileiro naval.

O capitão Joel Parker fica encantado pela espanhola de sangue quente que conhece em um bar de NY, a atração é imediata e a tensão que surge entre ambos é palpável. O que não dá para entender é por que motivo ela corre dele sempre que este chega perto. Ele se dará por vencido? Claro que não!

O que o nosso querido Capitão América não sabe é que Alana já está cansada de sofrer pelos militares de sua vida. Pior ainda, está cansada de ver as pessoas que ama sofrendo por causa deles. Notadamente os americanos. Não, para ela, é mais saudável cair fora antes que alguém saia machucado.

No entanto, Joel não está disposto a deixar a única mulher que o interessou em muito tempo sumir de sua vida dessa maneira e fará de tudo para romper a carapaça que ela veste para não se envolver emocionalmente com ninguém.
A seguir, encheu um copo com água e lhe deu um comprimido.
- Tome e vá direto para a cama – disse ele.
- Você parece a minha mãe – debochou ela.
- Deve ser porque eu também te amo.
Pelo que li, Você se lembra de mim? é o livro mais pessoal da Megan Maxwell, inspirada na história de amor de seus pais. E que grande história de amor, minha gente!!!

O livro conta com duas histórias, uma real e a outra completamente ficcional, que se relacionam. A primeira, ambientada na Alemanha da década de 60, é inspirada em pessoas reais e narra o amor entre uma moça espanhola e um cabo do Exército dos Estados Unidos. A segunda parte, que se ambienta por volta de 2003-2004, é absolutamente ficcional, narrando a história de amor da filha do primeiro casal, também com um militar americano, e sua busca por respostas a respeito de seu passado.
Larruga o viu voltar com um sorriso divertido nos lábios e perguntou:
- O que é que há com você e essa morena?
Teddy apoiou o cotovelo no balcão do bar. Depois de tomar um gole de seu refrigerante, disse com um sorriso inocente, erguendo a sobrancelha:
- Vou me casar com essa morena, amigo.
Quando a gente costuma ler determinado autor, acabamos por identificar a estilística dele e, muitas vezes, conseguimos até relacioná-lo com algumas outras tramas que vemos por fora. É o que acontece com a Rachel Gibson, por exemplo. Creio que já falei disso em alguma das resenhas que escrevi sobre ela, só não vou conseguir lembrar agora em qual...

Não é tão comum encontrar autores que se distanciem muito disso. Eu citaria a Jojo Moyes como uma autora que consegue escrever tramas completamente distintas entre si. Há também outros extremos, de autores que escrevem sempre a mesma trama, mudando apenas o contexto, mas não é disso que quero falar e sinto que estou perdendo o fio da meada.

O ponto a que quero chegar é que a Megan Maxwell me surpreendeu ao se distanciar das tramas que costuma escrever, mas ao mesmo tempo sem sair do que é o seu estilo.
Aquela canção... aquela letra... aquela proximidade... aquele momento... tudo se somou para que Teddy e Carmen se olhassem nos olhos e acelerassem sua respiração e desejo.
Mas ela, surpreendendo-o, sussurrou:
- Não me olhe assim, não vou beijá-lo.
- Eu sei esperar – disse ele, sorrindo.
A segunda parte da obra, a parte ficcional, é perfeitamente adequada ao que a Megan está acostumada a nos apresentar. Você consegue senti-la e encontrá-la em cada palavra, beijo narrado ou personagem construído. A segunda parte não foge do seu padrão.

Por outro lado, a primeira parte... é impressionante, tocante, arrebatador, emocionante.

E é a isso que me refiro quando digo que nunca pensei que a Megan seria capaz de me fazer chorar, porque realmente não sou o tipo de pessoa que chora facilmente.

E no fim do livro, quando encontrei as suas fotos de infância, que retratam a primeira parte da história de Você se lembra de mim?, foi outro vale de lágrimas.

Talvez eu tenha me acostumado a uma Megan mais hot, a autora moderninha, a que utiliza humor para retratar temas sérios, faço aqui a mea culpa. Neste livro, encontrei uma Megan diferente que me conquistou tanto – ou talvez mais – quanto aquela. 
- Estou dizendo que quero alguém que só tenha a mim no coração – respondeu sua amiga depois de beber um gole de sua bebida –, porque me recuso a dividir meu amor com outra pessoa. Quero alguém que me olhe da forma apaixonada, como o capitão metido olha para você. Que atravesse metade do mundo só para me ver por 48 horas e que me ame como eu estou disposta a amar. Só quero isso. E ontem à noite, depois de falar com Karen e ver que não sou a única para ela, decidi pôr ponto-final, peguei minha mala e fui para um hotel.
Você se lembra de mim? é um livro que te faz grudar nele durante dois dias insanos, em que você só vai largá-lo ao chegar à última página. Livro de uma tacada só e digno de DPL.

Portanto, se você quer rir, chorar, amar, se apaixonar e, sobretudo, conhecer – ou re-conhecer – uma autora excelente, que merece todos os louros que tem recebido pelo seu trabalho, não deixe de ler Você se lembra de mim?
Enquanto esperava sua vez na lojinha, umas batidinhas chamaram sua atenção. Ao olhar para a vitrine ficou em choque ao ver o cabo americano olhando pelo vidro, com um lenço branco amarrado no dedo, que ele balançava como se fosse uma bandeira. Ela não sabia o que fazer. Então, ele sorriu e Carmen, esquecendo tudo, saiu da loja.
- Olá, você se lembra de mim? – perguntou Teddy com seu sotaque peculiar.
- Claro que me lembro de você – assentiu ela, por fim sorrindo.


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sábado, 16 de julho de 2016

#Indicação: Paper Toys de Harry Potter, arte do @Dnepwu (Daniel Wu)




Por Kleris: Os personagens de Harry Potter agora em paper toy, prontos para baixar e você montar! Sim, estou falando serinho <3

Bom, pelo menos dois personagens já estão disponíveis; o artista, Daniel Wu, pretende fazer toys de quatro alunos e de duas figuras marcantes. Harry foi o primeiro, a Hermione saiu faz um tempinho. Vem aí o Roni, a Luna, o Dobby e o Chapéu Seletor. Esses quatro últimos serão apresentados apenas em dezembro, no evento da CCXP. Enquanto temos esse tempinho de espera, vocês podem acessar o Harry e a Hermione e começar agora mesmo!

Clique aqui para ser redirecionado ao material de download
(há outros personagens além da série Harry Potter para você se aventurar)

Montar o paper toy é super fácil e o material vem com orientações. Para quaisquer dúvidas, vocês podem contatar o Daniel pelas redes sociais (veja abaixo). Minha recomendação é separar um momento da sua folga, armar-se de tesoura e cola, preparar uma boa playlist, ligar seu mode artesanal e... voilá, um paper toy pronto para decoração. 


Mídias do Dnepwu

Conheci as ilustras do Wu não faz muito tempo e virei fã desde então. Minha entrada foi pela leitura do seu livro interativo, Abner e a história (ainda) não escrita - veja resenha aqui. A propósito, Daniel está preparando um novo livro e vocês podem ajudá-lo a publicar, participando da campanha de financiamento coletivo Chapeuzinho Vermelho. Em breve trarei mais detalhes, mas vocês já podem conhecer e contribuir lá no Catarse (link).

Como disse na resenha, deixem-se surpreender pelo trabalho do Wu!

Recomendo!


Sobre o autor
Daniel Wu


“Paulistano, ilustrador, roteirista e fanático por chocolate e desenhos animados. Para que eu parasse de rabiscar as paredes, meus pais me entupiram de livros ilustrados. Daí que acabei fascinado não só pelas ilustrações como também pelo o poder que elas têm de contar histórias. E isso influenciou totalmente meu trabalho. Muuuita técnica depois, me tornei roteirista e ilustrador e hoje junto tudo isso em ilustrações cartunescas recheadas de storytelling, expressões, movimento, referências pops e clássicas, sempre com doses de humor (ou pelo menos o que eu acho que é). Ilustro para campanhas de marketing, sites, revistas, didáticos, institucionais, games, animações e qualquer projeto que me pareça divertido. Já atendi clientes como Faber-Castell, Stabilo, Pepsico, Bradesco, Rede Record, Editoras Abril e FTD, Sesc, Ericsson, Samsung, Renault, Pernod Richard, alguns dos meus trabalhos são vendidos em lojas físicas e virtuais e por aí vai.”


Até a próxima!

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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Resenha: "Diário Internacional de Babi" (Chris Salles)

Por Clari: Oi galerinha, tudo bem? Hoje venho com uma mega super hiper indicação, “Diário Internacional de Babi” De Chris Salles. Sabe aquela leitura que te deixa com vontade de quero mais, que você se apaixona pelos personagens logo de cara. Então é este livro. Não quero largar nunca mais.

Bárbara, ou melhor, Babi, morava numa cidade pequena no Sul chamado Estrela, com sua família e amigos, levava sua vida aconchegante e com suas obrigações de adolescente, mas uma grande mudança aconteceu. Bárbara com sua mãe e irmãos teve que se mudar para Orlando, depois da separação de seus pais. Primeiramente Babi achou que sua vida viraria um conto de fadas se mudando para os Estados Unidos, fazendo novas amizades – porêm ela não queria deixar os de sua cidade – e ter um novo recomeço. Mas Babi nunca gostou de mudança, ainda mais quando muda literalmente a sua vida.
“Ai, ai. Já estou me vendo no meio daquela americanada toda, sem saber quase nada de inglês e com a maior cara de tacho do mundo! Acho que vou seguir o conselho dos pinguins de Madagascar. “Apenas sorria e acene, sorria e acene...””
Quando os dias vão se passando em seu novo país, Babi só entra em enrascada, os dias vão de mal a pior. Mas aparece uma luz neste túnel horrendo, e que se chama Theo. Um garoto lindo, carinhoso e muito amorzinho – sonho de qualquer uma -.
A vida de Babi parecia que iria melhorar, ela não queria, mas não tinha escolhas. Um novo recomeço às vezes é duro, mas nada como um dia após o outro.
“Você está acostumada com um tipo de gente, um tipo de vida e, deferentemente de Estrela, Orlando é onde o mundo todo se reúne. Não é fácil de lidar com isso.”
Babi sabe que a vida não ia ser fácil para ela e nem para sua família, mas ela espera que um dia ela se acostume com seu novo recomeço, são tantas aventuras que Babi vive que parece que teve 50 vidas. Mas é um grande amor de pessoa, com suas crises, dramas, problemas e muitas aventuras.
“Por mais que eu não possa recuperar o que perdi, sempre há chance de fazer tudo diferente. E melhor.”
Gente! Que amor de livro é esse, me apaixonei perdidamente. A escrita de Chris Salles é maravilhosa, tão limpa, esclarecedora e envolvente, que o leitor se sente parte da história, vive os momentos e dramas de Babi, sua imaginação vai muito alem do que se lê. É aquela história que você se identifica, vê que também passou por alguma coisa daquelas. Salles e Babi escreveram uma história que mostra a realidade de enfrentar novas mudanças, as consequências, novas pessoas, novos lugares. O que realmente acontece, que nem todos os momentos são perfeitos.
Agora vou falar um pouco do corpo da história, os personagens são perfeitos, descritos com detalhes, cada um com sua personalidade, o que faz a história se tornar mais envolvente, e além das músicas maravilhosas que aparecem ao decorrer da história (monte sua playlist XD). A capa do livro é linda, com detalhes que faz a personagem e sua trajetória. A escrita bem definida e perece que o leitor está com o diário de Babi em mãos, com todos os seus segredos e alegrias. Parabenizo a Editora Planeta e a escritora Chris Salles, vocês fizeram um ótimo livro, que muitas e muitas pessoas vão amar e se identificar.
Chris Slles escrevia no Wattpad, o que era um sucesso pela internet, agora está chegando às mãos do Brasil todo e muito além.
É um livro que recomendo a todo mundo, é uma história que precisa ser lida, repassar a mensagem de que podemos ultrapassar nossos maiores obstáculos, um passo de cada vez.
Este é um livro que vai estar na lista dos meus favoritos e garanto que será de muitos também. Não percam a chance de ler, vocês vão amar!
Ah, confesso que chorei no final e ri muito, me surpreendi, amei tudo.

Bom espero que tenham gostado, leiam! E Chris Salles adoraríamos uma continuação, quero saber mais de Babi e suas aventuras. Um imenso obrigado de todos os seus leitores.

Até logo e Boa leitura!

Para quem quiser seguir Chris Salles pelo Wattpad clique aqui.

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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Resenha: “Uma Pitada de Coragem – palavras de incentivo para enfrentar as dificuldades” (Bradley Trevor Greive)

Tradução de Angélica Lopes
Por Kleris: Atire o primeiro marcador quem nunca encaixou um livro naquela compra de livros técnicos hehehe Uma pitada de coragem era um livro que me chamava desde a leitura de Um dia “Daqueles” – uma lição de vida para levantar seu astral (resenha aqui), principalmente pelo momento desafiador que passava. Às vezes a gente tem que mudar o que está lendo para procurar novas perspectivas, não é?

Em uma primeira leitura, acho que minha expectativa estava tão alta pela experiência anterior, que não me pareceu adequado. Como se aquelas palavras ainda não fossem pra mim, sabe? Pensando bem, acho que eu estava munida de coragem sem mesmo saber (?), o que é um tanto esquisito. Foi então que veio uma das reviravoltas da vida e fiquei bem confusa por uns dias... Não era apenas um dia “daqueles” como outrora, era de repente aquela desesperança, de não conseguir concluir nada, me seguindo para onde fosse. Persistência parecia uma palavra de outro mundo. Que dirá coragem!


Nem sempre é fácil manter o equilíbrio quando as coisas ficam difíceis. Em algumas situações, sobreviver já é uma vitória.

O que quero dizer é que muitas vezes erramos em esperar muito de um livro de autoajuda se não estamos no “recorte emocional” para o qual ele é voltado. Já tinha essa teoria sobre o quanto falam de livros desse segmento, mas essa experiência foi basicamente a minha confirmação. Sem estar precisando dele (e estar aberta a ele), não haverá real conexão que faça diferença. Permanece sendo um livro fofo de fotos, mas sua mensagem não chegará ao seu propósito.


Um belo dia, seu nariz já não aponta uma solução para seus problemas e você percebe que as coisas não vão nada bem.


E nem mesmo o melhor cirurgião plástico do mundo é capaz de pôr um sorriso verdadeiro de volta em seu rosto.


Você parece estar em transe, abobalhado e sem ideias.


A ansiedade é tão grande que você acha que seu cérebro vai explodir e sair pelos ouvidos.

E ele é fofo com uma mensagem que bate certeiro <3333 Ele toca na filosofia de que tudo faz parte e o que valem são os aprendizados. As imagens, nesse sentido, super colaboram e complementam a ideia ao descontrair-se da seriedade. De plus, o leitor ainda conta com um epílogo de emergência, que é uma pitada adicional, só para garantir.


É difícil acreditar que isso está acontecendo. No início, você estava tão confiante que tudo daria certo...


Mas agora, não importa quanto você se esforce, seus objetivos parecem totalmente fora de alcance.


E tudo fica cada vez mais difícil. Os obstáculos parecem insuperáveis, sem que você entenda por quê.

A pegada do livro é bem semelhante a outros trabalhos do autor: formato quadrado, leiturinha rápida, com fotografias de animais e um papo de aquecer o coração. Minha edição, dessa vez, foi uma de capa dura – queria o pocket (porque aaaaamo pockets), mas não encontrei – e acho que quero para minha próxima compra ser uma edição de brochura padrão 14x21, só pra terminar de misturar ^^

Uma pitada de coragem é um livro para manter na estante e buscá-lo naqueles dias que insônias, decepções ou perdas te pegarem de jeito. Que resistir esteja te consumindo. Que desistir pareça uma boa ideia – não é. Uma pitada de coragem é esse tapinha no ombro, um segurar na mão, um assentir de apoio, e uma fé na vida pra quando a gente sentir que tá perdendo o rumo. Como comentou uma leitora na resenha de Um dia “daqueles”, o livro nos toca de dentro pra fora. 


Mas demonstrar a coragem verdadeira não significa perder a ternura.

Não indicaria de presente como da vez passada, vez que esse me parece muito mais particular. Porém, vale sim comprar para ler para outra pessoa que está numa fase difícil ou para procurar algo que você sinta necessidade de falar a alguém e não sabe bem por onde começar. Recomendo!

Espero que apreciem os livros do BTG e espero que eles sejam certeiros para cada bad que venhamos a passar :) Até a próxima!



Pode ser que você não saiba, mas todos nascemos suficientemente fortes para brigar pelas coisas que julgamos importantes. 


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Ana Liberato