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Tradução de: Sandra Martha Dolinsky |
*Por Mary*: Nunca pensei, nesse mundo de meu Deus, que um dia Megan
Maxwell me faria chorar. Mas não é que ela fez? Quer saber por quê? Então, vem
com a tia!
Sem medo de me equivocar, digo
que este é o livro mais diferente que já li da Megan. E não me refiro somente ao
enredo, mas também à trilha sonora. Quem conhece esta escritora, sabe do que eu
estou falando.
Durante os quase cinco minutos que durou a canção, nenhum dos dois
disse nada nem se afastou. Quando acabou, olharam-se na escuridão. Foi um
desses momentos perfeitos e únicos em que os dois sabem de tudo. Um sabe por
que o outro olha, por que o coração bate acelerado; mas também sabe que está
encrencado.
Megan Maxwell é uma escritora
muito musical, que sempre compõe uma verdadeira trilha sonora para suas tramas
e, em geral, aposta em cantores e bandas latinas; dessa vez, por outro lado,
apostou – acertada e adequadamente, diga-se de passagem – no rock dos anos 60.
Que trilha maravilhosa!
A espanholada da trama fica por
conta da banda El Canto Del Loco, que eu não conhecia e adorei! Tem uma pegada
bem ao estilo Maná, que eu curto muito. Fica aí a dica para quem gosta desse
tipo de som.
Outro dia, conversando com os
coleguinhas aqui do blog, a Mari Diniz – que vocês conhecem pela coluna de
séries – comentou sobre o quanto seria interessante se montássemos uma trilha
sonora e a inseríssemos aqui no texto. Eu, que estava lendo justamente esse
livro, logo entendi que precisava mostrar a vocês a maravilhosidade destas músicas.
Muito obrigada, Mari Diniz, pela ajuda
com esse player!
Sendo assim, quem quiser ler o
livro ou a resenha com a trilha sonora pertinente, se joga no Spotify!
E antes que ela respondesse, Joel beijou-lhe a ponta do nariz e disse:
- Não chore, Ligeirinho. Mulheres duras como você não choram.
Ao ouvir isso, um soluço descontrolado saiu de sua garganta, e ele, comovido ao ver as lágrimas rolando por aquele rosto bonito, murmurou com ternura:
- Ora, parece que choram sim.
Alana é uma mulher independente,
que não está disposta a deixar homem nenhum influenciar em sua vida ou seu
trabalho. Aliás, está 100% comprometida com este. É uma jornalista de certo
renome, que não se prende a ninguém e está muito bem assim. Muito obrigada. Até
que conhece Joel: alto, lindo, loiro, forte e de olhos claros. O Pecado em
forma de homem. Virilidade e charme em pessoa. O cara certo para se divertir
durante o tempo em que ficará em Nova York, até que descobre um detalhe sobre o
bonitão: ele é fuzileiro naval.
O capitão Joel Parker fica
encantado pela espanhola de sangue quente que conhece em um bar de NY, a
atração é imediata e a tensão que surge entre ambos é palpável. O que não dá
para entender é por que motivo ela corre dele sempre que este chega perto. Ele
se dará por vencido? Claro que não!
O que o nosso querido Capitão América não sabe é que Alana já
está cansada de sofrer pelos militares de sua vida. Pior ainda, está cansada de
ver as pessoas que ama sofrendo por causa deles. Notadamente os americanos.
Não, para ela, é mais saudável cair fora antes que alguém saia machucado.
No entanto, Joel não está
disposto a deixar a única mulher que o interessou em muito tempo sumir de sua
vida dessa maneira e fará de tudo para romper a carapaça que ela veste para não
se envolver emocionalmente com ninguém.
A seguir, encheu um copo com água e lhe deu um comprimido.
- Tome e vá direto para a cama – disse ele.
- Você parece a minha mãe – debochou ela.
- Deve ser porque eu também te amo.
Pelo que li, Você se lembra de mim? é o livro mais pessoal da Megan Maxwell,
inspirada na história de amor de seus pais. E que grande história de amor,
minha gente!!!
O livro conta com duas histórias,
uma real e a outra completamente ficcional, que se relacionam. A primeira,
ambientada na Alemanha da década de 60, é inspirada em pessoas reais e narra o
amor entre uma moça espanhola e um cabo do Exército dos Estados Unidos. A
segunda parte, que se ambienta por volta de 2003-2004, é absolutamente
ficcional, narrando a história de amor da filha do primeiro casal, também com
um militar americano, e sua busca por respostas a respeito de seu passado.
Larruga o viu voltar com um sorriso divertido nos lábios e perguntou:
- O que é que há com você e essa morena?
Teddy apoiou o cotovelo no balcão do bar. Depois de tomar um gole de seu refrigerante, disse com um sorriso inocente, erguendo a sobrancelha:
- Vou me casar com essa morena, amigo.
Quando a gente costuma ler
determinado autor, acabamos por identificar a estilística dele e, muitas vezes,
conseguimos até relacioná-lo com algumas outras tramas que vemos por fora. É o
que acontece com a Rachel Gibson, por exemplo. Creio que já falei disso em
alguma das resenhas que escrevi sobre ela, só não vou conseguir lembrar agora
em qual...
Não é tão comum encontrar autores
que se distanciem muito disso. Eu citaria a Jojo Moyes como uma autora que
consegue escrever tramas completamente distintas entre si. Há também outros
extremos, de autores que escrevem sempre a mesma trama, mudando apenas o
contexto, mas não é disso que quero falar e sinto que estou perdendo o fio da
meada.
O ponto a que quero chegar é que
a Megan Maxwell me surpreendeu ao se distanciar das tramas que costuma
escrever, mas ao mesmo tempo sem sair do que é o seu estilo.
Aquela canção... aquela letra... aquela proximidade... aquele momento... tudo se somou para que Teddy e Carmen se olhassem nos olhos e acelerassem sua respiração e desejo.
Mas ela, surpreendendo-o, sussurrou:
- Não me olhe assim, não vou beijá-lo.
- Eu sei esperar – disse ele, sorrindo.
A segunda parte da obra, a parte
ficcional, é perfeitamente adequada ao que a Megan está acostumada a nos
apresentar. Você consegue senti-la e encontrá-la em cada palavra, beijo narrado
ou personagem construído. A segunda parte não foge do seu padrão.
Por outro lado, a primeira
parte... é impressionante, tocante, arrebatador, emocionante.
E é a isso que me refiro quando
digo que nunca pensei que a Megan seria capaz de me fazer chorar, porque
realmente não sou o tipo de pessoa que chora facilmente.
E no fim do livro, quando
encontrei as suas fotos de infância, que retratam a primeira parte da história
de Você se lembra de mim?, foi outro
vale de lágrimas.
Talvez eu tenha me acostumado a
uma Megan mais hot, a autora
moderninha, a que utiliza humor para retratar temas sérios, faço aqui a mea culpa. Neste livro, encontrei uma
Megan diferente que me conquistou tanto – ou talvez mais – quanto aquela.
- Estou dizendo que quero alguém que só tenha a mim no coração – respondeu sua amiga depois de beber um gole de sua bebida –, porque me recuso a dividir meu amor com outra pessoa. Quero alguém que me olhe da forma apaixonada, como o capitão metido olha para você. Que atravesse metade do mundo só para me ver por 48 horas e que me ame como eu estou disposta a amar. Só quero isso. E ontem à noite, depois de falar com Karen e ver que não sou a única para ela, decidi pôr ponto-final, peguei minha mala e fui para um hotel.
Você se lembra de mim? é um livro que te faz grudar nele durante
dois dias insanos, em que você só vai largá-lo ao chegar à última página. Livro
de uma tacada só e digno de DPL.
Portanto, se você quer rir,
chorar, amar, se apaixonar e, sobretudo, conhecer – ou re-conhecer – uma autora
excelente, que merece todos os louros que tem recebido pelo seu trabalho, não
deixe de ler Você se lembra de mim?
Enquanto esperava sua vez na lojinha, umas batidinhas chamaram sua atenção. Ao olhar para a vitrine ficou em choque ao ver o cabo americano olhando pelo vidro, com um lenço branco amarrado no dedo, que ele balançava como se fosse uma bandeira. Ela não sabia o que fazer. Então, ele sorriu e Carmen, esquecendo tudo, saiu da loja.
- Olá, você se lembra de mim? – perguntou Teddy com seu sotaque peculiar.
- Claro que me lembro de você – assentiu ela, por fim sorrindo.