Tradução de Leonardo
Gomes Castilhone
Por Marianne: Fazia
tempo que não pegava um suspense bom, daqueles que a gente promete que vai ler só até o final do capítulo antes de
dormir, e o final do capítulo só nos prende ainda mais na história. Essa foi,
basicamente, minha saga de leitura com A desconhecida.
George
Foss está se aproximando dos quarenta anos. Tem um emprego estável, um romance
meio indefinido com uma colega de trabalho e está naquela fase em que parece
que nada de novo vai surgir pra dar um tcham
na vida.
Até
que um dia, sentado à mesa do seu bar preferido, George tem a impressão de
estar vendo a misteriosa Liana Decter, sua namorada da faculdade que sumiu
misteriosamente muitos anos atrás.
Liana
Decter foi a primeira namorada de George. Durante a faculdade eles viveram um
romance intenso e apaixonado, típico dos primeiros amores. O namoro dos dois
era o centro da vida de George na faculdade. Mas logo após as férias de verão
George e os amigos de Liana receberam uma trágica notícia relacionada a jovem,
que desencadeou uma série de acontecimentos bizarros na vida de George e,
consequentemente, o fim do romance entre ele e Liana.
—Você faz parecer que os seres humanos são livres para mudar quem são em um piscar de olhos. Não é assim que as coisas funcionam. Podemos não gostar da forma como nascemos, mas isso não muda nada... ainda será quem somos.—Não tem nada a ver com a liberdade de mudar. O que estou dizendo é que talvez as pessoas nas quais nos transformamos sejam a realidade de quem somos (...)
Mas
agora Liana está ali, no mesmo bar que George. Será a mulher sentada à mesa a
mesma Liana que George se apaixonou muitos anos atrás? Estaria ela ali por pura
coincidência, ou ela sabia que George também frequentava o bar?
A
história de divide em dois tempos, na época que George estava na faculdade de
conheceu Liana, e no atual, onde George ainda mantem a esperança de reencontrar
a ex-namorada, mesmo que isso seja um claro sinônimo de problema.
O livro se
desenrola de maneira bem surpreendente e não
tem como evitar a vontade de estrangular o protagonista. Sabe quando estamos
vendo um filme de terror e o mocinho ouve um barulho na cozinha e ao invés de
sair correndo e gritar por ajuda ele resolve IR NA COZINHA COM AS LUZES
APAGADAS – POR QUE DEUS? – e a gente quer gritar CORRE SEU IMBECIL, SAI DAÍ?!
Pois bem, eu passei o livro todo gritando mentalmente “George, não faz isso homi, toma tento criatura, aprende sua
lição...”. Mas não adianta, a gente passa medo, raiva, desespero, e o George
sai fazendo uma burrada atrás da outra. E no fim, temos um suspense dos bons.
Apesar do patetismo
de George o personagem não soa artificialmente inocente como os mocinhos de
filme de terror, os flashbacks do
livro mostram que desde mocinho o personagem tem um tiquinho de obsessão por
Liana. E convenhamos, quarentão, solteiro, sem filhos e cansado da rotina, nada
como uma ex-namorada misteriosa/bandida/desaparecida do passado que
reaparece linda e loira pra dar aquela balançada na vidinha mais ou menos né
gente.
Adorei Liana,
apesar de o livro focar pouco no desenvolvimento dela. A personagem é melindrosa
sem ser estereotipada, Liana é do tipo que corre atrás do que quer doa a quem
doer – George, risos.
Ainda falta
muito arroz com feijão para os autores aprenderem a descrever uma personagem
feminina sem cair nos velhos estereótipos de vilã bruxa-malvada, mocinha
inocente, mocinha super determinada, mocinha vamos-viver-a-vida-sem-pensar-nas-consequencias-e-eu-só-existo-na-cabecinha-miíuda-dos-autores,
etc. Mas vamos dizer que A desconhecida
cumpriu bem seu papel nesse quesito.
Recomendo muito
a leitura pra quem gosta de suspense. Espero que tenham gostado da resenha e
até a próxima! J
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