Por Yuri: “100 cartas de uma saudade” é um livro narrado em forma de cartas. O personagem principal, Lincoln, é um jovem paulista que se mudou para Garibaldi para ficar perto do grande amor de sua vida, Manoella.
O casal se conheceu por meio da internet e apesar de Manoella parecer mais cuidadosa ao se envolver com alguém pela rede, Lincoln se apaixonou no momento em que viu a foto da jovem.
Estava me lembrando das vezes que conversávamos pela internet. Quem nos vê nem imagina que nos conhecemos por lá. Eu ficava aflito porque você sumia repentinamente por dias, até por um mês sem dar notícias. Não respondia as minhas mensagens. Nenhuma atualização de status, e, por vezes, cheguei a pensar que você me queria longe, às vezes eu tinha certeza disso, mas o que mais me deixava confuso era o fato de você reaparecer e dizer que eu era importante em sua vida.
Após viverem um tempo juntos e ser pedida em casamento, Manoella abandonou o noivo pois precisava de tratamentos para curar a depressão. Dessa forma, o personagem passou a escrever cartas para amada, durante 100 dias, relatando a sua rotina.
Sabe aquela vizinha do 301? Então, ela ganhou na loteria e está indo hoje viajar pelo mundo. Pediu para dar-lhe um abraço bem apertado e que não sabe se voltará, mas caso volte, te trará um perfume francês como você sempre quis.
E como eu queria poder lhe dar esse abraço. Sentir na tua nuca o perfume adocicado que te dei no nosso aniversário de namoro misturado com a fragrância inda espetacular do seu suor matinal de trabalho na padaria da sua tia.
Já se passaram 30 dias que você deixou ser levada para a cura porque não aguentava mais sentir essa dor que agora já é minha companheira.
Nesse tempo sozinho, Lincoln vai descobrindo coisas a respeito de Manoella que corroboram completamente a pessoa que ele idealizava: será que ela tinha um caso?
A maioria das mensagens eram da operadora; umas trinta e poucas de alguns dos seus contatos; mas a que mais me chamou a atenção fora de um número desconhecido que no corpo da mensagem havia: “Estou a te esperar, meu amor.”
A impressão que eu tive desse livro é que faltou conhecer um pouco mais sobre os personagens. Como são cartas, ficou mais difícil de se conectar a Lincoln, ainda mais quando o jovem passa a impressão de ser um tremendo “perdedor”. Depois de ser abandonado por quase um ano, o cara continua só escrevendo cartinhas e não vai procurar saber o que aconteceu com a noiva? Achei meio difícil de engolir essa atitude, ou a falta dela.
No começo do livro eu achava que o personagem principal escrevia para a amada que havia morrido. Depois eu compreendi que ela estava em um hospital se tratando. No final eu achava que ela tinha mais é fugido do rapaz (não se preocupem que este não é o final do livro, ou talvez seja um spoiler que eu não deveria ter contado), e quem deveria estar se tratando era ele.
É possível que por não ser uma pessoa muito romântica, eu tenha julgado e interpretado mal o personagem, mas achei meio perturbador Lincoln ir a Garibaldi e passar a morar com a jovem sem que nunca tivessem se visto antes. E se ela não estivesse disposta a morar com alguém que aparecesse repentinamente?
Enfim, como não sou uma pessoa muito romântica, talvez eu não tenha sido a pessoa mais indicada para ler esse livro. As coisas que pessoas normais achariam super fofo, talvez eu tenha distorcido um pouco.
A proposta do livro é muito interessante, em conhecer o personagem por meio das cartas que ele escreve. No entanto, achei o personagem tão fraco que não fiquei comovida pela história dele. Pelo contrário, pensei: “Bem feito, ninguém mandou ser trouxa.”
O final do livro é de querer morrer. Eu queria atirar o livro em algum lugar de tanta raiva que me deu. E não foi nem uma raiva de final ruim, só lendo mesmo para entender a minha indignação quando eu terminei de ler a história.
Esse livro com certeza não foi feito para ser amado por todos, mas para nos mostrar que o amor nem sempre é perfeito. O amor dói, o amor machuca, o amor é estranho, mas ainda assim é amor.
Leia o livro e compartilhe a sua opinião!
Até a próxima!
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