Por Marianne: Sempre fico
feliz ao receber livros de autores brasileiros. É a oportunidade de conhecer e
divulgar quem tanto batalha pra ter seu livro publicado nessa nossa terrinha onde tudo é sempre tão difícil.
Madonna Capadócia conta a história de Mileva, uma alemã que passa uma
temporada na Ucrânia e lá conhece Magnus, Aleksei, Sasha e Shura. Apesar das
diferenças sociais, Mileva é filha de aristocratas alemães e as outras crianças
são filhos de camponeses ucranianos, a amizade entre eles se desenvolve
rapidamente, como deve acontecer quando pré-adolescentes nas casas de seus
quatorze anos se encontram.
Mileva e Magnus desenvolvem um
relacionamento mais próximo e intenso. É gostoso acompanhar o jovem casal
descobrindo o primeiro amor e desenvolvendo dentro de si o carinho um pelo
outro. Por alguns minutos, Magnus seguiu calado. A verdade é que, desde o dia que a conhecera, buscava continuar sua vida normalmente. Tinha consciência de algo mudara dentro dele, porém, aquela altura, com todos os problemas que o cercavam, sentia-se fraco e esgotado de tanto indagar a Deus o motivo de tudo aquilo. Por isso, achava que, talvez, daquela forma, fosse melhor. Pensava que seu mundo era pequeno para ela, não havia espaço para sonhar com aquela aventura. Tinha um pai ditador, uma irmã que lhe exigia os maiores cuidados, teria de trabalhar duro para viver, enquanto Mileva era uma menina alemã abastada que talvez nunca precisasse trabalhar.
Mas a temporada de Mileva na
Ucrânia está chegando ao fim, e mesmo sabendo da distancia e dos obstáculos geográficos
que tem pela frente o casal promete continuar a se corresponder.
Alguns anos depois quase tudo
que existia na Ucrânia de 1932 está diferente. Os amigos se separaram e cada um
seguiu com seu destino na tentativa de sobreviver à Segunda Guerra Mundial.
Magnus agora é conhecido como Antony, um prestigiado atirador de elite da URRS
e Mileva mudou de identidade e agora é Catarina, uma espiã alemã.
Separados pelas tragédias do
passado os amigos não tem ideia de que estão mais próximos do que podem
imaginar. E, além disso, nem imaginam que uma maldição despertada ainda quando
eram crianças e brincavam pelos campos na Ucrânia está de volta para
assombrá-los nesses tempos de guerra.
Ao começar a leitura, pela
sinopse do livro e pela introdução do autor, tive certeza de se tratar de um
romance que relata a vida de amigos que tiveram sua vida afetada durante a
guerra. Mas o livro é muito mais do que isso. Ele passeia entra fatos
históricos alternados com fantasia, utilizando a maldição da Madonna Capadócia
como artifício fantasioso da história, e que funciona muito bem. Ao meu
entender a maldição de Madonna Capadócia é nada mais que os piores fantasmas
que assombram os homens que estiveram em campos de batalha na guerra, algo como
um pós-trauma que foi personificado na história através da maldição.
A história é muito bem construída
e tem diálogos fascinantes e extremamente filosóficos acerca da sociedade, da
guerra e dos valores da época.
Minha única decepção com o livro foi a má revisão que pode ser um
tanto traumatizante pra alguns leitores. Em algumas linhas a fonte muda
completamente, frases são repetidas em sequência e palavras com a grafia errada
aparecem bastante durante a leitura. Triste que o autor fez um ótimo trabalho
que, na minha opinião, acabou perdendo um pouco de seu valor pela má revisão do livro. Fica a dica pra editora Pandorga, tenham mais atenção e dedicação com seus autores!
Essa foi a minha resenha de hoje, espero que tenham gostado e até a
próxima!
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