quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Resenha: “Ninguém vira adulto de verdade” (Sarah Andersen)

Tradução de André Czarnobai
Por Kleris: Ultimamente tenho encontrado um bocadinho de livros que tem acertado sobre a geração millenium (ou Y), nascidas entre 1980 e 1995. É justo essa última geração que acompanhou e respirou viveu por dentro das maiores mudanças tecnológicas e sociais da história, e que hoje é adulto. Ou era pra ser adulto. Muito da concepção de virar adulto se derreteu na cabeça dessa galera. Não conseguimos nos intitular adultos. Talvez porque adulto seja sem graça? Talvez porque não nos vemos prontos pra essa fase? Talvez porque nos empurram lógicas insanas de responsabilidades?! Isso, claro, repercute demais em tudo que consumimos e fazemos em termos de cultura.

Outro movimento recente que vem dando voz é a representatividade. Diversas vezes, e muitas delas através do humor, os introvertidos e minorias semelhantes têm encontrado seus espaços virtuais. Um blog, um vídeo, uma tirinha. Em Ninguém vira adulto de verdade temos essa transposição de realidade para pequenas tirinhas – mais ou menos autobiográficas – que vão te arrancar generosas e gostosas risadas. 
REPRESENTA

DESCONFIO QUE NÃO

QUEM NUNCA

LALALA
EU SEMPRE 

SEM PALAVRAS

SEM PALAVRAS TBM
As tirinhas são totalmente aleatórias, com temas que vão e voltam, semelhante às postagens diárias de Sarah Andersen nas redes sociais (siga ela no insta aqui!). O universo que ela traz é o feminino, com nossas inseguranças, costumes, maus hábitos, inconveniências e insanidades com que nos deparamos no dia a dia. Sarah também passeia pela autoestima, relacionamentos, responsabilidades e grandes ideais sociais. É bem semelhante à pegada comportamental da HQ Como eu realmente, da Fernanda Nia (reveja resenha aqui). Você tendo constantes ataques ou não de um útero master revoltado vai com certeza se identificar em algum momento.


O CRUSH
A edição brasileira da Seguinte é de uma capa dura lindíssima! Excelente para presente (olha o Natal bem aí, migos) ou comprar para uma viagem (ou em uma viagem). É desses livros que a gente folheia, cai numa página e ri litros. Passa pra outra página e mais e mais litros. De leitura extremamente rápida, é mara para qualquer lugar que você possa ler e gargalhar às alturas. Talvez ler em um busão ou metrô te faça encontrar exatamente o embate que Sarah coloca nas tirinhas.

Sarah é hiper carismática e tem traços que enfatizam bem as emoções e sensações que quer transmitir. Ao destacar o comportamento desta geração, ela nos faz sentir completamente normais (somos, ué!). A imagem de capa traz exatamente a loucura que é ser um adulto perante a sociedade e viver internalizar outra concepção. Fica essa eterna dúvida de quando vai começar mesmo a vida adulta.





É um livro necessário para se sentir parte e compreendido. E PARA GARGALHAR MUITO NO PROCESSO. Se você é dessa geração um tanto nonsense e perdida na Terra, pode ter certeza que vai soltar uns “MDS, EU”, “PORRAN, MUITO EU”, “MEL DELS, EU SEMPRE” XDD

  

Recomendadíííííííííííssimo! 

Até a próxima :)


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Ana Liberato