quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Resenha: "Nova Era - Mundo Novo vol 3" (Chris Weitz)

Por Sheila: Oi pesso@s como vocês estão??? Esse vai ser uma dezembro de encerramentos! Pretendo trazer a vocês o fim de pelos menos mais uma trilogia! Mas, hoje, falaremos a respeito do desfecho da trilogia Mundo Novo.

Para quem vinha acompanhando as resenhas pelo blog, vale dar uma olhadinha nas resenhas anteriores, aqui e aqui. Agora, para que ainda não leu nenhum dos livros, haverá spoilers a partir do próximo parágrafo ok?

No final de "Nova Ordem" o caos havia se instaurado entre as tribos dos EUA pós contaminação; apesar de todos os esforços de Jefferson para tentar criar uma nova constituição, onde todos fossem iguais, dois acontecimentos impedem seus planos.

Em primeiro lugar, por que Kath, ressurgida dos mortos e acompanhada por Theo, contou para todas as tribos reunidas que Jefferson havia lhes contado apenas parte da verdade; ok, ele tinha a Cura e podia ajudar todos a mais que sobreviver. Mas ele também vinha escondendo uma verdade muito maior do que essa: toda a civilização ocidental continuava viva lá fora e, saber que eles não estavam sozinhos, fazia sim diferença para boa parte dos ali reunidos e a trégua acabou indo por água a baixo.

- Alguma chance de você me agradecer por ter salvo sua vida? - Kath pergunta com um sorriso.
Isso é teoricamente verdade. Tive sorte de escapar ileso quando todo mundo ficou sabendo da Cura. Kath e os gêmeos me tiraram pelo porta dos fundos do prédio da ONU, além de Crânio e Peter.
- Você me matou - repliquei. - Você incitou os linchadores que estão atrás de mim.
Agora nós nos escondemos durante o dia e nos movimentamos à noite, evitando os camponeses  com forcados e tochas.
Eu queria estabelecer algum tipo de estrutura antes que o pessoal de fora chegasse. Segundo Chapel, eles estavam esperando que morrêssemos. Pareceu que a melhor opção era unirmo-nos.

Em segundo lugar, Chapel mostrou-se nada mais que um traidor. Assim que o corre-corre começou, eles descobriram que este queria somente a maleta com os códigos de ativação dos mísseis nucleares, que estavam na ONU com o Presidente quando a loucura da infecção começou.

Enquanto isso, Donna também descobre, na Europa, a respeito da existência da maleta. Pior: que foi sumariamente enganada. Jefferson e os outros não estão mortos. Rab não tinha um real interesse nela. Estava apenas tentando descobrir se ela, sem querer, não tinha informações relevantes justamente sobre a mesmíssima maleta. 

Sentindo-se traída e usada, ela parte em uma jornada para tentar ajudar o governo Britânico a recuperar a maleta, para poder preservar a paz no restante do mundo. No entanto, seu real objetivo ia encoberto: encontrar Jefferson e os outros e, de alguma forma, redimir-se do que ela considera uma grande traição - ter passado a noite com Rab.

O zumbido continuo do helicóptero e o jargão militar talvez me fizessem viajar, se meu coração não estivesse batendo muito mais alto. Tudo por que Nova York, a bela Nova York, a horrível Nova York, estende-se à nossa frente - Manhattan ligeiramente presa ao continente e a Long Island pelas pontes.
Em algum lugar entre aqueles desfiladeiros e becos esta Jefferson. Pelo menos é o que espero.

Se o primeiro livro constitui-se da busca, quase suicida, pela Cura, e o segundo por respostas e uma forma de lidar com o fato de terem sido abandonados pelo restante do mundo, neste desfecho veremos uma corrida contra o tempo para salvar a maleta, que acaba caindo nas mãos de Evan e o pessoal da Upton - ou seja, as piores possíveis.

A capa de Nova Era é um retorno até uma cena do primeiro livro, "Mundo Novo", como que numa tentativa de criar um elo entre o princípio e o desfecho da obra. Todas as três capas são muito bonitas e elaboradas, mas o rosa desta terceira parece ter tido um caráter proposital.

Afinal, neste último livro tivemos um enredo totalmente Girl Power, onde as personagens femininas se destacaram fortemente e tiveram papel definitivo no desfecho de algumas outras subtramas. O livro é narrado, mais uma vez, por diversas vozes, boa parte delas por vozes das personagens femininas.

Mas ... - e é uma pena que exista um "mas" por que adorei a ideia por detrás da trilogia - este último livro me deixou com uma sensação ruim  de assunto inacabado.  O livro tem um número de páginas menor em relação aos primeiros dois e vemos algumas sequências de cenas que poderiam ter sido melhor exploradas, ou novas vozes que se juntaram ao coro narrativo que poderiam ter sido um pouquinho mais exploradas.

Fora isso, valeu a pena a leitura da trilogia como um todo e gostei do desfecho, apesar de ele deixar as possibilidades bem abertas, uma Nova Era a ser construída e revelada. Abraços e até a próxima!

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Ana Liberato