Tradução de: Alexandre Boide
*Por Mary*: CHO-CA-DA, meninxs!
Estou até agora bestificada com o
desfecho surpreendente deste livro!
O perfume da folha de chá
introduz o leitor ao mundo dos plantadores de chá no Ceilão, em meio às
desigualdades sociais, as diferenças étnicas e os preconceitos de meados dos
anos 20.
Sem se importar com as pessoas ao redor, e desejando que ele não precisasse ir, Gwen correu até Laurence e se jogou nos braços dele com uma espécie de desespero. Quando se separarm, ele acariciou seu rosto com os dedos, carinhoso e solícito. Com o coração cheio de amor, ela sentiu a dor da partida do marido.
Gwen está de chegada à sua nova
casa: o Ceilão. Recém-casada com um produtor de chá da região, eles estão profundamente
apaixonados e ansiosos para construir uma vida feliz juntos.
Apesar de a excelente primeira
impressão deixada por seu novo lar, cercado de exuberância e vegetação
abundante, ela logo se dá conta de que o aparente paraíso não é exatamente tão
perfeito assim. Não bastasse a necessidade de se adaptar aos costumes distintos
de seu novo país, Gwen se depara com a inexplicável frieza do marido, necessitando
aprender sozinha a lidar com relações sociais recheadas de intrigas e
interesse, o comportamento arredio dos funcionários e os indícios que dão
pistas a respeito do primeiro casamento de Laurence, uma vida conjugal repleta
de tristeza e segredos.
Solitária e desconfortável na
bela mansão, Gwen recebe a maravilhosa notícia de que será mãe. Contudo, o
nascimento de seus bebês a colocará diante de uma assustadora escolha que a
atormentará pelo resto da vida.
Ninguém nunca dissera que ser mãe significava conviver com um amor tão indescritível que a deixaria sem fôlego, e com um medo tão terrível que abalaria até sua alma. E ninguém nunca avisara sobre a proximidade desses dois sentimentos.
Narrado em terceira pessoa, o
foco narrativo da obra fixa-se nas agruras da protagonista, partindo de uma
visão onisciente de seus pensamentos, mas preso aos acontecimentos que são de
seu conhecimento.
Pode-se dizer que é uma trama
densa, cheia de mistérios, que mergulha no drama familiar complexo e prende o
leitor da primeira à última página. Se, de início, temos a impressão de que as
páginas se passam sem nada acontecer, mais adiante descobrimos que todas as
fases são absolutamente contundentes e necessárias aos desenrolar do conflito.
Além disso, descobrimos os
personagens aos poucos, formando nossa opinião a respeito deles página a
página, desconfiando de todo mundo a princípio. São muito verossímeis, humanos.
Aliás, o enredo, em si, é muito realista, sem romantizações ou contos de fadas.
Não espere uma vida cor de rosa, um amor perfeito e relações maquiadas. Não
precisa, todavia, se assustar também. Você não encontrará cenas cruas violentas
ou algo assim. O perfume da folha de chá
é um livro de muito bom gosto, bem escrito, envolvente.
Compreendeu que um lar não era apenas um lugar. Era sua relação diária com tudo o que tocava, via e ouvia. Era a certeza da familiaridade, a tranquilidade de saber exatamente por onde andava. Os tecidos, os fios, os cheiros: a cor exata de sua xícara de chá de manhã, Laurence baixando o jornal antes de sair para trabalhar e Hugh subindo e descendo a escada mil vezes por dia. Mas agora havia algo extraordinário acontecendo, o chão estava se movendo, e tudo estava diferente.
Os mistérios que vão surgindo
conforme a trama se desenvolve aceleram o ritmo da leitura, de uma maneira que
deixam o leitor meio perdido. Só que é um perdido bom (MUITO bom). Porque nós
não sabemos o que esperar, se estão interligados ou se nada tem a ver com nada.
Esse, por sinal, acaba sendo um gancho muito bom, porque aumenta
consideravelmente a sede por uma pista a respeito do desfecho.
Ainda, não poderia deixar de
comentar a fantástica contextualização histórica da obra, que deixa bem clara o
quanto este livro é fruto de um primoroso – e profundo! – trabalho de pesquisa,
bem como pre-ci-so elogiar o excelente trabalho da Editora Companhia das
Letras; desde a capa, com seus desenhos e relevos, até a organização do texto.
Portanto, se você deseja uma leitura
mais realista, com belas e exóticas paisagens orientais, mistérios que darão um
nó na sua cabeça e um desfecho extremamente surpreendente, não deixe passar O perfume da folha de chá. Você vai
a-do-rar!
“Eu devo estar horrível.”
“Você nunca fica horrível. Mas só uma coisinha”, ele falou.
“Sim?”
“Este lugar é só para mim e para você. É para onde podemos vir quando quisermos um tempo a sós. Entendido?”
“Completamente.”
“E aqui podemos ter um recomeço, quando for preciso.”
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Estou alucinada para ler este livro! Me encantei com a edição, e a cada resenha fico com mais vontade de ler! Achei a premissa da mudança prum novo país, o casamento recente, o mistério do primeiro casamento do marido, tudo muito convidativo!
ResponderExcluirQuero muito ler!!