sexta-feira, 16 de junho de 2017

Resenha: "Armadilha" (Melanie Raabe)

Tradução: Karina Jannini


Por Sheila: Oi Pessoas! Quem gosta de Thriller Psicológico aí levanta a mão (!!!) E se além disso ainda houver muito suspense, adrenalina a mil, reviravoltas e finais surpreendentes? Bom, era mais ou menos isso que a sinopse e algumas resenhas prometiam para essa leitura, o que me deixou com altas expectativas.

Linda é uma escritora atormentada. Aliás, Linda é nossa narradora e, me desculpem os que não gostam de livros narrados em primeira pessoa, mas conversar com Linda e acompanhá-la nessa jornada de vingança e redenção é ótimo.

Mas voltando a Linda, ela não sai de sua casa há dez anos. Mais precisamente, desde que sua irmã foi assassinada. Em meio a tentativas de transformar sua casa ampla em mundos diferentes, para não se sentir tão presa, Linda tem pesadelos com o assassino da irmã, que viu de relance no dia fatídico.

Autora Best Seller, Linda mantém um contato quase nulo com o mundo exterior, o que faz com que muitos acreditem que esse seja um pseudônimo, e que a escritora reclusa e egocêntrica seja um artifício de marketing para chamar a atenção.

Deitada em seu quarto em meio a um de seus inúmeros pesadelos, ela percebe que neste, em particular, o monstro - como denomina o assassino de sua irmã - está diferente. Outro corte de cabelo, mais velho talvez? O terror que sempre a acompanha nos pesadelos vira choque: primeiro por que ela não esta dormindo, mas acordada e, segundo, por que agora ela finalmente tem meios de descobrir quem é o assassino de sua irmã. 
Uma frase que não consigo entender direito ecoa em minha cabeça. É uma voz. Pisco com os olhos grudentos, noto que meu braço direto esta adormecido, aperto-o tentando reanimá-lo. A televisão ainda esta ligada, e dela vem a voz que insinuou em meus sonhos, que me despertou.
É uma voz masculina, impessoal e neutra, tal como sempre soam nos canais de notícia que às vezes trazem esses belos documentários de que tanto gosto.
(...) Um repórter está diante do Reichstag, que se ergue, majestoso e imponente, na escuridão, e conta algo sobre a última viagem do chanceler ao exterior.

É só então que Linda de fato o vê. E reconhece. A partir de então, todos os esforços de Linda direcionam-se para encontrar um modo de confrontar o monstro, agora uma pessoa de carne e osso – Victor Lenzen, pai, jornalista de renome – e de fazê-lo admitir que assassinara sua irmã. Linda começa a preparar-se e montar sua Armadilha.

Mas como confrontá-lo se ela não sai de casa? Depois de muito se torturar a resposta pareceu-lhe clara como água. Ela era uma escritora, logo, iria escrever um livro onde narraria o assassinato de sua irmã, mesmo que isso fugisse do tema que geralmente escolhia para seus livros, o romance. Além disso, especificaria que sua primeira entrevista em muitos anos deveria se dar em sua casa, tendo um jornalista específico: Victor Lenzen.

Por mas que a autora, que é alemã, tenha ganhado o prêmio de melhor suspense policial de estreia, confesso que fiquei bastante decepcionada com a escrita e enredo. Talvez por que eu esperasse o que ele prometia: um thriller psicológico brilhante, e tenha recebido um suspense policial ate bem escrito e aceitável, que deixa algumas duvidas no ar e nos mostra que nem sempre nossas memórias são confiáveis. Mas só.

Claro que tenho quase certeza que a minha profissão influenciou de forma determinante à construção da minha crítica. Simplesmente não me parece possível que, uma mulher com a sintomatologia apresentada na obra, consiga em seis meses não só escrever um livro brilhante, mas se tornar capaz de enfrentar o assassino de sua irmã, de quem ela não possuía raiva, mas um pavor fóbico.

Também passa uma visão irreal do poder da terapia de dessensibilização sistemática, que nada mais é que um conjunto de técnicas de exposição/aproximação à experiência traumática, envolvendo treinamento ao relaxamento físico, estabelecimento de uma hierarquia de ansiedade em relação ao estímulo fóbico e contra condicionamento do relaxamento como uma resposta ao estímulo temido. No livro ela treina seu medo de aranhas para, mais tarde, poder suportar estar na mesma sala que o assassino de sua irmã (??????).

Fora isso, uma leitura dinâmica, com diálogos tensos, uma ideia bastante original e criativa. Recomendo.


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Ana Liberato