Tradução
de Regiane Winarski
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O livro já foi resenhado anos atrás pela Juny – aqui.
Por
Kleris: Ao decidir por uma
releitura, a gente já imagina o que vai encontrar, porque, bem, já passou por
aquele lugar. Costumo reler livros em
viagens, porque não quero ficar naquela de “será se vai ser uma boa leitura?”;
quero entrar na leitura com a certeza de que vou gostar. E foi assim, my friends, que puxei mais uma vez Fiquei com seu número da prateleira e
Sophie me deixou no chão: rolando de rir, sem ar, chocada. Quase sem palavras
sobre como eu a admiro.
E
me perguntando seriamente POR QUE RAIOS EU PASSO TANTO TEMPO SEM LER CHICK-LITS.
Descobri o porquê, mas ainda não estou satisfeita – o que é outra história. Vamos
à resenha!
Poppy
se vê numa situação bem... complicada. Ao meio de uma reunião com as amigas e
colegas para surtar sobre o anel de noivados, o hotel que hospeda um evento
social vira um pandemônio quando a sirene de incêndio soa, e ao meio do transtorno,
Poppy perde o anel – da família do noivo, Magnus. Entramos na história justo no
momento de maior desespero de Poppy, enquanto ela revira o saguão do hotel
atrás da joia. Sem muita esperança, ela tem que esperar notícias e então... lhe
roubam o celular na rua. Nem preciso dizer que sua síncope toma maiores proporções, né? Mas no meio do pânico, uma luz
surge: ela acha um celular no lixo e resolve usá-lo até arranjar outro, até
porque Poppy NÃO PODE perder nenhuma notícia sobre o anel nesse meio tempo.
É
assim que ela entra no mundo de Sam, o responsável pelo aparelho. Que, aliás, acaba
de perder a assistente e precisa da ajuda de Poppy para fechar um negócio ali
mesmo no hotel. É apenas ÉPICA a cena que ela salva o mundo corporativo – ou pelo
menos a empresa de Sam. E é essa gentileza – e mico da vida – que faz Sam
repensar sobre o aparelho celular e permitir que eles dividam a caixa de mensagens. Chamar mais confusão que isso não sei
dizer – que é, na verdade, só uma pontinha do iceberg desta trama. São tantas
reviravoltas que não consigo dizer mais que isso.
Conforme vou descendo os e-mails, começo a me sentir desconfortável. Nunca tive tanto acesso ao celular de outra pessoa. Nem ao dos meus amigos. Nem mesmo ao de Magnus. Tem certas coisas que não se compartilha.
Isso é totalmente surreal. E emocionante. E um pouco angustiante. Tudo ao mesmo tempo.
Confesso que tinha um receio de reler este livro por motivos de 1) li tem quase 5 anos, e 2) depois que se muda algumas filosofias de vida (como o feminismo), diversos livros ganham nova visão e é provável que essa nova experiência de leitura seja... ruim. Estaria eu preparada para deixar minha Sophie ir? Ou melhor, estragar minha visão da autora? Posso dizer agora que: não se preocupem, não só continua MARAVILHOSA, quanto minha admiração subiu mais uns degraus e marquei ainda mais cenas do que já tinha marcado #totalwin
Sophie
entrega mais que uma história apaixonante, ela OUSA, ela quebra barreiras, e chuta
na cara de quem fala que chick-lit é uma narrativa fácil ou rasa. Bem, tudo
depende da abordagem, né? Apesar de apresentar situações que encaixam fácil no
estilo, a maneira com que Sophie nos induz faz toda a diferença. Em Fiquei com seu número então, tem
inúmeras razões que confirmam isso. Diria até que é a marca da autora dar essa
rasteira nos desconfiados e/ou haters.
Não.
Não não não não não.
:( Não faz isso.
Você não pode.
Arrisco
dizer ainda que os melhores “e se?” se encontram também nesta leitura. São
situações absurdas e totalmente plausíveis. Não tem nada que te faça ficar “hmmmm,
não me parece possível” ou “aham, colega”. São fatos que seguram nossa atenção
do começo ao fim em um mega deleite do chamado “romance slow burn” – aquele que queima
devagar e de maneira progressiva.
E não quero soltar. Não quero que isso termine. Embora eu esteja tropeçando e com frio e no meio do nada. Estamos num lugar onde jamais nos encontraremos de novo.
Além
daquele lance de ver/ler coisas que não tinha percebido na primeira leitura, outra
coisa super interessante sobre reler livros é o quanto de informações que a
nossa mente apaga! Costumamos nos agarrar a algumas coisas, e esquecemos
totalmente outras, tão marcantes quanto, e é isso que faz ser uma experiência
tão impressionante. Não achei que seria possível amar muito mais a Kinsella <3
Nem
preciso dizer o que foi reviver minhas cenas preferidas, né? A cena da Poppy
enrolando os japoneses, a cena do sabão na janela, as NOTAS DE RODAPÉ, as
palavras-cruzadas, o BOSQUE... FEELS EVERYWHERE. Não duvido que serão, em sua maioria,
as mesmas das de vocês ^^ entendedores entenderão e não, não é spoiler!
Não há resposta, mas não ligo. É catártico apenas digitar.
Enfim,
é uma leitura gostosa, alucinante, mil e umas reviravoltas aloucadas,
apaixonante, genial, irresistível... I N C R Í V E L. Procura uma leitura
contemporânea bem fresh? De cair o queixo e lhe faltar o ar pelas gargalhadas? Com
conspiração, mistérios e armações? Mulheres em busca de sua independência? Com
muita tragicomédia e amor? Pois se prepare pra vomitar arco-íris e ao mesmo
tempo nadar neles. Leve Fiquei com seu
número a g o r a <3 E se já leu, vale ler de novo!
Se
recomendo?! Minha vontade é de sentar o dedo na letra i e não soltá-lo nunca
mais: recomendadíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiissiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimo!
50. Antiético é o mesmo que desonesto? Esse é o tipo de debate moral sobre o qual eu poderia ter perguntado a Antony. Em circunstâncias diferentes.
Até a próxima!
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