segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Resenha: “Peça-me o que quiser e eu te darei” (Megan Maxwell)

Tradução de Monique D’Orazio

Leia também:
Surpreenda-me


*Por Mary*: Essa mulher não é escritora pra cardíaco, não.

Se tem uma frase que ecoa na minha cabeça sempre que leio os livros dessa série é: “Miga, assim não dá pra te defender”. Tá pra nascer protagonista com maior talento pra dar tiro no pé do que essa Judith, francamente. 
- Quanto? – perguntou ele. Elas se entreolharam, e Mel pergunta, intrigada:- Quanto o quê? Com um sorriso encantador, o homem pegou a carteira, mostrou a elas e insistiu: - Cem para cada uma se me acompanharem por uma hora. As amigas trocaram um olhar.- Desculpa – replica Jud, achando graça – mas tenho que comprar um iPhone 6 e cem não dá nem pro cheiro.
Aliás, tem sim: Ana; que, por sinal, também pertence a Megan e quase me mata de raiva quando li Pela Lente do Amor.

Mas falemos disso mais adiante. Primeiro, quero deixar a playlist atualizada desta série maravilhosa:


E esse vídeo aqui pra você ouvir e sofrer junto comigo:


Como diria Jud: a gente até quer ouvir uma música dançante, mas o lado sofrente sempre fala mais alto.

Mas antes de começar esta resenha, preciso deixar um aviso aos navegantes, de que este texto contém SPOILER dos livros anteriores – incluindo seu spin-off. Então, se você ainda não começou a ler Surpreenda-me e não tolera saber finais antes da hora, fique avisado e não venha me xingar depois.

Lembram que eu disse uma vez que acompanhar esta série é como acompanhar, de fato, a vida real de um casal, desde os primeiros encontros? Pois bem, em Peça-me o que quiser e eu te darei, Judith e Eric já estão juntos há cinco anos, mantendo acesíssima a chama da paixão – apesar de permanecerem discutindo dia sim e outro também. Com três filhos e um amor avassalador, a relação vai de vento em popa, até que o retorno de uma mulher do passado de Eric e os conflitos do dia a dia faz ruir todas as certezas de Jud.

Outro casal que vai muito bem, obrigado, é Björn e Mel. Embora tudo pudesse melhorar se a teimosa ex-tenente do Exército Americano finalmente aceitasse o pedido de casamento do nosso James Bond predileto. Ao lado de Sami, os três formam uma bela família, que precisará provar toda sua força mesmo diante de rivais perigosos e presentes surpreendentes. 
- Vamos fazer uma troca. Eu te dou uma coisa. Você me dá outra.Mel pensa. Poderia ser uma boa ideia. Ela concorda, balançando a cabeça.- Está bem. O que você quer?- Qualquer coisa? – pergunta o advogado, com segundas intenções.Mel passa as mãos pelo cabelo curto e bagunçado e afirma:- Se isso faz você ficar mais tranquilo, querido, claro que sim!O sorriso de Björn se alarga e, de repente, ela entendeu o que ele pensava. Mel inclina o corpo para a frente e se apoia na mesa.- Você é um trapaceiro – sussurra.- Por quê? – diz ele, dando risada.- Porque sei muito bem o que vai me pedir e parece péssimo.- E o que eu vou pedir? – pergunta ele, rindo outra vez, consciente de que a namorada tinha razão.Mel se remexe na cadeira, bufa e diz, apontando para ele:- Você vai pedir para me casar com você e para termos um pequeno Homem-Aranha para chamar de Peter, não é?O alemão sorri. Nada lhe agradaria mais.- Seu sobrenome já é Parker, querida. 
Alternando sua narração entre a primeira e terceira pessoa – dando voz para Judith e Mel, respectivamente – neste volume Megan Maxwell abre mais espaço para a trama secundária de Björn (que eu, francamente, amei). Arrisco dizer que, sob todos os protestos que eventualmente surjam, a trama de Björn e Mel me pareceu muito mais interessante do que a principal. Espetacularmente, Björn não decepciona nunca e fiquei ansiando por mais desse casal surpreendente.

Confesso que comecei essa leitura acreditando que não havia mais assunto para explorar. Aliás, Megan Maxwell tem esse talento de nos surpreender, porque sempre tira um bom conflito da manga e zás! nos captura até a última página. 
- Grávida... Você, grávida.- Sim, mamãe. Eu, grávida. Vou ter um bebê! – Marta sorri. – Legal, né?- Que loucura – suspira Eric.Minha sogra se abana com as mãos. Ela está sem ar, mas então consegue dizer:- Mas, filha, se até suas plantas de plástico morrem... 
Entretanto, esteja preparado para sofrer.

Desde o primeiro livro, estabelecemos um padrão: Eric pisa na bola várias vezes, Judith vai relevando, relevando, até que explode. Eu apoio. E aí, brava, ela começa a fazer merda atrás de merda (merdas dessas catastróficas, piores do que as dele). Aí eu desapoio. Dá vontade de entrar no livro só pra dizer “Desse jeito tu perde a tua razão, mana”.

Apesar dessa raiva que a Megan faz a gente passar, penso que estes “defeitos” dos personagens são muito positivos, porque criam uma identificação com o leitor. Sobretudo se considerarmos que se trata de uma história cuja temática é muito distante da maioria das pessoas, esse aspecto verossímil das personas proporciona que o leitor se reconheça em, pelo menos, algum momento. Seja com o cara bonitão que se sente solitário, com a mulher durona que acredita não precisar de ninguém, no homem que criou uma muralha de gelo ao redor de si para se proteger da dor ou na garota impulsiva que vive enfiando os pés pelas mãos. E talvez seja esse aspecto humano de seus personagens que causam tanto fascínio nos diversos países em que Megan Maxwell é publicada. 
- Sabe, morena?- O quê?Apaixonado como um bobo por aquela descarada de cabelos curtos, o advogado crava os olhos azuis nos dela e fala baixinho:- Ao seu lado sou capaz de qualquer coisa.- Ah, é? E por que esse comentário?Ele então olha para o adolescente que ria com os pequenos e, sem pensar duas vezes, responde:- Porque, desde que estou com você, aprendi que as coisas que valem a pena nunca são simples. Graças a você, posso dar essa oportunidade a Peter. 
E você acha que acabou aqui? Na-nani-nanão. Mete um #HABEMUS aí, porque, além de Passe a Noite Comigo, spin-off lançado em maio pela Editora Planeta, recentemente Megan anunciou em sua página oficial no Facebook que será publicado ainda este ano lá na Espanha, precisamente no dia 7 de novembro, o livro Yo soy Eric Zimmerman, contando a trama de Peça-me o que quiser do ponto de vista do nosso protagonista. O anúncio causou muito burburinho nas redes e as opiniões se dividiram a respeito.

Peça-me o que quiser e eu te darei não é uma leitura para cardíacos. Definitivamente.  Todavia, é numa leitura para quem quer emoção, desejo, riso, lágrimas e raiva. Mais ainda, este livro é para quem exige uma boa trama, com conflitos contundentes e personagens reais em uma história aparentemente distante. 
Passam alguns minutos e, quando me dou conta de onde estou, como estou, e ainda por cima presa, sinto que vou explodir a qualquer momento. Ficar encerrada em um elevador nunca me agradou. Como a suar. Por sorte, estou com a mesma bolsa que trouxe de Jerez e dentro está o leque de flores que Tiaré, uma amiga, me deu de presente. Rapidamente eu o pego e começo a me abanar.Mãe do céu... mãe do céu, que calorão estou sentindo, e que angústia!Merda... Merda... Será que vou desmaiar?- Você está bem?Ao ouvir essa voz, eu me abano mais devagar. Giro no lugar para olhar e fico sem fala quando encontro o homem que já não sei se me partiu o coração, a alma ou sei lá o quê.
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Ana Liberato