sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Resenha: “Surpreenda-me” (Megan Maxwell)

Tradução de Monique D’Orazio

Leia também as resenhas da série principal:


*Por Mary*: Olê, elê! Cheguei trazendo mais este spin-off da série que, com o perdão do trocadilho, surpreendeu-me irreparavelmente.
- Se eu te beijar, vai me morder outra vez?- Se eu fosse você não tentaria.
Sem dúvida, aguardei ansiosamente por este livro. E não apenas porque Björn é um de meus personagens prediletos, mas também porque este foi o verdadeiro chamariz para que eu iniciasse a leitura da série Peça-me o que quiser.

Há algum tempo, navegando pelos Submarinos da vida, me deparei com esta obra, de uma autora que adoro e com uma sinopse tentadora, e fiquei muito interessada. Porém, ao perceber que se tratava do spin-off pertencente a uma série – que, a princípio, não me chamou tanta atenção – acabei deixando pra lá; até mesmo porque, até então, eu não estava em um bom momento para me comprometer com uma série de tantos volumes.

De lá pra cá, minha admiração por Megan Maxwell aumentou e achei que valia a pena dar uma chance para esta série, mesmo que, lá no fundo, eu estivesse mais interessada pelo spin-off que estava por vir. Me comprometi a ler na ordem, como manda o figurino, e, olha, o meu único arrependimento é não ter lido esta série antes. Que livros maravilhosos!
- Escuta, Björn, se o seu coração escolheu a Melanie, nada vai conseguir se opor a ele. Meu conselho é que você se deixe levar pelos sentimentos e se concentre no presente. O que tiver que ser, será.- Porra, cara, você está me assustando!Eric sorriu antes de desligar, zombou:- Pode ficar assustado!
Esta experiência até me tem feito repensar uma outra série que tenho deixado de lado, sempre passando para depois...

Enfim, trago música boa, nesta playlist que melhora a cada atualização:


UM MUSICÃO DESSES, BICHO!


Mas antes de começar esta resenha, preciso deixar um aviso aos navegantes, de que este texto contém SPOILER dos livros da série principal. Então, se você ainda não começou a ler o terceiro livro e não tolera saber finais antes da hora, fique avisado e não venha me xingar depois.
Saiu uma gotinha de sangue e Mel, sem pensar, pegou um band-aid das Princesas e, da mesma forma que tinha feito na filha, colocou na mão dele.- Pincesaaaass! – aprovou a menina, chegando perto.Assim que Mel terminou, olhou para Björn e disse animada ao perceber que a filha os observava:- Saiba que a Bela Adormecida vai fazer você sarar, num passe de mágica a dor vai passar, tchan... tchan... tchan!, para nunca mais voltar.Pergo de surpresa por aquela bobagem, Björn olhou bem para ela e disse piscando:- Tá de brincadeira, né?

Björn Hoffmann, nosso advogado bonitão, melhor amigo – e principal conciliador – do casal de Peça-me, conheceu Mel quando esta socorreu Judith, que entrara em trabalho de parto dentro do elevador de um shopping center.

Desde o primeiro encontro, surgiram faíscas diante do confronto de duas personalidades tão fortes e nem mesmo Björn, com seu jeito divertido e galante, consegue relevar o gênio mandão e provocador de Melanie Parker, uma piloto do exército americano que cuida sozinha da filha pequena e acha que não precisa de ninguém, que se basta sozinha.
- Olha, não faz diferença. Eu... eu não preciso de ninguém, Robert. Eu...- Como você não precisa de ninguém? Todos nós precisamos de alguém.- Eu achava que esse homem era... especial. Mas ele não quer falar comigo. Pra ele sou um maldito inimigo. Um militar americano. O que você quer que eu faça?- Porra, Mel... Se é dele que você gosta, convença-o de que, antes de ser militar, você é mulher. Faça o favor de se esquecer de uma vez por todas do seu passado e retome a sua vida. Deixa de ser a supertenente Parker 24 horas por dia e seja a Melanie. Juro que a vida vai ser melhor pra você, querida, porque todos nós precisamos de alguém especial que nos ame.
A implicância inicial, como é de se esperar, acaba se transformando em uma tensão sexual incontrolável e a sucessão de encontros furtivos acaba mostrando uma Mel alegre, doce, brincalhona e que desperta em Björn seu lado mais protetor.

Se tem um personagem que, definitivamente, merecia uma história só sua, essa pessoa é Björn; esse morenaço que conquista os leitores desde sua primeira aparição, lá em Peça-me o que quiser, e finalmente arrebata todos os corações em Surpreenda-me.
- Mas o que acontece com as duas Superwomen?Judith olhou para ele com tristeza e antes que explicasse Mel se adiantou.- Veja só, bonequinho, até as Superwomen têm sentimentos.Ele as encarou com surpresa. No caminho para o escritório, levando duas cervejas e querendo saber o que estava acontecendo, ele soube o que tinha que fazer. Chegando lá, ele colocou as garrafas na mesa de Eric e comentou:- A sua pequena está se acabando de chorar na cozinha.Não foi preciso dizer mais nada. Eric se levantou rapidamente e foi até lá. Björn foi atrás e ouviu o amigo perguntar logo que abriu a porta:- O que foi, querida?
Diferentemente dos livros da série principal, este spin-off é narrado em terceira pessoa, alternando os pontos de vista entre os protagonistas e, vez ou outra, quando conveniente, pegando um ou outro pensamento dos diversos personagens que figuram na história. Megan Maxwell costuma ser muito feliz na escolha de suas narrações e dessa vez não foi diferente. Ela administra os fatos e informações de acordo com as necessidades da trama a que se propõe contar, nunca deixando o leitor ter a sensação de que está sabendo demais ou de menos.

Esta é uma autora que parece saber perfeitamente a medida certa para tudo, seja do ponto de vista estrutural – narração, enredos, construção dos personagens – ou elementar da história. E isto, quem costuma se arriscar com as palavras em textos, poemas, contos e crônicas, sabe que é muito difícil de conseguir, porque quem está escrevendo, por saber tudo sobre a história que está contando, pode acabar se perdendo em extremos, não deixando espaço para a imaginação do leitor ou sufocando-o com informações muitas vezes desnecessárias.

Bicha, te venero.
Quando Mel e Björn ficaram sozinhos, ele ligou a água e a olhou nos olhos. A pergunta que ouviu dela em seguida foi um pouco inesperada.- Tudo bem?Ele respondeu que sim e algo em seu coração se descongelou naquele instante. Lembrou-se de Eric e sorriu ao entender o que o amigo tinha tentado explicar tantas vezes sobre ele e Jud. Sem saber por quê, naquele momento, tudo fez sentido. A química com uma mulher, e tudo o que isso significava, surgia quando menos se esperava. Finalmente havia encontrado aquilo com Mel e não ia perder.
De longe, este é o livro mais erótico da série. Se fosse outro escritor qualquer, eu recomendaria cuidado. Todavia, como já conversamos, Megan sabe dosar as ferramentas disponíveis, se renova de maneira a não permitir que o enredo caia na repetição e, mais importante, jamais perde a trama de vista. As cenas explícitas guardam relação com a proposta do livro, não parecem gratuitas ou descartáveis.

Algo que preciso destacar sobre Megan Maxwell, é o carinho imenso que ela parece ter por suas guerreras, como costuma chamar suas leitoras, parecendo homenageá-las a cada página, cena de ciúme, beijo arrasador, palavra de amor dos personagens. Acho louvável e maravilhoso.
- Uma rosa para a dama?Antes que Björn falasse alguma coisa, Mel se adiantou:- Dê uma ao cavalheiro, por favor.Enquanto Mel pagava, Björn pegou, atônito, a flor que rapaz lhe entregou.- É pra você – ela disse em voz baixa num jeito divertido, quando ficaram sozinhos.Confuso, Björn a encarou. Uma rosa para ele?- Não gostou? – Mel perguntou ao notar sua expressão.- Claro que gostei. Mas até agora era eu que...- Mas isso acabou – ela interrompeu. – Como é sempre você que me dá flores, hoje sou eu que te dou essa rosa. Igualdade entre os sexos, você não acha?
Além disso, é preciso ressaltar o significativo papel que esta autora exerce na representação da liberdade sexual feminina. Seguindo na contramão de muitos autores aclamados mundo afora, que evidenciam personagens femininas frágeis e submissas, Megan cria mulheres que representam seu séquito de leitoras: fortes, trabalhadoras, determinadas, que buscam o próprio prazer e não veem problema nenhum em demonstrar o que querem e nem por isso merecem menos respeito ou são menos mocinhas por isso. Mais ainda, o amor não as fragiliza, não as transforma em típicas donzelas indefesas; pelo contrário, as fortalece.

Eu não poderia terminar esta resenha sem fazer um adendo para um personagem que me intrigou do início ao fim: Comandante James Lodwud. Passei boa parte da leitura na dúvida se gostava, desconfiava ou não me importava com ele e, por fim, fiquei bastante curiosa para saber mais sobre este homem durão que não superou o abandono da ex-mulher. Megan, fica aí o pedido!
- Espero que algum dia você supere a história da Daiana, como eu acredito ter superado a história do Mike. Você perece uma vida melhor, James, e eu sei que você vai tê-la. Eu sei.Ele olhou para ela quando respondeu:- Foi um prazer te conhecer, Mel.Ela andou até ele, se abaixou e o abraçou.- Digo omesmo, James. Obrigada por tudo, porque, à nossa estranha maneira, você me ajudou a seguir vivendo. – Eles sorriram. – Espero que nossos encontros já não sejam como os de antigamente.Eles sabiam que aquilo era uma despedida. Tinha chegado o momento de esquecer os fantasmas do passado e de tentar retomar suas vidas.
Portanto, se você quer ficar arrebatado, vidrado na leitura, quer se apaixonar, suspirar, grudar naquelas páginas e só conseguir largar depois de ler tudo, Surpreenda-me, com certeza, é a pedida certa.
- Sabe de uma coisa? – ele insistiu nervoso, sem deixar que ela falasse. – Meu pai me aconselhou que, pra eu fazer você se apaixonar por mim, eu devia fazer você rir. Mas fique sabendo que, cada vez que você ri, quem se apaixona ainda mais sou eu, como um idiota. Eu te amo. Te amo com toda a minha alma e nunca tive mais certeza de nada na minha vida.  E se você não me amar, vai precisar comprar um grande carregamento de band-aids das Princesas pra tirar de mim a dor tão terrível que...- Björn...- Antes que você diga qualquer coisa – ele interrompeu outra vez -, quero que você saiba que estou disposto a lutar por você. Não me importa que você seja militar, nem americana, nem russa, nem polonesa. Não vou permitir que você vá pro Texas. Se você for, prepare-se, porque eu vou atrás de você e não penso em deixa-la em paz até que você ceda e decida voltar comigo, porque eu te amo e preciso que você me ame.
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Ana Liberato