segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Resenha: "Coisas Frágeis 2" (Neil Gaiman)

Tradução: Michele de Aguiar Vartuli

Sinopse: Em "Coisas Frágeis 2", Neil Gaiman mostra sua versalidade compondo poemas inspirados em contos de fada. "A Câmara Secreta", "Cachinhos", "Instruções" e "Inventando Aladim", e criando narrativas sob a influência dos mais diversos elementos. As pequenas histórias que integram o conto "As Meninas" tiveram origem nas canções do álbum Stranger Little Girls, de Tori Amos. Em "No Final", Gaiman imaginava como seria o último livro da Bíblia e acaba criando em Gênesis às avessas; já em "Pó Amargo", lendas urbanas e os estudos de Zora Neale Hurston sobre a cultura negra e vodu compõem uma narrativa que tem como cenário a cidade de Nova Orleans. O conto "Quem Alimenta e Quem Come" nasceu de um pesadelo de Gaiman, enquanto "Garotos Bonzinhos Merecem Favores" teve como ponto de partida lembranças da infância do autor. E é isso que Neil Gaiman faz em Coisas Frágeis 2, além de contar histórias, cria narrativas em que o horror se une ao humor, a doçura à crueldade e o realismo à fantasia para oferecer ao leitor um meio de libertar-se.

Fonte: Skoob

Por Eliel: Se você chegou até aqui é porque já se deliciou ou ao menos ficou curioso com a obra de Neil Gaiman. Esse é o segundo volume da coletânea de contos dele, a resenha do primeiro livro está aqui. Ao explorar esses novos textos irá se deparar não somente com contos, ms também pequenos poemas. Como não estão ligados por nenhuma ordem cronológica ou ideológica podem ser lidos da melhor maneira que você escolher.

O objetivo de Gaiman ao reunir esses contos e poemas sob o título de Coisas Frágeis fica bem claro já na introdução...

Afinal, existem tantas coisas frágeis. Pessoas se despedaçam tão facilmente, sonhos e corações também.

Esse seria o fio condutor que abraça todos os textos de ambos os volumes. Entretanto, uma lição que fica aqui é perceber a força que as coisas que são frágeis realmente tem. Um coração despedaço continua a bater e um sonho pode renascer. Todas as coisas podem ser frágeis e ainda assim fortes, como as ideias transformadas em contos por um autor talentoso.

Originalmente, Coisas Frágeis, era um volume único, porém na edição nacional foi dividido em dois volumes. Há quem diga que a divisão não favoreceu a ordem feita pelo autor e que o segundo volume ficou com os contos mais fracos da coletânea.

O resumo da ópera é um forte incentivo para ler e começar a se aventurar em romances maiores desse que é considerado um dos maiores autores contemporâneos de literatura sobrenatural e fantasia.

Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta

Confira os melhores preços no Buscapé! clicando no banner você ajuda o blog a continuar crescendo.


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Resenha: "Como Falar com Garotas em Festas" (Neil Gaiman, Fábio Moon & Gabriel Bá)

Tradução e Adaptação: Fábio Moon & Gabriel Bá

Sinopse: Enn é um garoto de quinze anos que nunca se deu bem com as garotas, enquanto seu amigo Vic tem todas a seus pés. Na Londres dos anos 1970, auge do punk rock, os dois estão prestes a viver a aventura mais espetacular das suas vidas. Ao serem convidados para uma festa, conhecem as belas Stella, Triolet e Wain e descobrem mais segredos do que jamais poderiam supor. Do premiado Neil Gaiman, autor de Deuses americanos e Sandman, e adaptado e ilustrado de maneira extraordinária pelos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá, Como Falar com Garotas em Festas é uma graphic novel eletrizante, uma jornada sobre as descobertas do amor, das diferenças e dos mistérios que cercam o amadurecimento.

Fonte: Skoob

Por Eliel: Se você já leu Coisas Frágeis de Neil Gaiman já deve ter topado com esse conto por lá.

Neil Gaiman é um autor com inúmeras obras de sucesso e muitas delas são contos de fantasia. Esse é o caso da resenha de hoje. Neil escreveu, Fábio Moon e Gabriel Bá foram lá e traduziram e adaptaram para uma graphic novel incrível como eles sempre fazem.

Ilustrações sensacionais e bem psicodélicas, como o próprio conto nos leva a entender, ajudam a enxergar as intenções por trás das palavras do autor. 

Nessa estória vamos com Enn, um adolescente que não tem o menor jeito com as garotas, e seu amigo Vic, o bonitão que fica com todas as mais gatas, à uma festa repleta de garotas lindas. Um conto sobre o amor e amadurecimento.

O desenrolar da trama começa logo depois dos dois chegarem à festa onde não conhecem ninguém, mas está cheio de garotas lindas, de outro mundo. Vic logo já começa a se acertar com uma delas sobrando para Enn o grande desafio, falar com essas garotas. Até aí uma história adolescente normal, mas não se esqueça que Gaiman é conhecido por suas fantasias e que elas são garotas de outro mundo...


Para ficar ainda melhor, o conto vai ganhar uma adaptação para os cinemas que ainda não tem data definida para chegar em terras brasileiras. Teremos nessa adaptação Elle Fanning (de Malévola) e Nicole Kidman (de Lion). Deixem nos comentários o que vocês acharam dessa adaptação para os quadrinhos e o que esperam da adaptação do cinema.

Acredito que ler esse conto será uma ótima entrada para o mundo de Gaiman e também para os quadrinhos dos gêmeos Moon e Bá.

Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta

Confira os melhores preços no Buscapé! e ajude o blog a continuar crescendo.




segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Resenha: “Amor Roxo” (Rafael Vitti e Júlia Oristanio)

*Por Mary*: Sem dúvida, uma das coisas de que mais gosto nos poemas do Rafael Vitti é a simplicidade. A forma aparentemente despretensiosa como brinca com os versos e joga com as palavras.

Esse jogo de palavras a que me refiro não se restringe apenas à troca de uma palavra ou outra, mas também – e principalmente – a geração de som, a musicalidade impressa no conjunto e a ordenação dos versos. Todo este aparato reunido resulta em um trabalho capaz de atrair até os leitores mais avessos a rimas.

Longe da poesia clássica, parnasiana, cuja estrutura importa mais do que é dito, Rafael Vitti exerce um importante papel na literatura e talvez nem o saiba: ele aproxima o público jovem de uma categoria literária difícil e muitas vezes encarada como maçante. Ele nos mostra que poesia não é só cult, ela pode – e deve – descrever o dia a dia.

Além do conteúdo muito bem escrito, Amor Roxo possui um bom apelo visual. Sem deixar que este roube a cena, as imagens e combinações de cores complementam os desenhos dos poemas. Eu diria que a atual forma de fazer poesia é justamente essa: o casamento do literato às imagens e sons; o que Rafael e Júlia fazem muito bem, a propósito.


  

Diferentemente do que destaquei em Quer se ver no meu olho?, a respeito da multiplicidade de temas, Amor Roxo parece manter seu foco no amor. Variadas maneiras de amar, em diferentes momentos dele. Sedução, relacionamento, perda, desespero, paixão, satisfação.


  

Eu senti um pouco de falta de saber quem escreveu o quê. Porque como este livro reúne poemas do Rafael e da Júlia, eu gostaria que ficasse um pouco mais clara a autoria. Por outro lado, dá para brincar de adivinhação. O que nos resta, é comparar com os poemas de seu livro anterior, Quer se ver no meu olho?. Será que o fandom aí poderia ajudar esta curiosa resenhista?

 


Mas aí vocês vão me chamar de doida, porque ao mesmo tempo em que senti falta, eu também curti bastante o fato de não saber quem escreveu o quê. Dá aquela impressão de unicidade, sabe? Como se ambos fossem um e acho que essa era a ideia, porque não é como se fossem simplesmente dois autores dividindo um livro, mas realmente um trabalho em conjunto.

Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta

Confira os melhores preços no Buscapé! sua compra ajuda o blog a crescer!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Resenha: “O Código da Mudança” (Othon Gama)

Por Kleris: Meses atrás, lembro de uma situação estranha e desconfortável que passei. Veja bem, meu corpo não é exatamente "ideal" para os padrões, mas eu aprendi a aceitá-lo (e amá-lo). Também procurei me libertar daquela constante de pensar em números e toda aquela relação complicada com a comida. Abracei os exercícios físicos porque descobri que amava (ainda mais da maneira com que otimizei) e me alimentava razoavelmente bem porque também sou ligada a frutas e comidas caseiras. De alguma maneira, fui encontrando meu equilíbrio de volta.

Então um dia, experimentando uma camiseta, tirei uma foto pra mostrar a uma amiga, que foi quem tinha me presenteado. Daí veio o primeiro choque: eu estava... magra. Eu não compreendia como aquela pessoa da foto era eu. Uns dias antes tinha notado que umas roupas estavam mais folgadinhas, nada muito considerável, e lembrei também que algumas pessoas tinham apontado o fato e eu não levei a sério (por razões mais complexas).

Não demorou muito para começarem a me perguntar que fórmula “mágica”, que “dieta maluca”, eu tinha utilizado, porque queriam “copiar”. E tão logo estranharem porque eu queria meu corpo de volta (!!!). Mas a mudança já havia acontecido, assim, até sem querer, e eu tinha que aprender a lidar com aquilo, entender o que representava para meu processo.

Claro que aqui resumi muito do que foi esse momento bugador, mas posso dizer que esse resultado foi mais consequência do que objetivo, e que na mistura de metas, desafios, exercícios mentais que vinha fazendo (para um dado fim), consegui perceber qual foi meu código de mudança. Porque toda real mudança – ou a volta por cima, diria Brené – envolve um código. Para descobrir esse código, você tem que se conhecer. De verdade.
O caminho para essa mudança de hábitos pode ser complexo, mas a boa notícia é que dá certo. [...] Só depende de você.
Você já deve ter lido livros com fórmulas mágicas infalíveis ou visto oradores incríveis que inflaram sua motivação. Ambos dão a impressão de que “agora é pra valer”. A pessoa mais confiante, determinada, focada, comprometida, disciplinada e motivada do mundo é você naquele momento. Até começarem a aparecer os problemas do dia a dia, a cobrança do banco, uma discussão no trabalho, uma venda que não se conclui, uma entrevista de emprego malsucedida, um imprevisto no seu empreendimento. Então toda aquela motivação vai embora e você se vê novamente sem conseguir resultados concretos e duráveis.
Não existem soluções mágicas para problemas complexos. A motivação é fundamental, mas não basta. Ela faz você começar, porém é apenas a mudança de hábitos que lhe permite seguir em frente. [...] Quem não usa a inteligência emocional cai nas armadilhas da mudança de hábitos e não consegue sair delas.
Othon Gama é um excelente guia de jornada. Neste livro ele conta parte de sua história, de desbravar territórios da mente para perseverar e conquistar um objetivo. Isto porque não é só mirar em algo lá na frente e procurar maneiras de chegar a ele. Esse, na verdade, é um (grande) erro comum. Não adianta buscar algo pra você se você não está disposto a fazer o que deve ser feito. Buscar saídas fáceis ou pular etapas então, nem preciso dizer que de nada valem – aliás, só atrapalham.
Não adianta se enganar, não adianta enganar o mundo, você não consegue fugir de si mesmo, embora muitos fiquem a vida toda tentando. [...] Também existem pessoas que se enganam achando que tudo é fácil, que podem fazer o que quiserem na hora em que quiserem, que estão sempre prontas, mas que não fazem o que afirmam que vão fazer. Elas estão certas quando dizem que podem, mas ou não acreditam nisso realmente ou têm dificuldade de partir para a prática e na primeira dificuldade adiam o projeto, alegando que estão muito ocupadas e vão ter que deixar para depois. Só que esse dia nunca chega, já que elas caem sucessivamente nas armadilhas de seus hábitos. 
O Código da Mudança é uma luz nesse túnel longo e escuro. Ele nos mostra onde pisar, onde desviar, onde parar antes de continuar. Ponto a ponto, Othon se utiliza de conhecimentos sobre a mente, que é onde o (SEU!) código se esconde. Traz fundamentos desde cientistas, coachs, psicólogos e psiquiatras, como Augusto Cury, além de pautas muito chegadas a Jout Jout, envolvendo empoderamento, autoestima, autodisciplina, bem-estar, saúde mental, empatia, dentre outros.

Como tudo isso se resume à formação do ser como pessoa, percebe-se que uma das maiores dificuldades é de cada um olhar para si. Vê-se que explorar as emoções, para muitas pessoas, parece ser mais assustador que um intenso filme de terror.
E quem quer mudar de hábito? Precisa ter conhecimento de quê? De si mesmo. Conhecer-se é um dos mais importantes passos para conseguir mudanças duradouras e sustentáveis na vida. Temos de identificar nossos pontos fortes, nossos pontos de desafios e nossos pontos cegos.
Como toda jornada, a da mudança de hábitos também tem suas armadilhas. E a melhor forma de escapar de armadilhas é saber quais são e onde estão.
A sacada de mudança que Gama propõe se baseia no código dos hábitos e em um método que contempla todo o universo da transformação desejada: a dimensão da sabedoria (o que são os hábitos, como se formam, como funcionam); a dimensão emocional (compreensão de sistemas internalizados e competências emocionais necessárias); e a dimensão executiva (como aplicar e ter êxito). A imagem da borboleta (de capa), a propósito, super representa.
A grande maioria das pessoas falha porque quer chegar lá, mas só trabalha uma ou duas dimensões. Para realmente conseguir atingir os objetivos, é necessária uma abordagem que leve em conta todas as nuances e não menospreze as emoções, as reações fisiológicas, o ambiente, a formação cultural e educacional. Neste sentido, o método tridimensional se torna mais eficiente por “atacar o problema por todos os lados”. 

Os hábitos ruins sabotam nosso SAC [sistema de autocrenças] e nos impedem de acreditar que é possível mudar. Ora, se prometermos a nós mesmos que vamos fazer diferente e não fazemos, que vamos mudar nossos hábitos para melhor e não mudamos porque não entendemos como eles funcionam, achamos que o problema somos nós, que não somos bons o suficiente. Essas crenças que aprisionam o sucesso são um tiro de canhão no SAC. Ter um SAC forte é a base para desenvolver as habilidades necessárias para mudar hábitos.

Entender nossos hábitos é apenas o meio do caminho (talvez até menos). Mas, por certo, se é algo que VOCÊ quer, que bom que você começou a jornada. Por certo, exige tempo, paciência, disposição e muita, MUITA confiança – acessórios esses que, não se preocupe, você também pode aprender a desenvolver durante a caminhada.
É importante ressaltar que, quando falo em conhecimento, não me refiro apenas às disciplinas tradicionais, mas ao desenvolvimento humano. Além de consumir livros e revistas, ver filmes e assistir a palestras, precisamos reformular nosso sistema educacional, que muitas vezes forma pessoas inseguras e cheias de crenças limitantes, em vez de confiantes, corajosas, ousadas e criativas. Precisamos repensar e buscar soluções para criar a educação do século XXI, porque ainda estamos no século passado nessa área.
Você conhece pessoas que são verdadeiras formadoras de crenças limitantes? Que só colocam os outros pra baixo? É preciso tomar cuidado com elas, porque são verdadeiros destruidores da autoconfiança e autoestima. Não seja assim nem deixe que tratem você assim. As mesmas palavras podem ser cruéis ou vir embaladas em carinho.
Fonte: Aquele Eita (instagram)
O livro é mais teórico do que de prática e achei isso formidável nele. Quem nunca leu algo nessa linha, precisa dessa base. Consciência, percepção, instrução, discernimento, resiliência. Os exemplos são eficientes e a parte prática vem a ser um complemento. Você pode deixar uma agenda ou caderno de notas ao lado, se você é desses que necessita fazer um acompanhamento mais detalhado. Se possível, seria interessante também poder contar um profissional – psicólogo ou coach.

A leitura é de duas ou três sentadas, muito clara e precisa, gostosinha até. Apesar de chegada para o estilo pesquisa, Othon conversa conosco como se estivéssemos em uma de suas palestras. Não me espantaria de vê-lo em um TEDex (gostaria muito, inclusive). O bom de ser um livro (e não apenas uma palestra) é que podemos marcar e marcar a vontade! Vale revisitar trechos e notas sempre que puder.

Prepare sua cartelinha de marcadores adesivados, você vai precisar.
Todo ser humano, seja o presidente dos Estados Unidos, seja um morador de rua, tem um SAC [sistema de autocrenças]. O que muda é o conteúdo dele. Olhamos para as pessoas que realizaram feitos notáveis e dizemos: “Como são confiantes! Que capacidade de liderança!”. Achamos que possuem poderes quase sobrenaturais. Balela. Todos têm medos, frustações e colecionam fracassos. Pessoas bem-sucedidas constroem o alicerce das suas vitórias nas suas derrotas.
Se você é iniciante, essa é a compreensão mais completa que vai encontrar. E se você já está na arena, O Código da Mudança é o livro que vai te segurar, reforçando todo o passo a passo e sistema de comportamentos. Fãs de Brené Brown (eu!) e Augusto Cury vão curtir muito.

Desta maneira, não seja aquela pessoa que observa o outro conquistar algo, ressente-se por não conseguir e quer a solução pronta e rápida, como aquele exemplo de experiência lá em cima. Para cada conquista, um esforço. Não, não vou revelar qual foi o meu código de mudança; melhor, busque o seu. Respeite seu tempo. E não espere por algo ou alguém para começar. 
Mais forte do que nunca – Brené Brown (aqui)
Isso parece fácil, mas você se surpreenderia ao saber quantos nunca reconhecem os próprios sentimentos e emoções – apenas os descarregam. [...] A ironia é que, ao mesmo tempo que criamos distância entre nós e as pessoas ao redor, descontando tudo nos outros, ansiamos por laços afetivos mais profundos e por uma vida emocional mais rica. 
Ansiedade: como enfrentar o mal do século – Augusto Cury (aqui)
Ter coragem para velejar para dentro de nós mesmos, reconhecer nossas fragilidades, admitir nossas loucuras, corrigir rotas e nos educar para sermos autores de nossa própria história é, acima de tudo, ter um caso de amor com a vida.E ninguém pode fazer essa tarefa por você – nem filhos, parceiro(a), amigos, neurologista, psiquiatra, psicólogo ou livros. Só você mesmo... Não traia o que você tem de melhor!

Se joga nessa jornada, migx!
Recomendadíssimo.
Até a próxima!


Curta o Dear Book no Facebook
Siga @dear_book no Twitter e @dearbookbr no Instagram


Confira os melhores preços no Buscapé! Sua compra ajuda o blog a crescer :)


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Resenha: “Minha Vida (Não Tão) Perfeita” (Sophie Kinsella)


Resenha publicada originalmente no Chalé Cult


Tradução de Carolina Caires Coelho

Por Kleris: “Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar?” – Mário Sérgio Cortella me representa aqui. Que mixed feelings! Tão acostumada ao estilo da Sophie, estou um pouco sem saber escrever como me sinto em relação a este livro. Mas tentarei.

Cat está imersa numa rotina bem louca enquanto caminha atrás de seu sonho – trabalhar com branding (conceito de marcas/design). Assistente em uma agência, ela está esperando e trabalhando pela sua grande oportunidade. Sua chefe, Demeter, é um furacão que deixa um rastro de inveja a qualquer um – e tem, aparentemente, uma vida perfeita, badalada, glamorosa. Cat também “sustenta” uma vida baseada no status, só que um bem distante do seu. Comete até loucuras (como entrar em cafeterias e tirar foto de cafés gourmet) pra mostrar a todos que ela está bem, está feliz e satisfeita.

Quando Cat é demitida, por conta de problemas na empresa, ela se joga em um novo empreendimento de seu pai, o que se torna uma grande aventura. Mas Cat ainda não resolveu o que quer ou como seguir em frente. Nesse ínterim, ela sugada de volta aos problemas e à empresa quando Demeter torna-se sua cliente e Alex, seu chefe crush, está ali para terminar um trabalho.

Minha vida (não tão) perfeita tem uma pegada diferente dos demais livros da Sophie. É bem mais suave, lúcida até. Apesar do que diz a capa (“Chorei de rir”, Jojo Moyes), eu não consegui rir como antes, em outros livros da autora, pois este não é bem uma tragicomédia. Não há casos extraordinários, improváveis, tresloucados ou surreais. Sophie traz a realidade. Algo mais próximo de um drama de costumes, mas sem perder, claro, o seu jeito Kinsella de ser.

Outro ponto diferente foi o gênero de público. Sophie é conhecida por tratar de mulheres adultas fortes e/ou independentes, e neste livro, ela ousou em se colocar na pele de uma millenium (geração Y). Vemos muito de uma garota em seus 26 anos que tá começando de baixo e está em desespero sempre – porque nossa geração é aquela acelerada, que se joga e vai em busca dos seus sonhos, não importa de que maneira, e que também se ferra muito por isso. Mas nem tudo é exasperação. Um ponto forte do team Y é justo transformar o limão numa boa limonada – ou melhor dizendo, transformar qualquer coisa em oportunidade (de mercado, se possível). 
Mas veja bem: não sou invejosa. Não exatamente. Não quero ser a Demeter. Não quero as coisas dela. Sei lá, tenho só 26 anos. O que eu faria com um SUV da Volvo?
Mas, quando olho pra ela, sinto uma comichão de... alguma coisa, e penso: será que poderia ser comigo? Teria como ser comigo? Quando tiver condições, eu poderia ter a vida da Demeter? Não são só as coisas materiais, falo da confiança também. Do estilo. Da sofisticação. Dos contatos dela.

Ao tratar desse desejo de crescer na vida, Sophie insere sensivelmente sua crítica sobre a rede de mentiras que se constrói na internet. Sobre como usamos as redes para nos sufocar e demonstrar uma vida que não é nossa. Como os filtros podem ser tão tóxicos e arrasadores quanto um ambiente de trabalho competitivo. Como essa competição pela foto ou vivência mais glamorosa nos faz perder o real momento. Como isso cria uma narrativa bem diferente para quem nos lê. E como essas mentiras todas podem interferir ou confundir a vida real. 
Depois de algumas semanas de funcionamento, percebi que alguns clientes só querem saber de perguntar: Vocês são sustentáveis? Porque isso é muito importante para nós.   
Sinto vontade de rir quando Demeter se esconde atrás de uma árvore. É inacreditável ver como uma pessoa inteligente pode se tornar uma tola que acredita em tudo o que ouve assim que ouve as palavras “orgânico”, “autêntico” e “Gwyneth Paltrow”. 
— Esse cavalo é especialmente místico. — Eu me aproximo de Carlo e passo uma mão pela anca dele. — Ele traz calma às pessoas. Calma e paz.
Mentira. Carlo é tão preguiçoso que a emoção que ele causa na maioria das pessoas é frustração. Mas não hesito e continuo:
— Carlo é o que chamamos de um Cavalo da Empatia. Nós classificamos nossos cavalos de acordo com seus predicados espirituais, como Energia, Empatia e Detox.
Quando digo isso, percebo que exagerei. Um cavalo de detox? Mas Demeter parece estar engolindo tudo. 

A escolha de tratar a história por um viés mercadológico e marketeiro foi um grande acerto, pois dessa maneira Sophie pôde nos demonstrar melhor do princípio que manipula as pessoas pelas suas fraquezas. Esse realismo coloca em xeque nossos desejos, sonhos e ilusões. É muito louco como a gente vive para reforçar, com palavras bonitas, sacadas de marketing, neurociência, um estilo de vida que não reverbera quem nós somos, mas quem queremos parecer que somos. E é tudo lorota! É como usar a sabedoria para semear o mal – para si e para todos. 
Talvez eu devesse entrar no Instagram agora. Postar alguma coisa divertida.Mas, quando rolo as imagens na tela do celular, parece que elas estão rindo de mim. A quem estou querendo enganar com essas coisas falsas e felizes? É sério: a quem estou querendo enganar?

Com certeza a gente fecha o livro pensando no que estamos postando em nossos perfis, quaisquer redes sociais que sejam. Toda a história, toda a abordagem, foram caminhos arriscados para se tomar, vide o grande histórico da autora, mas achei bacana que ela tentou sair dessa redoma. E me surpreendeu para onde ela levou a história. A alguns leitores pode parecer até morno em relação aos outros livros (e é em alguns pontos mesmo), por outro lado, prefiro encarar como uma história para exercer nossa empatia, senão nossa consciência. No mais, para ir sem grandes expectativas.


Minha vida (não tão) perfeita é um livro sobre as várias versões da gente. Sobre ser verdadeiros conosco, assumir nossa realidade. Sobre se arriscar em um projeto, mas não esquecer aquele sonho, nem de deixar de trabalhar por ele. Não poderia dizer que este é meu favorito da autora, mas relembro aqui uma frase de O sorriso das mulheres (aqui) que, como o trecho de Cortella no início do texto, vale como uma ótima conclusão: “Um bom livro é bom em todas as suas páginas”. 
Não posso deixar um contratempo destruir meu sonho, posso? Claro que não. Um dia vou trabalhar com branding. Ainda vou atravessar a Waterloo Bridge e pensar: Esta é a minha cidade. Eu vou chegar lá.

Curta o Dear Book no Facebook
Siga @dear_book no Twitter e @dearbookbr no Instagram

Confira os melhores preços pelo Buscapé e ajude o blog a crescer!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Resenha: "Suicidas" (Raphael Montes)


Por Sheila: Oi pessoasssssss? Como vocês estão? Eu recebi da Cia das Letras a nova edição de "Suicidas", primeiro livro escrito pelo nosso querido autor de horror e suspense aqui das terras tupiniquins, Raphael Montes.

Confesso que aqui acabei fazendo um caminho inverso: comecei lendo o Raphael por livros mais recentes e esse, o primeiro, acabou sendo minha última leitura - o que pode ter influenciado um pouco minhas expectativas e, logicamente, minhas considerações sobre a leitura da obra. Mas vamos lá!

A narrativa já começa de forma atípica e original. Escrito em primeira pessoa estão as anotações de Alessandro, apesar de isso só nos ser revelado um pouquinho mais adiante. Iremos acompanhar suas divagações sobre Cyrille's House, lugar palco de toda a ação contida no livro.

Não sou capaz de lembrar a primeira vez que entrei em Cyrille's House. Eu tinha oito meses, e meu universo se resumia a papinha, gugu dadá e berço. Minha mãe sempre fora grande amiga da Maria e compartilhava com ela aquele estilo high society de encarar um pais subdesenvolvido: casas com nome de gente, carros blindados e babás devidamente robotizadas e uniformizadas para cuidar dos filhos (...)
Hoje é a primeira vez que pisaremos em Cyrille's House sem nossos pais. Também não poderia ser diferente. Não estamos indo para brincar no balanço ou nadar na piscina enquanto nossas  mães conversam sobre a última moda em Paris. Dessa vez, vamos por algo muito mais sério. Nos decidimos nos matar.
Logo, ficamos sabendo que Ale, o Alessandro, e Zack, filho de Maria, seguem os passos das mães na amizade sincera. Zack, o típico playboy carioca, corpo sarado, com muitas meninas sempre interessadas em estar ao seu lado. Alessandro, um garoto classe média estudioso, não tão popular com as meninas e que releva o estilo boa vida de Zack, afinal, são amigos de infância.

Eles cursam a mesma faculdade, o mesmo curso - direito - e também possuem uma banda de música que não parece fazer muito sucesso. Tem também outros amigos em comum do pôquer, e frequentam algumas festas juntos, apesar de Ale ter um estilo mais reservado.

Acontece que Alessandro esta cursando Direito, mas seus sonhos não são se tornar um famoso advogado. Na verdade, Alessandro quer ser escritor, e passa boa parte de seus dias trancado no quarto escrevendo, esperando por respostas de editoras que, ou nunca chegam, ou nada mais são do que respostas-padrão que o fazem se entristecer e enfurecer com tamanho pouco-caso.

Não é a toa que, então, o encontraremos narrando o último dia de nove jovens cariocas na terra, o dia em que eles decidiram por um fim à vida através de uma roleta russa: Zack, Alessandro e mais sete amigos, todos com conflitos e entrelaçados num emaranhado de situações que vão sendo narradas ao leitor aos pouquinhos.

É que o livro irá se dividir em três partes distintas: a escrita aqui/agora de Alessandro, narrado os passos dos nove enquanto a roleta russa acontece. Trechos extraídos de seu diário, de acontecimentos anteriores aos narrados no porão de Cyrille's House; e, um ano depois, o encontro promovido entre as mães dos envolvidos, presidido pela Juíza Diana Guimarães, com o intuito de conseguir algumas respostas, algo que justificasse o por que disso tudo.

E vocês? Gostariam de saber o que aconteceu naquele porão? Então não deixem de ler essa história, mas já vou logo avisando: há vísceras, pedofilia, necrofilia, tortura e sangue - muito sangue, espalhado por toda parte. Você terá que ter muito estômago para conseguir continuar lendo em algumas das passagens. Mas como o autor nos avisa e, depois do capítulo fatídico, resume, você pode pular esse trecho se achar melhor.

Agora, ok, vou confessar: não sei se por que li livros mais recentes do autor antes, não sei se por que já li centenas de livros de suspense e terror mas, ah, não da para engolir algumas das motivações por detrás das atitudes de alguns personagens, nessa parte parece que faltou "algo" que o Raphael encontrou em outros livros como "Jantar secreto" por exemplo. Mas não vou dar spoiler, deixo para vocês avaliarem.

Abraços e até a próxima!



Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta


Confira os melhores preços de Suicidas no Buscapé! clicando no banner  e continue ajudando o blog a crescer



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Resenha: "A Melodia Feroz - Monstros da Violência #1" (Victoria Schwab)

Tradução de Guilherme Miranda

Por Stephanie: A cabeça de Victoria Schwab deve ser uma loucura. Sempre que pego um livro dela, fico impressionada com sua criatividade e originalidade. E isso se repetiu com a leitura de A Melodia Feroz, um livro que mostra mais uma vez a capacidade da autora de criar mundos incríveis e muito ricos.

O pano de fundo de A Melodia Feroz é um mundo pós-apocalíptico onde monstros são reais e nascem a partir de atos violentos (homicídios, brigas, massacres etc). O lugar que antes era conhecido como Estados Unidos teve seu território novamente dividido em diversas cidades, umas mais desenvolvidas e prósperas, e outras, como Veracidade, ainda possuindo muita violência, caos e claro, monstros. Kate e August, nossos protagonistas, vivem em lados opostos de Veracidade e fazem parte das famílias mais poderosas desses lados. Kate é uma menina rebelde que sonha em ser fria e implacável como seu pai; já August é um monstro que daria tudo para ser humano. A Melodia Feroz aborda a relação entre estes personagens e como nem sempre tudo é uma questão de Bem contra o Mal.
Quando alguém aperta um gatilho, dispara uma bomba, faz um ônibus cheio de turistas cair da ponte, o resultado não são apenas escombros e cadáveres. Existe outra coisa. Algo mau. Uma consequência. Uma repercussão. Uma reação a todo o ódio, dor e morte.
O desenvolvimento do enredo é simples, e acho que esta é uma característica de Schwab: ela constrói um mundo complexo, porém simplifica a trama, trazendo equilíbrio. Achei a ambientação boa, mas confesso que muitas vezes tive dificuldade de entender os cenários e a divisão das cidades. Acho que um mapa facilitaria a vida neste sentido.

Kate e August são personagens muito bem construídos. Kate é um pouco irritante no começo, mas aos poucos foi ganhando minha simpatia e consegui me identificar com ela. Já August eu gostei desde o início, adorei a luta interna dele em não querer ser um monstro e seu jeito tímido e introvertido. Um monstro quase apaixonante, eu diria.
Corsais, corsais, dentes e garras, sombras e ossos abrirão as bocarras. Malchais, malchais, cadavéricos e sagazes bebem seu sangue com mordidas vorazes. Sunais, sunais, olhos de carvão, com uma melodia sua alma sugarão. Monstros grandes e pequenos, cadê? Eles virão para comer você.
Mesmo com vários pontos positivos, não achei este livro tão bom quanto os anteriores que li da autora. Fiquei pouco inserida no mundo e não consegui sentir o clima sombrio e violento que Schwab tentou criar. Acho que tive dificuldade de “comprar a ideia”, sabe?! O enredo, mesmo sendo simples, também não foi totalmente do meu agrado, com reviravoltas pouco surpreendentes e vilões sem muita profundidade. Mas o saldo final é positivo, e foi um livro que ficou bem próximo de 4 estrelas pra mim.

E o melhor de tudo: praticamente não há romance! Adoro quando os autores conseguem dar ênfase ao que realmente importa na história, sem perder tempo com declarações de amor e aquela “melação adolescente” de sempre, e nesse ponto Victoria Schwab acertou em cheio.
Não haviam regras, não havia limites; os culpados e os inocentes, os monstros e os humanos… todos pereciam.
Recomendo muito esta leitura para aqueles que buscam uma fantasia urbana e diferente, com personagens (e monstros) interessantes e protagonistas cativantes, além de boas cenas de ação, aventura e como era de se esperar, violência. Agora é aguardar pelo lançamento da sequência, que será também o final da história de Kate e August!

Até a próxima, pessoal!

Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta

Confira os melhores preços de A Melodia Feroz no Buscapé clicando no banner. Sua compra gera uma pequena comissão ao blog!


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Resenha: "Réquiem" (Bianca Sousa)

Sinopse: Amadeus, professor universitário de história da arte, é um homem solitário que encontrou na arte sepulcral uma maneira de sublimar a dor da perda.


Entre esculturas que guardam túmulos e segredos, ele encara a morte em carne e osso. Um encontro que o mudará para todo o sempre.



“Há quanto tempo espero por você?”


Fonte: Bianca Sousa

Por Eliel: Rápido e mortal, vou definir assim a leitura desse conto de Bianca Sousa. 

O título já nos dá uma pista de qual será o rumo dessa estória, Réquiem é uma missa especial celebrada pelas igrejas cristãs em homenagem aos mortos.

Esse conto é como se fosse essa homenagem, mas o nosso protagonista se vê do outro lado diante de um ponto de vista totalmente inusitado. Principalmente para nós, leitores de fantasia, que estamos rodeados de vampiros, lobisomens e zumbis, ser surpreendido por uma criatura pouco utilizada na literatura é uma sensação muito boa.


Decidi então persegui-la; assim, quando chegasse minha hora, eu a encararia de frente e diria: "Há quanto tempo espero por você?"

Só pela ousadia e a qualidade da escrita da autora eu já indico a leitura. Vocês não vão se arrepender. Uma homenagem grotesca e horripilante aos mortos que vai te assombrar por um bom tempo.

Compre seu e-book na Amazon e participe do Grupo de Leitores da Bianca, sempre tem novidades por lá.

Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta
 
Ana Liberato