Tradução: Regiane Winarski
Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Eu, como boa kingmaníaca que sou, acabei a leitura deste lançamento - que, confesso! comecei a ler um tanto quanto receosa - e estou em êxtase! Isso sempre me coloca num grande conflito: é muito mais fácil escrever uma resenha para um livro que não gostei, do que para um que amei.
Já o meu receio, totalmente infundado, provinha do fato de termos dois Kings como autores e, como não conheço a escrita de Owen, não sabia muito bem o que esperar. Já eu e o King pai, depois de quase 50 livros lidos, somos quase velhos amigos kkkkkkkkkkk.
Mas vamos à sinopse:
Pelo mundo todo, algo de estranho começa a acontecer quando as mulheres adormecem: elas são imediatamente envoltas em casulos. Se despertadas, se o casulo é rasgado e os corpos expostos, as mulheres se tornam bestiais, reagindo com fúria cega antes de voltar a dormir.
Em poucos dias, quase cem por cento da população mundial feminina pegou no sono. Sozinhos e desesperados, os homens se dividem entre os que fariam de tudo para proteger as mulheres adormecidas e aqueles que querem aproveitar a crise para instaurar o caos. Grupos de homens formam as “Brigadas do Maçarico”, incendeiam em massa casulos, e em diversas partes do mundo guerras parecem prestes a eclodir.
Mas na pequena cidade de Dooling as autoridades locais precisam lidar com o único caso de imunidade à doença do sono: Evie Black, uma mulher misteriosa com poderes inexplicáveis.
Tudo começa com Evie Black. Como a Eva do mito, ela é a Mãe, e é chamada por algo muito maior do que ela mesma, e para a qual não chega a dar uma explicação à cidade atônita que só consegue entender uma coisa: é com ela, por ela, e em razão dela que o sono nos casulos aparece. E é na cidade de Dooling que o que ela traz junto com o sono será decidido.
A mariposa fez Evie rir. Pousa no antebraço exposto, e ela passa o indicador de leve pelas ondas marrons e cinzentas que colorem as asas.
- Oi, lindinha - diz ela para a mariposa. O inseto levanta voo. Subindo, subindo, subindo segue a mariposa, e é engolida por um raio de sol emaranhado nas folhas verdes e brilhantes seis metros acima de onde Evie esta, entre as raízes no chão.
Uma comprida cabeça de cobre sai pelo buraco negro no centro do tronco e desliza entre placas da casca. Evie não confia na cobra, obviamente. Já teve problemas com ela antes.
Sua mariposa e dez mil outras surgem da copa da árvore em uma nuvem crepitante e parda. O enxame rola pelo céu na direção da floresta debilitada de replantio de pinheiros do outro lado da campina. Evie detecta os primeiros odores químicos (amônia, benzeno, petróleo, tantos outros, dez mil cortes em um único pedaço de pele) e abandona a esperança que não tinha percebido que tinha.
Em sua casa, o Dr. Norcross, um psiquiatra da prisão feminina de Dooling, se olha no espelho sentindo o peso dos anos acumulando na cintura, sem saber que está prestes a ter de lidar com o surto de Aurora, como a epidemia de mulheres que não acorda passa a ser chamada; que terá de lidar, muito em breve, com Evie Black, a única mulher a não virar um casulo quando dorme; e com uma crise familiar com sua esposa, a xerife Lila Norcross, que parece ter descoberto algo do passado do marido que a perturbou consideravelmente.
Quando o caos começa, caberá aos homens, e algumas poucas mulheres que conseguiram continuar acordadas, decidir os rumos que serão tomados pela humanidade. Dooling será palco dessa luta, onde o bem e o mal parecem estar difusos, misturados, sendo uma parte integrante de cada uma das pessoas - com algumas exceções, claro.
Imbuído nas diversas vozes femininas que falam no livro, há uma forte crítica social à sociedade machista, e um constante retorno a como muitos homens - as vezes sem querer, as vezes sendo uns completos babacas escrotos - fazem mal às mulheres e, concomitantemente, à sociedade.
Mas, ao mesmo tempo, há a evidenciação de que um mundo só de mulheres também não seria perfeito. E de que, no próprio discurso feminino há a presença de incongruências, relativizações, que sustentam esse machismo - afinal, todo homem veio de um ventre feminino. Ou seja, não cabe somente aos homens a mudança, mas a TODOS E TODAS NÓS.
Até aquele ponto, Tiffany tinha suposto que abusadores, gente como seu primo Truman, deviam viver em negação. Se não era assim, como eles podiam viver? Como era possível uma pessoa degradar outra se estivesse totalmente ciente do que estava fazendo? Bom, acontece que era possível, homens como o segurança porco faziam exatamente isso. Foi um choque essa percepção, que explicou abruptamente tanto da vida de merda dela.
Mas, ao mesmo tempo, há a evidenciação de que um mundo só de mulheres também não seria perfeito. E de que, no próprio discurso feminino há a presença de incongruências, relativizações, que sustentam esse machismo - afinal, todo homem veio de um ventre feminino. Ou seja, não cabe somente aos homens a mudança, mas a TODOS E TODAS NÓS.
Belas Adormecidas pode ser lido como uma alegoria, uma fábula lindíssima a respeito de muitos temas atuais como feminismo, bullying, preconceito racial e social, uso e abuso de drogas, sistema carcerário e brutalidade policial, além da fragilidade das relações advinda da anestesia que o dia-a-dia as vezes impõe às nossas vidas. Nada como um evento cataclísmico para fazer com que as pessoas parem e repensem quem elas realmente são. Quem sabe nos utilizamos desse exemplo dado pela ficção e tentamos fazer algo a respeito de nós mesmos sem que as coisas precisem chegar nesse ponto?
Preciso dizer que recomendo? Forte abraço a todos!
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Sou maluca para poder ler este livro do Mestre King, ou seria dos Mestres?rs
ResponderExcluirAinda não conheço as letras deste filho do Mestre,mas tudo que li a respeito deste livro até o momento, fala que a gente não faz nem ideia de onde começa as letras de um e termina as do outro.
O lance de mexer com o psicológico é algo que King faz com maestria e preciso ler este livro o quanto antes!
Beijo